Federação
Espírita do
Estado da Bahia:
94 anos de
Unificação
Sucessora da
União Espírita
Baiana, fundada
em 25 de
dezembro de
1915, a
Casa-Máter do
Espiritismo na
Bahia comemorou
em dezembro mais
um ano de vida
A Federação
Espírita
Brasileira/FEB,
fundada em 2 de
janeiro de 1884,
publicou em 1º
de novembro de
1904 importante,
pioneiro e hoje
centenário
documento
intitulado
Bases de
Organização
Espírita.
Dentre várias
proposições ali
contidas, a
principal é a de
criar, em todos
os Estados da
União, um
órgão unificador,
comunicando-se
com as demais
instituições
estaduais e com
a FEB. A
atribuição
básica desse
órgão seria a de
manter a
harmonia do
Movimento
Espírita,
garantindo sua
unidade e, em
consequência, a
expansão segura
do Espiritismo.
(1)
Quarenta e cinco
anos depois, em
5 de outubro de
1949, outra
iniciativa do
Movimento
Espírita
Brasileiro viria
renovar e
fortalecer esses
mesmos
propósitos do
opúsculo “Bases
de Organização
Espírita”, na
Grande
Conferência
Espírita do Rio
de Janeiro,
quando foi
selado o acordo
que ficou
conhecido como
PACTO ÁUREO.
A imediata
propagação dos
ideais da
Unificação teve
efeito em
janeiro de 1950,
com a instalação
do Conselho
Federativo
Nacional e,
em seguida, em
outubro do mesmo
ano, da
Caravana da
Fraternidade,
cuja marcha teve
início em
Salvador (BA),
onde, em 2 de
novembro de
1950, foi
fundada a
USEB/União
Social Espírita
da Bahia,
prosseguindo por
outros Estados
brasileiros. (2)
Os sinais
preliminares das
atividades
unificadoras
constam do
estatuto da
antiga União
Espírita Baiana
A Bahia tem
também nos seus
anais o
pioneirismo da
instalação, em
17/9/1865, do
Grupo Familiar
do Espiritismo,
primeiro Centro
Espírita do
Brasil, e do
surgimento da
Imprensa
Espírita
Brasileira, em
julho de 1869,
com o jornal
O Eco de
Além-Túmulo,
ambos fundados
por iniciativa
de Luís Olímpio
Teles de Menezes
(1825-1893). (3)
Contudo, os
sinais
preliminares das
atividades
unificadoras
constam do
estatuto da
antiga União
Espírita Baiana
desde 25 de
dezembro de 1915,
data de sua
fundação, e que
previa, no
capítulo I,
artigo 1º,
parágrafo
segundo, “constituir-se
entre as
associações
espíritas do
Estado o
laço de união
e
solidariedade,
integrando-as
ao mesmo tempo
no movimento de
organização
espírita do
Brasil e de todo
o planeta,
segundo o plano
da Federação
Espírita
Brasileira”.
(grifamos)
Emociona
observarmos no
documento de
29/6/1916, que
aprovou o
“projeto de
estatuto da
União Espírita
Baiana”, a
assinatura,
representando o
Grupo
Caridade,
dentre outras,
de José
Petitinga
(1866-1939),
esse valoroso e
dinâmico
pioneiro do
movimento
espírita da
Bahia e que
hoje, no mundo
espiritual,
prossegue
incansável,
impulsionando as
atividades
unificacionistas
no Estado e no
Brasil.
Esses eram os
primeiros
momentos
federativos
vividos pelos
espíritas
baianos,
confirmados,
anos depois, com
o Acordo de
Unificação do
Movimento
Espírita,
aprovado em
3/9/1972, e
assinado na
sessão de
encerramento do
III Congresso
Espírita
Estadual, em
30/10/1972, em
que a USEB
transferia à
União Espírita
Baiana “o
encargo e
responsabilidade
da coordenação,
orientação e
concretização da
Unificação do
Movimento
Espírita no
Estado da
Bahia”.
Nesses 94 anos,
a história da
FEEB ostenta
consideráveis
esforços para
manter acesa a
chama da
Unificação
Esses atos
culminariam,
posteriormente,
com o surgimento
da Federação
Espírita do
Estado da Bahia/FEEB,
em 11 de
fevereiro de
1973, nova
denominação da
União Espírita
Baiana. São 94
anos, portanto,
desde 1915, de
perseverantes
investimentos no
ideal
unificacionista,
sobretudo
através do
modelo do
federativismo,
que é “um
fenômeno
unificador e
criativo, tendo
como
unidade-base o
Centro
Espírita”.
