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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 3 - N° 136 - 6 de Dezembro de 2009

KATIA FABIANA FERNANDES
kffernandes@hotmail.com
Londres, Inglaterra (Reino Unido)
 

Rubens Casotto Peres:

“O Espiritismo é tudo em minha vida”

Nascido em Vitória (ES), o coordenador da Life Spiritist Society
fala sobre o movimento espírita em Copenhague, capital da Dinamarca, onde reside há seis anos
 

  

Apresentamos nesta semana a entrevista que nos foi concedida por Rubens Peres (foto), confrade residente na Dinamarca, Norte da Europa, que é atualmente coordenador da Life Spiritist Society, situada em Copenhague, capital do país.

Na entrevista ele nos fala sobre as atividades espíritas em sua cidade e conta como os ensinos espíritas são vistos pelas pessoas que ali residem, trazendo-nos sua opinião sobre alguns assuntos importantes, como a violência e o aborto. 

*
 

O Consolador: Onde você nasceu?  

Em Vitória, Espírito Santo. Sou, portanto, capixaba.

O Consolador: Desde quando você reside em Copenhague? 

Saí do Brasil há 11 anos. Fixei inicialmente residência em Londres, onde morei por 5 anos, e depois me mudei para a Dinamarca, onde estou desde então. Sempre busquei me aperfeiçoar como ser humano e aprender como viver com diferentes culturas.

O Consolador: Qual é sua formação escolar?  

Sou formado em Administração Financeira, com especialidade na área de logística.

O Consolador: Que cargos ou funções você exerce atualmente no Movimento Espírita?  

Aprofundei-me mais no Espiritismo quando cheguei à Europa e trabalhei em vários grupos e em diferentes funções. Hoje sou coordenador da Life Spiritist Society, que funciona na cidade de Copenhague na Dinamarca e mantém na internet o website www.lifevida.webs.com.  

O Consolador: Quando você teve seu primeiro contacto com o Espiritismo?  

Conheci o Espiritismo há muito tempo em uma cidade do interior do Espírito Santo, chamada Aracruz. Participei então de algumas reuniões públicas do único grupo espírita que existe na cidade. 

O Consolador: Houve algum fato que haja propiciado esse contacto?

Não necessariamente. Sou de família católica, sempre fui muito religioso com bastante fé em Deus, mas na hora exata e correta cheguei ao Espiritismo por minha vontade própria.

O Consolador: Qual foi a reação de sua família?  

Nenhuma reação que suscite algum comentário. Sempre respeitei a opinião das pessoas, e com isso recebi igual respeito merecido. Minha família no momento ignora minha religião, mas, quando converso com a minha mãe sobre esse assunto, o ponto de partida e o ponto final são sempre o mesmo: amar a Deus sobre todas as coisas. Aliás, aprendo muito com a religião da minha mãe. 

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião - qual mais o atrai?  

Gosto muitíssimo de estudar a doutrina partindo do aspecto científico. 

O Consolador: Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis ao confrade iniciante?  

Gosto muito do livro Doenças da Alma, do Dr. Roberto Brólio, e com certeza d´O Evangelho segundo o Espiritismo

O Consolador: Você considera o Espiritismo uma religião? 

Sim, para mim o Espiritismo também é uma religião. Dentro da ciência e filosofia é que está a moral. Por causa disso, lembremos o que disse Allan Kardec em O que é o Espiritismo: “O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência experimental e uma doutrina filosófica. Como ciência pratica, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos, enquanto que, como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações”. 

O Consolador: Na aplicação dos passes magnéticos, que orientação vocês seguem na Casa que você coordena? 

Na Life Spiritist Society continuamos trabalhando com o passe comum, que é a imposição das mãos, que funciona muito bem para a realidade do grupo no momento.

O Consolador: Como vê a discussão em torno do aborto?  

Como mero estudante do Espiritismo, entendo que o aborto é impraticável, mas continuo acreditando que as pessoas terão seu momento certo para entender que, praticando o aborto, somente estarão fazendo mal a si próprias. 

O Consolador: Você tem tido contato com o movimento espírita brasileiro?  

Na realidade, não temos muito contato com o movimento espírita brasileiro, mas sempre que possamos estamos usando material vindo do Brasil em nossas reuniões. Particularmente, acho o movimento espírita no Brasil cheio de ferramentas boas para a divulgação da doutrina em todo o mundo. 

O Consolador: Como está estruturado o movimento espírita na Dinamarca? 

Novamente, é importante ressaltar que trabalhamos conforme as nossas condições e necessidades. Cada país é uma realidade diferente. Aqui na Dinamarca estamos convivendo com pessoas que em geral não acreditam em Deus, mas que, por outro lado, são supercaridosas. Procuramos focalizar mais a parte moral, para que sejamos aceitos em um contexto geral e com respeito.

O Consolador: Quantos grupos espíritas existem no país? 

Atualmente existem dois grupos espíritas na Dinamarca. Particularmente não tenho conhecimento de como se originou o movimento espírita por aqui. Prefiro acreditar que tudo está sendo conduzido com base no Espiritismo codificado por Allan Kardec. 

O Consolador: Como é em Copenhague a aceitação das pessoas com relação à Doutrina Espírita? 

As pessoas aqui a aceitam com muito respeito, como eles procedem normalmente, respeitando a tudo e a todos. Mas, de uma certa forma, eles preferem não se envolver.  

O Consolador: Existem dificuldades em desenvolver o trabalho espírita fora do Brasil? Se sim, quais são elas? 

Eu particularmente nunca senti nenhuma dificuldade em desenvolver o meu trabalho de espírita fora do Brasil. Onde morei, procurei me doar o máximo que pude para disseminação da doutrina, procurando respeitar sempre os limites das pessoas, principalmente os estrangeiros.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e violência que parece aumentar no Brasil e no mundo e como nós, espíritas, podemos cooperar para que essa situação seja revertida?  

Tudo isso é uma fase que, de certa forma, irá passar um dia. As pessoas irão se conscientizar no momento certo, mesmo que isso dure muitas existências aqui no planeta Terra. Cada um tem o seu momento. O que nós espíritas podemos fazer é sempre pedir em oração e nas nossas vibrações em nossos grupos para todos esses Espíritos que ainda se encontram agarrados à criminalidade e à violência. Só assim poderemos cooperar com a mudança.

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no mundo? 

O estudo, sempre focalizado no AMOR.

O Consolador: Para finalizar, diga-nos o que é o Espiritismo para você. Qual é a importância dele em sua vida? 

O Espiritismo é tudo em minha vida. Eu me transformei e aprendi a amar mais depois que conheci o Espiritismo. Sempre comentamos no horário do café no nosso grupo espírita aqui na Dinamarca: – O que seríamos de nós se não tivéssemos a Life Spiritist Society? Concluímos, então, que somos imensamente gratos por estarmos reencarnados aqui neste planeta, cumprindo o nosso período reencarnatório e, melhor ainda, vivendo na Dinamarca.
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita