PEDRO
DE ALMEIDA LOBO
lobocmemtms@terra.com.br
Campo Grande, Mato
Grosso do Sul
(Brasil)
Adversidade x
Normalidade
Adversidade é
qualidade do que é
adverso, isto é,
contrário.
Normalidade é
atribuída ao que
seja normal. Ambas
estão condicionadas
aos graus
intelectuais,
morais,
psicológicos,
emocionais e até
espirituais, de cada
indivíduo. São, por
conseguinte,
diretamente
relacionadas com o
que cada um pensa ou
representa na arte
de viver e conviver.
A humanidade duela
com esses dois
comportamentos desde
os primordiais
momentos de sua
existência.
Na época em que
viveram os grandes
filósofos gregos,
Platão escreveu uma
notável obra, “A
República”. Nela ele
admitia a escravidão
como sendo um ato
social normal.
Atualmente, nos
mundos civilizados,
é uma adversidade
social e moral
inaceitável.
Quando o Cristo
encarnou na face da
Terra, não existia
entre os povos e
pessoas o ato
misericordioso do
perdão. A lei
judaica preconizava
a Lei de Talião,
olho por olho, dente
por dente. Quem a
transgredisse seria
condenado nos mesmos
moldes e as penas
eram análogas e nas
mesmas proporções da
culpa.
Quando Jesus, o
Cristo, estabeleceu
o perdão das ofensas
como condicionante
imperativa para se
alcançar o Reino dos
Céus, os Seus
seguidores ficaram
perplexos, ensejando
a Pedro, considerado
o príncipe dos
apóstolos, formular
uma audaciosa
pergunta ao Mestre:
“Senhor, até quantas
vezes se deve
perdoar? Uma, duas,
três, quatro, cinco,
seis, ou sete
vezes”?
A resposta foi
surpreendente:
“Pedro, não somente
sete, mas setenta
vezes sete vezes”.
Depois dessa
explicação, não
resta dúvida de que
o perdão é
ilimitado. Pedro
assimilou essa lição
e proclamou para a
humanidade: “Somente
o perdão tem poderes
para soterrar
multidões de
pecados”.
Portanto, seja qual
e como for a
adversidade que
tente soterrar ou
que já soterrou sua
normalidade através
da incompreensão,
ação ou omissão de
outras pessoas,
principalmente das
que não se esperava,
é de bom alvitre
que, antes de se
pensar em vingança,
se procure perdoar.
Diz a máxima
popular: “Se desejar
ser feliz por um
instante, vingue-se.
Se quiser ser feliz
por toda vida,
perdoe”.
Nos momentos
cruciais pelos quais
passam partes da
humanidade terrena
onde as sociedades
que a formam estão
mergulhadas nas mais
diversas e dolorosas
iniquidades, é
utopia pensar em
perdoar certos
crimes hediondos que
são publicitados
diariamente pelos
meios de
comunicações.
Essas adversidades
ético-morais estão
sendo tão
vulgarizadas e
valorizadas que se
estão tornando uma
normalidade.