ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
A
beneficência
Edgard Armond dizia que
o verdadeiro discípulo
de Jesus é aquele que
não apenas dá o que
sobra, mas divide o que
tem. A hora é de
juntarmos nossos
esforços em favor dos
corações em sofrimento.
A cada ação de
desprendimento, vamo-nos
espiritualizando e
diminuindo o nosso apego
ao mundo material, tão
passageiro. Olhemos em
volta. Quantos bens nos
são disponibilizados no
dia-a-dia, até mais do
que precisamos! E se
observarmos no que nos
sobra e que simplesmente
jogamos fora, certamente
daremos um puxão de
orelha em nós mesmos, e
diremos: “Mas que
egoísta que eu sou!”
Este é o maior desafio a
ser vencido, para fazer
valer a encarnação.
Jesus disse que o Filho
do Homem não veio à
Terra para ser servido,
mas para servir. E nós,
também, aqui estamos
para servir. A caridade
é a virtude por
excelência e constitui a
mais alta expressão do
sentimento humano, sobre
cuja base as construções
elevadas do Espírito
encontram firmeza para
realizar atividades
nobres, em prol de todas
as criaturas.
Em mensagem inserida no
item 11 do capítulo XIII
de O
Evangelho segundo o
Espiritismo: Não
saiba a vossa mão
esquerda o que dê a
vossa mão direita, Adolfo,
Bispo de Alger, diz:
“A
beneficência, meus
amigos, vos dará neste
mundo os gozos mais
puros e mais doces, as
alegrias do coração, que
não são perturbadas nem
pelos remorsos, nem pela
indiferença. Oh,
pudésseis compreender
tudo o que encerra de
grande e de agradável a
generosidade das belas
almas, esse sentimento
que faz que se olhe aos
outros com o mesmo olhar
voltado para si mesmo, e
que se desvista com
alegria para vestir a um
irmão! Pudésseis, meus
amigos, ter apenas a
doce preocupação de
fazer aos outros
felizes! Quais as festas
mundanas que se podem
comparar a
essas festas jubilosas,
quando, representantes da
Divindade, levais a
alegria a essas pobres
famílias que
da vida só conhecem as
vicissitudes e as
amarguras, quando vedes
nelas os semblantes
macerados refulgirem
subitamente de
esperança, porque,
faltos de pão, os
desgraçados ouviam seus
filhinhos, ignorantes de
que viver é sofrer,
gritando repetidamente,
a chorar, estas
palavras, que, como um
punhal, se lhes
enterravam nos corações
maternos: ‘Estou com
fome!...’ ”
Jesus esclareceu-nos que
todas as vezes que
dermos de comer a um
faminto; dermos de beber
a quem tem sede; dermos
abrigo a quem não tem um
lar; vestirmos os nus;
visitarmos os doentes e
encarcerados, é
a Ele próprio e a Deus
que estamos fazendo.
Portanto, mãos
à obra. Há um longo
caminho a percorrer, e que
será menos áspero cada
vez que nos
disponibilizarmos a
praticar a beneficência.
“Não pode a alma
elevar-se às altas
regiões espirituais,
senão pelo devotamento
ao próximo; somente nos
arroubos da caridade
encontra ela ventura e
consolação. Sede bons,
amparai os vossos
irmãos, deixai de lado a
horrenda chaga do
egoísmo. Cumprindo esse
dever, abrir-se-vos-á o
caminho da felicidade
eterna...”,
recomenda-nos S. Vicente
de Paulo, no item 12 do
capítulo citado do
Evangelho.