EUGÊNIA PICKINA
eugeniamva@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Diretrizes
Freud dizia que
o medo de
superar os pais
na educação pode
ressoar como uma
ameaça (velada)
de se perder o
amor deles.
Obviamente, isso
tudo transita no
inconsciente,
mas o fato é que
isso pode
estagnar o nosso vir-a-ser.
Muitas pessoas
sofrem uma
castração
voluntária e o
conformismo pode
camuflar-se em
uma aparente
segurança, com a consequente
aceitação de uma
vida tacanha. Ou
pode levar a uma
busca incessante
por cargos,
funções e
títulos, que põe
em movimento a
renúncia à
própria
originalidade,
nesse caso
compreendida
como uma meta
menor, pois
desarticulada
dos padrões
sociais normóticos, que
valorizam o
poder e o
status como
fatores de
prestígio e de
excelência.
No geral,
ficamos muitas
vezes encerrados
no conhecido por
medo do
desconhecido – e
isso cristaliza
em nós o
conformismo e o
apego por uma
falsa
segurança,
porque o
sentir-se bem e
seguro só pode
advir do fato de
eu me tornar um
comigo mesmo e
com meus
propósitos mais
íntimos.
No poslúdio de
meus equívocos
mais dolorosos,
percebi que a
liberação do
conhecido
demanda muita
coragem e
flexibilidade.
Assim, quanto
mais impessoal o
conhecimento
sobre si mesmo,
mais estável,
rígido e
enraizado em
certezas ele
parecerá.
Contudo, quanto
mais pessoal
esse
autoconhecimento
se tornar, mais
questionamentos,
dúvidas e
incertezas serão
gestadas e isso
é aterrador,
embora
profundamente
rico.
É o fato de ter
uma tarefa a
cumprir que dá
sentido à nossa
existência.
Podemos achar
que isso é
reservado apenas
aos sábios e
eleitos, mas o
fato é que há
algo único
que cada ser
humano pode
realizar em sua
trajetória. Esse
algo, além
disso, está
estreitamente
implicado com o
desafio do
próprio
desenvolvimento...
O desejo de vida
consiste,
sempre, em
dar um passo a
mais. Para
isso, não
podemos nos
comparar com
ninguém, pois
cada um dispõe
de recursos e
maneiras
próprias para
percorrer o seu
caminho.
Ainda, apesar
dos dramas
diários, não
estamos privados
de ajuda, nem
vazios de
significado e,
por isso, o
cansaço de uma
vida provisória
leva ao desafio
da integração
das verdades
interiores,
sejam elas
alegres ou
desagradáveis,
para que haja a
restauração da
finalidade
pertinente ao
que nos é
essencial...
Luminosamente,
somos portadores
de um
inconsciente
rico e que nos
alerta por meio
das formas
aparentes da
vida cotidiana,
dos sonhos e dos
insights.
Então, a
caminho, não nos
sentiremos
solitários em
nossa solidão e
sutilmente
saberemos que o
silêncio fala.
Consequentemente,
atentos ao
Navegador,
resgataremos o
nosso apoio no
Invisível (e nos
amigos
espirituais) e
deixaremos de
confundir o
efêmero
(ter) com o
essencial
(ser), pois uma
existência é
tão-só passagem.