Processo obsessivo
... “E eu vos digo: Amai
os vossos inimigos,
fazei o bem àqueles que
vos odeiam e orai por
aqueles que vos
perseguem e vos
caluniam.” - Jesus
(Mateus, 5:20 e 43-47.)
Um dia desses,
conversando com uma
jovem senhora que
procurou o Centro
Espírita por motivo de
aflição, terminamos
dizendo: “No futuro,
você talvez bendiga as
dores que agora rejeita.
Se não fossem por elas,
você teria ficado
acomodada com sua vida
cotidiana e talvez nunca
procurasse um Centro
Espírita e recebesse a
luz do seu conhecimento.
Agradeça a Deus por tudo
isso”.
Ela, surpresa, ponderou:
“Sabe que é verdade?”
Sua história é como a de
muitos outros que
procuram o Espiritismo
devido ao sofrimento.
Nada de dizer hoje que é
a maioria. Pode ter sido
no passado. Hoje a
maioria procura o
Espiritismo porque
deseja respostas
lógicas, num tempo em
que o raciocínio, os
fatos que falam à
inteligência têm grande
peso, graças aos
mecanismos da evolução,
que aprimoram o
indivíduo.
Essa irmã, no entanto,
veio devido à dor.
Frequenta a casa há
pouco tempo. Morre de
medo dos Espíritos e é
médium. Diz ela que isso
ocorre desde os 13 anos
de idade, quando começou
a vê-los em sua mente.
Foi se acostumando com o
fenômeno e agora já não
tem medo da maioria, mas
mantém o medo atroz de
um Espírito que a
acompanha quase todo o
tempo. Com esse, ela não
consegue nem conversar,
tamanho o medo que
sente. Quer se livrar
dele...
Orientemo-la ao estudo,
aos passes, ao
Evangelho,
principalmente ao
Evangelho no lar, e
sobretudo à determinação
de se melhorar como ser
humano e ao cultivo da
paciência.
É um caso típico de
obsessão e, se há um
obsessor, uma causa
justa há por trás. É
necessário transformar o
perseguidor num amigo. O
medo que ela sente dele
revela que ele não é
amigo.
Ledo engano pensar que
um obsessor se afasta
num passe de mágica!
Livrar-se dele!... É
preciso parar de temer e
ter compaixão, olhos de
misericórdia porque deve
ser um Espírito sofrido.
Compaixão e misericórdia
até conseguir
transformar isso em
amor. Fazer do inimigo
um amigo. Tal era a
proposição de Jesus:
Amar! Que mérito há em
se amar apenas aos
amigos? É preciso amar
“aqueles que nos odeiam
e nos caluniam”,
propõe-nos Jesus.
É preciso muita
paciência, convencer o
Espírito ferido de que
hoje aquele que está
encarnado é melhor do
que na época em que o
Espírito foi lesado. É
preciso esforço
incessante em combater
os defeitos, estimulando
a vivência das virtudes.
Não há mágica. O
Espírito obsessor pode
se transformar em um
grande amigo, se
perceber que sua vítima
de hoje despertou para o
bem e vive hoje com mais
amor do que ontem.
Há muitos casos de
Espíritos perseguidores
que vêm às reuniões
mediúnicas e
publicamente se
desculpam com aqueles
que perseguiam.
Estamos numa época em
que verdadeiramente o
amor deve se implantar
na Terra e, para isso,
devemos deixar para
trás, como nos diz o
próprio Evangelho, os
costumes bárbaros do
passado. Amor e perdão
devem ser a nossa busca.
Paciência, uma virtude a
conquistar.
Um dia, quem sabe, se
persistir, a jovem que
procurou a Casa Espírita
se felicitará por ter
acontecido isso em sua
vida, por ter podido
ampliar sua visão e não
simplesmente se livrar
do Espírito, mas
transformar o ódio em
amor e tê-lo como alguém
muito querido.
Esses fenômenos
mediúnicos estão
acontecendo por toda a
parte e cada vez com
pessoas mais jovens,
principalmente na
adolescência...
Estejamos preparados
para esclarecê-los e não
recomendar de imediato,
como ainda vemos,
desenvolvimento
mediúnico para alguém
despreparado e em franco
processo obsessivo, mas,
sim, desenvolvimento do
médium com estudo, amor,
paciência e trabalho.
Depois, sim, se
perseverar no
Espiritismo, o trabalho
mediúnico será uma
consequência.