ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Evolução Anímica
Gabriel
Delanne
(Parte
13)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico A
Evolução Anímica,
que será aqui estudado
em 17 partes.
A fonte do estudo é a
8ª edição do livro,
baseada em tradução de
Manoel Quintão publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. De onde vem a força
vital que se contém no
gérmen?
No gérmen que deve
constituir mais tarde o
indivíduo – gérmen
formado pelo ovo
fecundado – reside uma
potência inicial que é
resultante da soma das
potências vitais dos
genitores no instante da
procriação. Empregando a
linguagem da Mecânica,
podemos dizer que o
gérmen encerra uma
energia potencial que se
transforma em energia
atual para o curso todo
da existência. A força
vital é, portanto, uma
energia de capacidade
variável, conforme a sua
intensidade primitiva e
as circunstâncias em que
se desenvolve.
(A Evolução Anímica,
pág. 188.)
B. O perispírito exerce
algum papel nas
modificações por que
passa o embrião na fase
gestatória?
Sim. No ser humano, o
embrião reproduz,
mediante rápida
evolução, todos os seres
pelos quais passou a
raça. Todos nós fomos,
portanto, no ventre
materno, monera,
molusco, peixe, réptil,
quadrúpede, homem,
enfim. Deve-se à
influência do
perispírito, atuando na
matéria, a rapidez dessa
evolução embrionária. A
força vital contida no
gérmen anima o
perispírito e este
desenvolve as leis que
nele estão gravadas. A
força vital foi, porém,
mais ou menos modificada
pelos genitores e são
essas modificações
parciais que se vão
reproduzir no novo ser,
uma vez que a matéria
física tem de ser
organizada pelo
perispírito, segundo a
influência da força
vital.
(Obra citada, pág. 191.)
C. Em que momento se
inicia a união de alma e
corpo?
Essa união – como se vê
em “O Livro dos
Espíritos”, Parte 2a,
cap. VII – começa na
concepção, mas só se
completa no instante do
nascimento. O invólucro
fluídico é que liga o
Espírito ao gérmen e
essa ligação vai-se
adensando e torna-se
mais íntima a pouco e
pouco, até que se
completa quando a
criança vem à luz. No
período intercorrente,
desde a concepção até o
nascimento, o movimento
vibratório do
perispírito vai-se
diminuindo pouco a
pouco, até que, não
atingido o mínimo
perceptível, o Espírito
fica quase totalmente
inconsciente. Dessa
diminuição de amplitude
do movimento fluídico é
que resulta o
esquecimento.
(Obra citada, pág. 192.)
Texto para leitura
133. Após tecer
comentários em torno do
caso, Delanne assevera:
“Há muito que os
desencarnados nos
revelaram estas leis, e
só hoje podemos delas
facultar a prova
material. Pois bem: a
prova aí está feita,
agora, mais uma vez,
para que se reconheça
que os ensinos espíritas
estão de acordo com a
ciência”. (Pág. 180)
134. Encerrando o cap.
IV da obra em apreço,
Delanne diz: I – O
Espírito está, durante a
encarnação, tão
intimamente ligado ao
corpo por meio do
perispírito, que toda e
qualquer modificação
mórbida, na célula
nervosa do cérebro,
equivale a uma alteração
das faculdades
espirituais. II – No
estado normal, as
sensações alteram a
natureza do movimento
vibratório da força
psíquica, e se essa
modificação for
acentuada, isto é, se os
mínimos de intensidade e
duração forem
ultrapassados, a
sensação registra-se no
perispírito de maneira
consciente e haverá
percepção, o que vale
dizer que o Espírito
tomará conhecimento do
que se passa. III – É
assim que se gravam em
nós os estados da
consciência: é a memória
de fixação. Mas todas as
sensações, como todas as
recordações, não podem
existir simultaneamente,
por causa do
enfraquecimento do seu
próprio ritmo, que as
faz descer abaixo do
mínimo de
perceptibilidade e,
assim, entrar pouco a
pouco no inconsciente.
