2. A Revue
publica o relato da
cura de uma jovem
obsidiada de Marmande. O
autor da notícia é o Sr.
Dombre, que informa o
leitor sobre as crises
convulsivas
experimentadas por
Valentine Laurent, de 13
anos. Essas crises, além
de se repetirem várias
vezes por dia, eram de
tal violência que cinco
homens tinham
dificuldade de mantê-la
na cama. Tratava-se de
um caso obsessivo dos
mais graves, produzido
pelo Espírito de
Germaine, que se revelou
em 16/9/1864. (Págs.
4 a 8.)
3. Valentine era
sensível ao tratamento
recebido do Sr. Dombre
por meio da imposição de
mãos, mas, tão logo ele
se afastava, voltavam as
crises. (Págs. 9 a
12.)
4. Depois de um longo
tratamento e de hábeis
instruções transmitidas
a Germaine, o Espírito
que perturbava
Valentine, o processo
obsessivo chegou ao fim
e tudo se explicou.
(Págs.12 a 17.)
5. Germaine,
arrependida, pediu
perdão à menina e disse
que agora se sentia
outra pessoa, porquanto
a prece que derramaram
sobre seu Espírito
tornara sua alma mais
limpa e extinguira sua
sede de vingança. No dia
seguinte, a conselho dos
guias espirituais, o Sr.
Dombre fez com que
Valentine adormecesse
todos os dias pelo sono
magnético, de modo a
livrar-se completamente
da ação dos maus fluidos
que a tinham envolvido
e, ao mesmo tempo,
fortificar o seu
organismo. É que, desde
a libertação, a jovem
experimentava mal-estar,
incômodos do estômago,
pequenos abalos
nervosos, consequências
do processo obsessivo.
(Págs. 17 e 18.)
6. À margem do caso,
Kardec indaga: “Para que
teria servido o
magnetismo se a causa
tivesse subsistido?” Era
preciso primeiro
destruir a causa, antes
de atacar os efeitos,
ou, pelo menos, agir
sobre ambos
simultaneamente,
esclarece o Codificador,
mostrando que o
magnetismo, por si só, é
incapaz de curar as
obsessões graves.
(Pág. 18.)
7. A Revue transcreve
o diálogo travado no ano
de 1862 entre o Sr. Rul,
membro da Sociedade
Espírita de Paris, e o
Espírito de um jovem
surdo-mudo de 12 a 13
anos, ainda encarnado.
Na conversa o jovem
disse que nascera assim
como expiação de seus
crimes no passado: ele
fora parricida.
(Págs. 19 e 20.)
8. Reportando-se ao
livro “Aparição real
de minha mulher após sua
morte”, de 1804, em
que o dr. Carlos Woetzel
descreve a aparição da
própria esposa, que se
lhe mostrou de vestido
branco, com o mesmo
aspecto que tinha antes
de morrer, Kardec
informa que, na
descrição feita pelo dr.
Woetzel a respeito do
corpo etéreo apresentado
pela mulher, só faltou a
palavra perispírito e
acrescenta que, segundo
o Sr. Pezzani, o
conhecimento do corpo
espiritual remonta à
mais alta antiguidade e
que apenas o nome de
perispírito é moderno.
(Págs. 21 e 22.)
9. São Paulo refere-se
com clareza à existência
do corpo espiritual em
sua 1a
Epístola aos Coríntios,
cap. 15, versículo 44.
Woetzel o descobriu
apenas pela força do
raciocínio. O
Espiritismo, tendo-o
estudado nos numerosos
fatos que observou,
descreveu-lhe as
propriedades e deduziu
as leis de sua formação
e de suas manifestações.
(Pág. 22.)
10. A propósito do caso
conhecido como o “ovo de
Saumur”, sobre cuja
casca viam-se, em
relevo, claramente
desenhados, objetos de
santidade e inscrições,
Kardec adverte – depois
de afirmar que fatos
como esse nenhuma
relação têm com o
Espiritismo – que os
espíritas não são tão
crédulos quanto o dizem.
“Desde que um fenômeno
insólito se apresente,
eles procuram antes de
tudo a explicação no
mundo tangível, e não
misturam os Espíritos em
tudo quanto é
extraordinário, porque
sabem em que limites e
segundo que leis sua
ação se exerce.”
(Págs. 22 a 24.)
11. A Revue
noticia o lançamento do
livro “A Pluralidade
das Existências da Alma”,
de André Pezzani,
advogado na Corte
Imperial de Lyon, na
qual o autor demonstra
que a doutrina da
metempsicose animal é
posterior à doutrina da
pluralidade das
existências humanas, ou
reencarnação, e apenas
uma derivação alterada
desta. (Págs. 24 e
25.)
12. A encarnação nos
animais foi ensinada ao
vulgo como um freio às
paixões. Encarnar em
animais era uma espécie
de punição, criada com o
objetivo de espantar as
pessoas, evitando-se
assim que cultivassem
vícios ou violassem as
leis do Estado. Com base
nessa proposta,
atribuída a Timeu de
Locres, que fora mestre
de Platão, as almas dos
homens tímidos
reencarnariam em corpos
de mulheres expostas ao
desprezo e às injúrias;
as almas dos assassinos
voltariam em corpos de
animais ferozes; a dos
impudicos, em corpos de
porcos e javalis.
(Pág. 25.)
(Continua no próximo
número.)