CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Jesus
Se estudamos Suetônio e
outros autores
do período
clássico, e ao
lermos sobre a
vida de Nero,
por exemplo, nos
deparamos com a
maior facilidade
com passagens
que mencionam as
legendárias
perseguições
sofridas pelos
cristãos. É
baseada nisto e
noutras
referências que
julgo, no
mínimo, surreal,
a alegação de
Jesus não ter
existido,
aventada por
alguns que, de
seu lado, não
oferecem provas
concludentes
desta assertiva.
Há coisa de uns
três anos atrás,
a propósito de
algum artigo meu
publicado, me
escreveu alguém
relatando algo
que, a
princípio, me
soou absurdo.
Hoje, contudo,
encaro tal
relato apenas
como fator
instigante e
merecedor de
pesquisa de quem
se disponha a
averiguar e
obter
pessoalmente, a
partir desta
aferição,
conclusões
pessoais sobre o
assunto. O
leitor contava
que há anos
vinha alertando
um monte de
gente sobre o
que, se de fato
detivesse apenas
mínima
porcentagem de
veracidade,
poria toda uma
civilização
abaixo.
Justamente a
civilização
estruturada sob
os preceitos do
cristianismo.
Falava de um
senhor suíço, um
tal de Billy
Meier.
Forneceu-me o
site oficial
sobre ele - em
língua inglesa e
o único
disponível. É um
homem
controvertido em
virtude de suas
fotos
impressionantes
de ufos e de
suas revelações
acerca de seus
supostos
contatos com
extraterrenos.
Mais polêmica
ainda,
entretanto, é a
alegação de que
o tal Meier é a
reencarnação
justo daquele
que esteve entre
nós, há dois mil
anos, sob a
personalidade de
Jesus Cristo; e
de que, com base
nisto, afirma
que nunca -
mas nunca! -
fundou qualquer
religião que
fosse, nem
possuiu qualquer
ligação
voluntária com o
conteúdo dos
quatro
evangelhos
oficiais; e são
arrematadas as
bombásticas
revelações deste
leitor, que se
faz um porta-voz
do tal Meier no
Brasil, com o
envio de um
controvertido
texto intitulado
"O Talmud de
Jmmanuel"
(encontrado na
internet com
relativa
facilidade), que
traria o
conteúdo genuíno
do que de fato
por Jesus teria
sido empreendido
naqueles tempos,
pondo por terra
tudo o que até
hoje foi
estabelecido
pela religião
institucionalizada
pelo Vaticano.
O texto do tal
Talmud
espinafra,
literalmente,
todas as
correntes
religiosas
surgidas no
decorrer da
história e dos
séculos
pós-Cristo.
Ressalta que
muito pouco
sobra de verdade
no terreno mesmo
da ufologia, já
que o próprio
Billy Meier
menciona que
raríssimos são
os documentos
verídicos sobre
o assunto; mais
raríssimas ainda
as pessoas que,
de fato, possuem
o tipo de
sensibilidade
adequada para
obter contato
com civilizações
extraterrestres
- incluindo-se,
aí, todo o
repertório
acerca de
mediunidade e
canalização,
atrelado ao
envolvimento com
a própria
Espiritualidade,
como o
conhecemos hoje.
Cheguei a
escrever-lhe um
respeitoso
e-mail,
argumentando
que, de dentro
da minha franca
ignorância no
que a este
senhor diz
respeito,
contudo,
vinham-me
dúvidas honestas
sobre se a
procedência de
todo aquele
ataque
contundente às
expressões da
religiosidade
desenvolvidas no
decorrer dos
séculos poderia,
de fato, ter
partido de um
homem que fora
Jesus Cristo; e
que hoje,
reencarnado,
mantém contato
direto com
extraterrenos
evoluídos - do
que se
deduziria, daí,
um porte
espiritual no
mínimo superior
que, todavia,
não parece
refletir,
contraditoriamente,
um mínimo de
entendimento e
de tolerância
para com os
degraus
evolutivos das
massas
reencarnadas no
orbe, avançando
espiritualmente
segundo o seu
momento e
gradual
percepção das
coisas divinas.