IV – Os atos da vida
vegetativa e orgânica
hão sido conservados no
perispírito por essa
maneira, durante a
evolução da alma através
da série de formas
inferiores. Em cada
encarnação adquirimos
hábitos que acabam
tornando-se
semi-intelectuais,
semiorgânicos, como
escrever, esgrimir,
nadar, falar. V – Esses
movimentos foram
originariamente
conscientes, desejados.
Depois, a repetição
constante criou um
hábito. Formaram-se
associações dinâmicas
estáveis no perispírito
com os movimentos
fundamentais e que, à
força de repetição,
acabaram tornando-se
inconscientes. VI – O
estudo do Espírito tem
de ser feito, portanto,
abrangendo seus dois
aspectos: um, ativo, que
é o da alma propriamente
dita; outro, passivo, o
do perispírito,
inconsciente,
almoxarifado espiritual,
guardião inalterável de
todos os conhecimentos
intelectuais e das leis
orgânicas que regem o
corpo físico. VII – A
memória evocativa, que
nos permite recordar os
conhecimentos
anteriores, realiza-se
por meio dos pontos de
referência, cuja
localização no passado
seja bem conhecida. Essa
revivescência efetua-se
pela vontade auxiliada
pela atenção, que tem
por objeto aumentar o
movimento perispiritual
e imprimir a essas
imagens um mínimo de
movimento vibratório,
suficiente para elas se
tornem conscientes. VIII
– Quando as relações de
corpo e alma se alteram,
produz-se um novo
movimento vibratório,
mais rápido; a alma tem
consciência das duas
vidas, dos dois estados,
sua memória é integral.
Reaparecendo o estado
primário, as sensações
do secundário voltam ao
inconsciente, visto já
não ter a relação normal
um período vibratório
capaz de as fazer
renascer. IX –
Conclui-se, portanto,
que há no perispírito
zonas vibratórias de
movimentos variados, a
cada uma das quais
correspondendo um mínimo
de intensidade, que
aumenta à proporção que
o sono se aprofunda,
isto é, à medida que a
alma se desprende do
corpo, do que resulta
que o movimento
vibratório seria máximo
se completa a separação,
ou seja, na morte.
(Págs. 181 a 183)
135. A
força vital
– Nossa concepção sobre
a força vital difere dos
velhos animistas e
vitalistas, por não
conceituarmos o
princípio vital uma
entidade distinta das
forças naturais, e sim,
apenas, uma forma de
energia que até agora
não se conseguiu isolar.
A Natureza opera sempre
em continuidade nas
manifestações sucessivas
que perfazem o conjunto
dos fenômenos
terrestres. Já no reino
mineral se torna
possível encontrar o
traço de uma futura vida
orgânica. O cristal é
quase um ser vivente,
visto que difere
completamente da matéria
amorfa, tendo as
moléculas orientadas por
uma ordem geométrica,
fixa. Existem nele os
primeiros lineamentos da
reprodução, uma vez que,
mergulhando um cristal
fraturado numa solução
idêntica, a avaria será
reparada. Delanne
relata, na sequência,
experiência feita pelo
sr. Loir. (Págs. 185
e 186)
136. A mais ínfima das
células, lembra Delanne,
contém, não
diferenciados, os
caracteres todos da
vida: o movimento
espontâneo, que o
cristal jamais teve; a
faculdade de assimilar a
matéria e
desenvolver-se; a
reprodução, que se opera
de moto próprio e lhe
permite formar uma
segunda célula; e, por
fim, a evolução celular,
característica essa que
traça a linha divisória,
absoluta, entre a
matéria organizada e a
matéria bruta. (Pág.
