MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Guará II, Distrito
Federal (Brasil)
O melhor
e o adequado
Certo professor meu
defendia ardorosamente
em suas aulas de
Administração dos
Materiais que não
poderíamos, na nossa
vida administrativa,
querer sempre o melhor.
O melhor era muito caro!
As organizações
demandavam, sim, o
adequado. Para uma
escola, colocar o papel
de secar as mãos de
melhor qualidade do
mercado pode nos obrigar
a tirar recursos do
material didático, pois
não existirá recurso
para colocar tudo de
primeira linha. Essa
sabedoria simples
chamou-me a atenção e
levei-a para a minha
vida profissional. Mas,
analisando a sua
propriedade, vemos que a
nossa vida como
Espíritos imortais
encarnados na Terra
também demanda um pouco
dessa visão.
O melhor é
insustentável, pois o
melhor de hoje não é
mais o melhor de amanhã.
O melhor exclui,
torna-se obsoleto com
grande velocidade. O
adequado atende. Na vida
nos digladiamos
cotidianamente pelo
melhor e esquecemos que
poderíamos estar
satisfeitos com o
adequado. Matamos um
leão a cada dia para dar
o melhor aos filhos,
quando eles necessitam
do adequado e de nós. A
busca pelo melhor é
infinita, efêmera.
O melhor é competitivo,
olha para o lado. O
adequado é para si, olha
para quem dele precisa.
Muitos no mundo sofrem
pela falta do adequado e
muitos outros se debatem
em tristeza pela falta
do melhor. O melhor é
construído, o adequado é
real. É fundamental
identificarmos em nossa
vida o que é adequado, o
que é necessário para
nos atender e aos que de
nós dependem. O melhor
precisa ser acompanhado
da ostentação. O melhor
é para poucos, o
adequado atende a mais
pessoas.
O melhor é elitista. O
melhor demanda escolhas,
pois os recursos são
limitados. O adequado é
distributivo, vai de
encontro às
necessidades, sem ser
mínimo. O melhor é fruto
de um processo de
comparações, para se
chegar a um eleito. O
adequado é fruto de um
processo de investigação
do atendimento de uma
necessidade. O melhor
ocupa os lugares do
adequado.
O melhor é consumista. O
adequado é o necessário.
Às vezes não precisamos
do melhor, mas
insistimos em tê-lo. O
adequado nos serve. O
melhor, só ele serve. O
adequado nos exige
adaptação. O melhor é a
originalidade da
exceção. O melhor sempre
custa muito caro. O
melhor sempre é alvo de
disputa.