Nesses noventa e
quatro anos de
trajetória
federativa, a
história das
origens da
FEEB ostenta
consideráveis
esforços para
manter acesa a
chama dos ideais
de Unificação,
cujos primeiros
sinais
encontramos em
trechos do
discurso
pronunciado em
1º de abril de
1862, por Allan
Kardec, na
Sociedade
Parisiense de
Estudos
Espíritas/SPEE,
na abertura do
ano social, e
onde
identificamos o
paradigma do
modelo
unificacionista
do Movimento
Espírita
Brasileiro,
competentemente
dinamizado pela
Federação
Espírita
Brasileira/FEB,
por meio das
atividades
conhecidas como
federativismo:
“Senhores,
cabe aqui uma
observação muito
importante sobre
a natureza das
relações que
existem entre a
Sociedade de
Paris e as
reuniões ou
Sociedades
fundadas sob os
seus auspícios,
e que seria erro
considerar como
sucursais. A
Sociedade de
Paris não tem,
sobre aquelas,
outra autoridade
senão a da
experiência. O
laço que as une
é, pois,
puramente moral,
fundamentado na
simpatia e na
similitude de
ideias; a única
palavra de ordem
é a que deve
unir todos os
homens: caridade
e amor ao
próximo, palavra
de ordem
pacífica e que
não deixa margem
a dúvidas”.
(4)
O estatuto da
FEEB,
aprovado em
fevereiro de
1973, recebeu o
aval do Espírito
de José
Petitinga
Na histórica
mensagem
transmitida por
via psicofônica
ao médium
Divaldo Pereira
Franco, no
encerramento da
solenidade em
que entrou em
vigor o estatuto
da FEEB,
naquela manhã de
11 de fevereiro
de 1973, que
consolidava o
“acordo de
Unificação”, o
venerável
Espírito de José
Petitinga faz
comovedora prece
a Jesus, da qual
destacamos os
parágrafos
abaixo.
(5)
“Senhor Jesus!
Abençoa os
operários da tua
obra, na
diligência da
Boa Nova!
“Dá-nos as tuas
mãos para que as
nossas débeis e
trêmulas mãos
possam operar
incessantemente
no bem, até o
instante da
nossa libertação
total.
“Ante a
Unificação dos
labores que nos
congregam, nas
linhas do
Espiritismo, nós
te pedimos que
nos dês
consciência para
agir,
discernimento
para compreender
e nobreza para
perseverar, haja
o que haja,
porquanto em Ti
haurimos o
exemplo máximo
da dedicação até
o sacrifício da
vida por amor a
todas as vidas
em nome da Vida
Abundante de
todos nós.
“Abençoa, pois,
Senhor e Guia
Divino, os teus
trabalhadores
desencarnados e
encarnados no
começo da obra
de restauração
da Verdade na
Terra, ora
reafirmada neste
documento de
amor, que leva o
sinete da tua
misericordiosa
presença.”
A meta
fundamental da
novel Entidade
seria
reestruturar e
dinamizar o
trabalho
federativo no
Estado da Bahia
Ainda, naquele
mês histórico de
fevereiro de
1973, a USEB
publicaria o
seu último
Boletim, de
número 9,
anunciando o
encerramento de
suas atividades
e o surgimento
da FEEB,
divulgando a
meta fundamental
da novel
Entidade, que
seria
reestruturar e
dinamizar o
trabalho
federativo no
Estado,
elaborando em
seguida um Plano
de Ação e
apresentando o
primeiro projeto
de Ação
Federativa.
Nos dias atuais
a FEEB
concentra
esforços no
“aperfeiçoamento
do trabalhador
espírita, na
inserção do
conhecimento
espírita na
sociedade e na
organização e
ampliação da
rede de
instituições
espíritas”,
participando
ativamente das
reuniões do CFN/Conselho
Federativo
Nacional, da
Comissão
Regional
Nordeste e de
outras
atividades
promovidas pela
FEB.
Assim, desde
aqueles dias
heróicos de
1915, são mais
de nove décadas
ininterruptas de
intenso labor,
dedicadas às
atividades
federativas
espíritas, para
se manter fiel
aos compromissos
assumidos pelos
inesquecíveis
Petitinga e
Manoel Philomeno
de Miranda
(1876-1942), em
consonância com
as nobres
diretrizes da
Codificação
Espírita.
Congratulações,
portanto, aos
seus dirigentes
e trabalhadores,
de todos os
tempos, pela
significativa
efeméride.
Referências:
(1) Apostila
Movimento
Espírita.
FEB. 1994.p.54.
(2) Idem,
ibidem, p.54 a
57.
(3) Wantuil,
Zêus. Grandes
Espíritas do
Brasil. 1.
ed. FEB, 1969.
p.570 e 578.
(4) Kardec,
Allan.
Revista Espírita.
Junho de 1862.
1. ed. FEB,
2004.p.231 e
232.
(5) Estatuto da
FEEB, 1973,
p.29.