187)
137. O corpo humano,
longe de ser fixo e
imutável em sua
composição, varia
constantemente e
renova-se integralmente,
mas essa renovação
decresce à proporção que
a idade aumenta. Ora,
tendo sido constatado
que as variações não
poderiam provir do
perispírito, por ser
este inalterável, nem da
matéria, por ser inerte,
é lógico que só ao
desaparecimento da força
vital podemos atribuir a
morte. (Págs. 187 e
188)
138. No gérmen que deve
constituir mais tarde o
indivíduo – gérmen
formado pelo ovo
fecundado – reside uma
potência inicial,
resultante da soma das
potências vitais dos
genitores no instante da
procriação. Empregando a
linguagem da Mecânica,
podemos dizer que o
gérmen encerra uma
energia potencial que se
transforma em energia
atual para o curso todo
da existência. É uma
força assaz variável,
segundo a natureza dos
seus componentes. A
força vital é, portanto,
uma energia de
capacidade variável,
conforme a sua
intensidade primitiva e
as circunstâncias em que
se desenvolve. (Pág.
188)
139. A vida resulta,
porém, não só de
considerações
semelhantes, mas também
de misturas, de
combinações chamadas
catalíticas, em química,
que são de ordem
físico-química e que
escapam a toda e
qualquer determinação
rigorosa. É que na
Química, diferentemente
do que se dá na Física,
a combinação de duas
substâncias produz uma
terceira com
propriedades
inteiramente diferentes
das duas outras, quer as
tomemos separadamente,
quer em conjunto. A
razão disso vem do fato
de que as propriedades
dos corpos dependem dos
movimentos atômicos de
cada uma das substâncias
em jogo, mas quando a
combinação é perfeita o
corpo dela resultante
toma um movimento
atômico inteiramente
diverso do peculiar aos
seus componentes.
(Pág. 189)
140. Nos fenômenos
vitais, a complexidade é
ainda maior do que nos
fatos químicos
propriamente ditos. Eis
por que existe aí,
muitas vezes, tão grande
desproporção entre a
causa e o efeito. O ser
vivo, afirma o ilustre
Baer, provém de uma
célula primitivamente
idêntica: o ovo
primordial. Este se
edifica por formação
progressiva ou epigênese,
consequente à
proliferação da célula
inicial, que forma novas
células que,
diferenciando-se cada
vez mais, se associam em
cordões, tubos, lâminas,
até constituírem os
diferentes órgãos.
(Págs. 189 e 190)
141. Essa estrutura
vai-se complicando
sucessivamente. No
homem, o embrião
reproduz, mediante
rápida evolução, todos
os seres pelos quais
passou a raça. Todos nós
fomos, portanto, no
ventre materno, monera,
molusco, peixe, réptil,
quadrúpede, homem,
enfim. Deve-se à
influência do
perispírito, atuando na
matéria, a rapidez dessa
evolução embrionária. A
força vital contida no
gérmen anima o
perispírito e este
desenvolve as leis que
nele estão gravadas. A
força vital foi, porém,
mais ou menos modificada
pelos genitores e são
essas modificações
parciais que se vão
reproduzir no novo ser,
uma vez que a matéria
física tem de ser
organizada pelo
perispírito, segundo a
influência da força
vital. (Pág. 191)
142. A união de alma e
corpo – como se vê em
“O Livro dos Espíritos”,
Parte 2a,
cap. VII – começa na
concepção, mas só se
completa no instante do
nascimento. O invólucro
fluídico é que liga o
Espírito ao gérmen e
essa união vai-se
adensando e torna-se
mais íntima a pouco e
pouco, até que se
completa quando a
criança vem à luz. No
período intercorrente,
desde a concepção até o
nascimento, o movimento
vibratório do
perispírito vai-se
diminuindo pouco a
pouco, até que, não
atingido o mínimo
perceptível, o Espírito
fica quase totalmente
inconsciente. Dessa
diminuição de amplitude
do movimento fluídico é
que resulta o
esquecimento. (Pág.
192)
143. O estado do
princípio inteligente,
nos primeiros tempos, é
comparável ao do
Espírito encarnado,
durante o sono corporal;
à medida que se aproxima
o nascimento, suas
ideias se obumbram,
vai-se-lhe a noção do
passado, do que não mais
tem consciência desde
que nasce na Terra.
Voltando o Espírito ao
espaço, a operação se
verifica em sentido
inverso: retomando o
Espírito o seu dinamismo
vibratório anterior,
explícita se nos depara
a restauração da sua
memória. (Pág. 192)
(Continua no próximo
número.)