De toda aquela
algaravia,
contudo, meus
leitores,
impressionou-me
profundamente,
porém, o Código
Ético
transmitido pelo
texto do tal
Billy (sobre
quem há livros
de variadas
autorias).
Porque, debaixo
de uma fria
análise e sob o
mais reto
alcance de
consciência, é
de uma
sublimidade a
toda prova!
Começa
referindo-se a
Deus como, mais
acertadamente, A
Criação. E
prossegue com
estas máximas,
dentre outras:
"Não há olho
igual à
sabedoria, não
há escuridão
igual à
ignorância, não
há poder igual
ao poder do
espírito e não
há terror igual
à pobreza de
consciência".
Do "Talmud de
Jmmanuel",
Capítulo 26,
Verso 27:
"Em verdade, eu
vos digo:
alcançareis
justiça somente
quando a
tiverdes
encontrado vós
mesmos e
tiverdes feito
vosso semelhante
humano tê-la
compreendido”.
Do "Talmud de
Jmmanuel",
Capítulo 5,
Verso 26:
"Jesus
sobreviveu à
crucificação e
não passou pela
ressurreição".
"A ressurreição
é um conceito
falso, mas a
reencarnação é
um conceito
verdadeiro."
"Jmmanuel (nome
correto de Jesus
segundo o texto,
meu grifo)
não veio
absolutamente
salvar a
Humanidade de
seus "pecados".
"Ao invés de
ensinar o perdão
dos pecados por
um Deus,
Jmmanuel
enfatizou que
aprendemos
através de
nossos erros."
"Ele não era
absolutamente o
Filho de Deus ou
divino, e seu
nome não era e
nunca foi Jesus.
Mas não está
claro o porquê
do "Talmud de
Jmmanuel", em
sua forma
original de
pergaminhos em
aramaico, ter
sido tratado
como herético
para o Judaísmo
pelos altos
oficiais."
Entrei no
link
mencionado pelo
leitor (na
ocasião ativo,
hoje não mais)
que me expunha
estes
comentários
surpreendentes;
li, baixei o pdf
do tal Talmud e,
francamente,
fiquei entre
profundamente
intrigada com
todas as
implicações
grandemente
conflituosas em
tais escritos, e
revoltada, em
outro tanto, por
tão avultado
grau de
intolerância
contido num
texto
pretensamente
votado a
elucidar os
seres quanto à
luz espiritual
presente, antes
de tudo, em si
mesmos. Visitei
o site em inglês
de Billy Meier e
olhei bem aquela
fisionomia...
Confesso: de
tudo o que tanto
me chocou, e a
respeito do que
pude refletir
após este tempo,
me ficou o cerne
do Código de
Ética Cósmica
contido no tal
Talmud...
indubitavelmente
divino e digno
mesmo de uma
consciência de
elevadíssima
estatura
evolutiva...
Sobretudo, no
entanto, e de
dentro da
simploriedade de
espírito que
ainda me
caracteriza a
alma, resta-me,
nestas épocas do
ano, nas quais
muito se fala em
árvores de Natal
ou em Papai
Noel, a
convicção de
um Jmmanuel, ou
Jesus - quem
tenha sido!
- sentado,
nalgum tempo,
sobre as pedras
às margens
floridas dos
córregos
tranquilos,
falando-nos
sobre a
santidade da
Vida presente em
toda parte e da
adoração
absoluta a ela
devida em todo o
Universo.
Dizendo-nos do
Amor como a
fonte de
redenção
absoluta em
qualquer
quadrante do
Cosmos e da
profunda
reverência, em
decorrência
disso, que
devemos
desenvolver para
com o próximo,
para com Deus ou
com o Criador,
ou Criação, e
para com os
nossos próprios
seres.
Ficou-me,
estranhamente, a
convicção de um
Jesus real e
mais verídico, e
de excelsitude
inegável,
sim..., mas
amante,
sobretudo, da
Verdade
última e maior
da Vida,
presente no
cerne de cada
coisa e cada
ser, em sua
eternidade...
Porque desde
muito antes de
há dois mil anos
já entendia e
realizava em si
mesmo o que até
o presente
momento, na
turbulência
angustiosa dos
nossos dias,
ainda lutamos
por conquistar.