– Como você
vê a
oficialização
do casamento
entre
homossexuais
e a adoção
de filhos
por parte
deles?
Raul
Teixeira:
Consideramos
que qualquer
oficialização
que se
estabelece
no mundo
corresponde
à
formalização
de situações
que já
existem, ou
que precisam
ser
normatizadas
para evitar
distorções
nos
julgamentos
de
diversificadas
situações,
em respeito
ao conceito
formal de
justiça.
Assim, se se
fala de
oficialização
de
casamentos
entre
pessoas do
mesmo sexo é
que essas
pessoas já
estão se
unindo sem
qualquer
formalização,
deparando-se,
a partir
disso, com
problemas
cujas
soluções
exigem um
pronunciamento
da lei que
regulamenta
a vida de um
povo ou de
uma
sociedade.
Independentemente
do nome que
se deseje
dar a essas
uniões, a
realidade é
que tais
uniões
existem.
Seus
parceiros
podem
conviver
pouco ou
muito tempo
juntos;
podem fazer
aquisições
de variada
índole em
nome da
dupla ou
durante o
período em
que estão
juntos os
indivíduos.
Como ficará,
perante a
sociedade
organizada,
a situação
de um e de
outro
parceiro? Em
caso de
falecimento
de um deles,
há ou não há
direitos a
pensões e
outros
benefícios,
após uma
vida passada
em comum?
Todos os
quadros com
os quais nos
defrontamos
e que tomam
corpo na
sociedade
precisam ser
estudados e
disciplinados
pela
legislação.
Não há como
fazer vistas
grossas e
fazer de
conta que
tal coisa
não existe.
Logo, não há
como
fugirmos
dessa
oficialização
em nome de
qualquer
tradição ou
preconceito,
uma vez que
os fatos aí
estão
afrontando
os tempos e
exigindo um
posicionamento
oficial das
autoridades,
pois não há
lei que
possa
impedir de
fato que
duas pessoas
do mesmo
sexo tenham
vida em
comum, que
se entendam,
que se
cuidem ou
que se amem.
No que
respeita à
adoção de
filhos,
estamos
diante de
uma questão
de bom
senso. O que
será melhor
para uma
criança:
viver nas
ruas, ao
abandono,
sujeita a
todos os
perigos que
inundam as
ruas,
ou em
instituições
que, por
mais
respeitáveis
que sejam,
não
conseguem se
converter
num lar para
nenhuma
criança
abandonada,
ou ser
amparada
pela
generosidade
e pelo
carinho de
duas pessoas
do mesmo
sexo e que
vivem
juntas?
O Espírito
Camilo
sempre me
ensinou que
o amor, em
si mesmo,
não tem sexo
e que é
muito
valorosa a
atitude de
quem quer
que seja que
se decida a
adotar uma
criança.
Somente a
hipocrisia
ou a
indiferença
para com a
criança órfã
ou
abandonada
pode criar
impedimentos
para tal
adoção.
Extraído de
entrevista
publicada
pelo jornal
O Imortal
na edição de
fevereiro de
2009.