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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 134 - 22 de Novembro de 2009

WALDENIR APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São Paulo (Brasil)
 

A modernidade e Jesus

“Como o progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral? – Dando a compreensão do bem e do mal, pois então o homem pode escolher...”  (Questão 780-a, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.)


Segue o homem pelas estradas terrenas ávido por modernidade, na convicção de que o avanço do conhecimento tão-somente basta para que encontre um oásis de paz e uma ilha de felicidade, a derramar o bem-estar aos seus pés.

O sonho de comodidade e conforto persegue a criatura humana desde os primórdios da humanidade, no entanto, em cada época, ante os saltos intelectuais, acreditava já estar realizando seus anseios, mas a realidade fria sempre demonstrou o equívoco e o engano nesse mister, pois que o coração de cada uma continua aflito, desesperado e repleto de angústias e expectativas. 

Assim, a modernidade tecnológica, o progresso intelectual por si só não oferecem o resultado que esperamos, imprescindível, portanto, pensar também em atender aos apelos do coração, isto é, fazer avançar os nossos sentimentos, e, nesse campo, não será possível seguir nossa estrada sem conhecer e vivenciar as sempre atuais e imprescindíveis lições de Jesus, Aquele que trouxe, indiscutivelmente, o mais moderno conceito de como encontrar a paz e a felicidade. 

Melhor, então, aliar as conquistas intelectuais aos avanços do sentimento. O intelecto e o coração, juntos, no tempo, darão ao homem os valores que procura, assegurando-lhe o bem-estar almejado. 

Usemos a tecnologia disponível para rasgarmos o espaço, em viagem interplanetária, à procura de novas descobertas, mas não nos esqueçamos de aprofundar a sonda da investigação, buscando conhecer os sofrimentos do próximo para minorar-lhe a dor. 

Aproveitemos o avanço da informática para vislumbrar novos horizontes de conhecimentos, mas jamais olvidemos a necessidade de vasculharmos o nosso íntimo à caça dos defeitos que nos fazem mesquinhos e pequenos, agindo para liquidá-los. 

Mergulhemos no fundo dos oceanos procurando por novas fontes de riqueza e sustentação para a humanidade, mas nunca nos esqueçamos de direcionar nossas observações, visando conhecer onde moram os tormentos e as aflições que empurram os jovens pelos desfiladeiros dos tóxicos.

Cultivemos o desejo sincero de conhecer novos ramos da ciência, no enriquecimento das nossas experiências, mas em momento algum descuremos de aprender   a descobrir os valores da renúncia, paciência e resignação ante os fatos e situações que, por  agora, não podemos mudar. 

Aproveitemos a disponibilidade de recursos financeiros para promover nosso lazer e entretenimento, mas pensemos também naqueles que seguem pelos dias na solidão e no abandono, sem perspectivas de vida. 

Avancemos com arrojo pelos campos da política, galgando posições de destaque e realce, mas nunca deixemos de lado os reais valores do respeito, dignidade, disciplina e consideração pelo próximo, uma vez que todo o esforço humano deve ser para servir ao próprio homem. 

Assim, embora ditos há quase dois mil anos, os ensinamentos de Jesus: “amai-vos uns aos outros, como vos amei”, “ama ao próximo como a ti mesmo”, “faze aos outros o que queres para ti mesmo” e “vinde a mim todos vós que sofreis, que vos aliviarei” é o que temos de mais moderno. 

Aliemos, então, sem demora, todo o avanço tecnológico e intelectual aos valores do sentimento, na expressão determinada do Cristo e, sem dúvida, lograremos encontrar os princípios da paz e da felicidade.  

Mente e coração, aliados, esse é o caminho, pois fora dele nos aguardarão as tempestades de dor e sofrimento tão comuns e frequentes em nossos dias.

Reflitamos.        


     


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita