ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte 1)
Iniciamos nesta edição o
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano, que será
aqui estudado em 20
partes. A fonte do
estudo é a 21ª edição do
livro, publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como foi escrito o
livro Memórias do
Padre Germano?
|
Padre Germano valeu-se,
para ditar suas
memórias, de um médium
falante inconsciente,
auxiliado por alguém que
fosse capaz de
registrar, sentir,
compreender e apreciar o
que ele dissesse. Essa
foi a tarefa que coube a
Amália Domingo Sóler, um
dos maiores vultos do
Espiritismo na Espanha,
que trabalhou com o
médium e o Padre Germano
na redação das
Memórias até 10 de
janeiro de 1884.
(Memórias do Padre
Germano, pág. 12.)
B. Pode o criminoso, em
seu remorso, ver o
Espírito de sua vítima?
Sim. Foi o que lhe
confessou um homem que
havia matado uma moça.
“Padre - disse-lhe então
o infeliz -, como é
triste a existência do
criminoso! Dez anos há
que matei uma pobre moça
e há tantos sua sombra
me persegue! Ainda
agora, aqui está ela
entre nós dois!” Pouco
depois, ao subir ao
patíbulo, ele
acrescentou: “Lá está
ela no lugar do
carrasco... Padre, rogai
a Deus para que não mais
a veja após a morte, se
é que os mortos se veem
na eternidade...”
(Obra citada, pág.
18.)
C. Que avaliação Germano
fazia dos sacrifícios
impostos aos sacerdotes
católicos?
Além de sua evidente
ojeriza pelo
confessionário, Padre
Germano entendia que o
sacrifício do sacerdote
católico é contrário às
leis naturais.
(Obra citada, pp. 20 e
21.)
Texto para leitura
1. Amália Domingo Sóler
diz, no seu prefácio,
que as Memórias do
Padre Germano
começaram a ser
publicadas a 29 de abril
de 1880 no jornal
espírita “A Luz do
Porvir”, e só depois
foram reunidas em livro.
Perseguido por seus
superiores hierárquicos,
Padre Germano viveu
desterrado em obscura
aldeia, palco de grande
parte das histórias aqui
relatadas, onde realizou
um trabalho notável que
engrandeceria qualquer
pessoa que pretenda
tornar-se cristã na
verdadeira acepção do
termo. (PP. 11 a 13)
2. O Espírito do Padre
Germano valeu-se, para
ditar suas memórias, de
um médium falante
inconsciente, auxiliado
por alguém que fosse
capaz de registrar,
sentir, compreender e
apreciar o que ele
dissesse. Essa a tarefa
que coube a Amália
Domingo Sóler, um dos
maiores vultos do
Espiritismo na Espanha,
que trabalhou com o
médium e o Padre Germano
na redação destas
Memórias até 10 de
janeiro de 1884.
(P. 12)
(N.R.: Nesta obra, a
partir da pág. 367, foi
incluído pela Editora da
FEB um apêndice
intitulado
“Recordações”, ditado
pelo Espírito do Padre
Germano ao médium Chico
Xavier e publicado
inicialmente no
“Reformador”, em
fevereiro e março de
1932.)
3. O cap. 1, intitulado
“Remorso”, focaliza o
caso do juiz que relatou
ao Padre Germano, em
confissão, ter matado um
homem, vítima de
misterioso crime do qual
uma pessoa acabara de
confessar-se culpada
perante o Tribunal.
Tendo sido nomeado juiz
daquela causa, ele não
podia, evidentemente,
condenar o réu confesso.
Como proceder então? O
conselho do Padre ao
juiz foi claro: já que o
réu gozava perfeito
equilíbrio das
faculdades mentais, ele
não deveria ter remorso
em condená-lo, visto que
provavelmente a
confissão fora provocada
por remorso de um outro
crime. (PP. 16 a 18)
4. Dito e feito. Ao
ouvir o homem que se
dizia culpado, Padre
Germano teve confirmada
a sua suspeita. “Padre
-- disse-lhe então o
infeliz --, como é
triste a existência do
criminoso! Dez anos há
que matei uma pobre moça
e há tantos sua sombra
me persegue! Ainda
agora, aqui está ela
entre nós dois!” Pouco
depois, ao subir ao
patíbulo, ele
acrescentou: “Lá está
ela no lugar do
carrasco... Padre, rogai
a Deus para que não mais
a veja após a morte, se
é que os mortos se veem
na eternidade...” (P.
18)
5. Para sossego do juiz
homicida, Padre Germano
repetiu-lhe quanto
dissera o outro Caim. Um
ano depois, o juiz
entrava para um
manicômio, do qual não
mais sairia. (P. 19)
6. No cap. 2, intitulado
“As Três Confissões”,
Padre Germano deixa
evidente a sua ojeriza
pelo confessionário e
informa ter sido educado
no mais rigoroso
ascetismo, no seio de
uma comunidade
religiosa, sem haver
conhecido sua mãe.
“Serás ministro de Deus
e fugirás da mulher,
porque Satanás dela se
vale para perder o
homem”, eis o que lhe
inculcaram desde cedo.
Só mais tarde, porém, é
que compreenderia que o
sacrifício do sacerdote
católico é contrário às
leis naturais. (PP. 20 e
21)
7. Uma experiência
marcante em sua vida,
quando ele contava 35
anos, é também relatada
neste capítulo: foi
quando conheceu uma
jovem entre 12 e 14
anos, que lhe confessou
amá-lo. A menina pálida
dos cabelos negros
ficou-lhe gravada na
mente, e durante muito
tempo os jasmins que
trazia na fronte
perturbaram com seu
perfume o seu sono e as
suas orações, até que,
oito anos mais tarde, um
apressado cavaleiro
chegou à sua aldeia
pedindo-lhe fosse
atender sua esposa,
então moribunda, que
queria, antes de morrer,
confessar-se. (PP. 22 e
23)
8. A jovem Duquesa,
vencida por uma febre
insidiosa, era a mesma
menina pálida de cabelos
negros, que lhe reiterou
o mesmo amor confessado
oito anos antes. Dois
dias depois ela expirou,
rogando-lhe: “Quero que
me enterrem aqui nesta
aldeia e neste
cemitério, para estar
junto de vós, morta, já
que o não pude estar em
vida”. (PP. 23 e 24)
(Continua na próxima
edição.)