13. Pitágoras não foi,
pois, o autor da
metempsicose; foi
tão-somente o seu
propagador na Grécia,
depois de a haver
encontrado entre os
indianos. Acresce ainda
notar que a encarnação
entre os animais
consistia, segundo os
seus defensores, numa
punição temporária, uma
espécie de prisão da
qual, ao sair, a alma
entrava na Humanidade.
(Págs. 25 e 26.)
14. A Revue
anuncia o surgimento em
dezembro de 1864 do
jornal espírita “O
Médium Evangélico”,
de Toulouse. Em seu
número inicial, o novo
periódico explica que,
tendo em vista que o
objetivo essencial do
Espiritismo é a
moralização, ele seria
redigido conforme o
espírito evangélico, que
é sinônimo de caridade,
tolerância e moderação.
(Págs. 26 e 27.)
15. Na seção de livros
novos, a Revue
divulga a publicação de
um opúsculo em língua
alemã intitulado
“Alfabeto Espírita -
Para ensinar a ser
feliz”, composto de
uma coletânea de
comunicações mediúnicas
em prosa e verso
recebidas na Sociedade
Espírita de Viena, sobre
diferentes assuntos de
moral, postos em ordem
alfabética. O autor, Sr.
Delhez, de Viena, era o
tradutor d’ O Livro
dos Espíritos em
língua alemã. (Pág.
28.)
16. Encerrando o número
de janeiro de 1865, a
Revue transcreve
três mensagens
mediúnicas obtidas na
Sociedade de Antuérpia
em 1864 e firmadas pelo
Espírito de Fénelon. Eis
alguns dos pensamentos
que nelas se contêm: I)
“Deus é tão justo quanto
grande. Apoiai-vos nele
e ele vos inundará de
sua graça.” II)
“Espíritas, erguei-vos;
dai a mão aos vossos
irmãos, os apóstolos da
fé, para que sejais
fortes ante o exército
tenebroso que vos quer
engolir.” III) “Jamais
é o homem tão forte do
que quando sente a sua
fraqueza; tudo pode
empreender sob o olhar
de Deus. Sua força moral
cresce em razão de sua
confiança, porque sente
necessidade de
dirigir-se ao Criador
para pôr sua fraqueza ao
abrigo das quedas a que
a imperfeição humana o
pode arrastar.” IV)
“Todo homem necessita de
conselhos. Infeliz
aquele que se julga
bastante forte por suas
próprias luzes, porque
terá numerosas
decepções. O Espiritismo
está cheio de escolhos,
mesmo nos grupos e, com
mais forte razão, no
isolamento.” V) “Cada
luta enfrentada
corajosamente sob o
olhar de Deus é uma
prece fervorosa, que
sobe a ele como o
incenso puro e de odor
agradável.” VI) “Se
bastasse formular
palavras para se dirigir
a Deus, os inoperantes
apenas teriam que tomar
um livro de preces para
satisfazer a obrigação
de orar. O trabalho, a
atividade da alma são a
única boa prece que a
purifica e a faz
crescer.” (Págs. 28 a
31.)
17. A apreensão da morte
– diz Kardec na abertura
do número de fevereiro –
é efeito da sabedoria da
Providência e uma
consequência do instinto
de conservação comum a
todos os seres vivos. À
medida que o homem
compreende melhor a vida
futura, diminui a
apreensão da morte. A
certeza da vida futura
dá outro curso às suas
ideias, outro objetivo a
seus trabalhos, porque
ele então sabe que seu
futuro depende da
direção que der ao
presente. (Pág. 33.)
18. A apreensão da morte
depende, assim, da
insuficiência das noções
sobre a vida futura.
Enfraquece à medida que
se forma a certeza;
desaparece quando a
certeza sobre o futuro é
completa. (Págs. 34 a
36.)
19. A doutrina espírita,
portanto, muda
inteiramente a maneira
de encarar o futuro. A
vida futura não é mais
uma hipótese, mas uma
realidade; o estado das
almas após a morte não é
mais um sistema, mas o
resultado da observação.
Eis aí a causa da calma
com que os espíritas
encaram a morte e da
serenidade de seus
últimos instantes na
Terra. O que os sustém
não é só a esperança, é
a certeza. (Págs. 36
e 37.)
20. Tratando dos
incessantes progressos
que o Espiritismo
apresentava, Kardec
destaca a principal
causa disso: é que, ao
contrário das doutrinas
puramente especulativas,
o Espiritismo repousa
sobre um fato – o da
comunicação entre o
mundo visível e o
invisível. Ora, um fato
não pode ser anulado
pelo tempo, como uma
opinião. O Espiritismo
é, por isso mesmo,
imperecível. Apoiando-se
não numa ideia
preconcebida, mas em
fatos patentes, ele está
ao abrigo das flutuações
comuns às diferentes
doutrinas que tiveram
sucesso circunscrito ou
temporário, e não poderá
senão crescer. (Págs.
38 e 39.)
21. Alguns, no entanto,
dirão que ao lado dos
fatos o Espiritismo
apresenta uma teoria,
uma doutrina. Quem pode
assegurar que essa
teoria não sofrerá
variações? Sem dúvida,
reconhece Kardec, ela
poderá sofrer
modificações em seus
pormenores, à vista de
novas observações; mas
seu princípio não pode
variar e, menos ainda,
anular-se; eis o
essencial. (Pág. 40.)
22. Concluindo, adverte
o Codificador: “O
Espiritismo está longe
de haver dito a última
palavra, quanto às suas
consequências, mas é
inamolgável em sua base,
porque esta base está
assentada nos fatos”.
(Pág. 41.)
23. Na Sociedade
Espírita de Paris, um
Espírito explica a causa
do mutismo que afetava
um menino de três anos,
dizendo tratar-se de uma
inteligência que poderia
ainda ficar velada por
algum tempo, pelo
sofrimento material da
reencarnação, a que teve
ele muita dificuldade em
se submeter. Mas o seu
guia o ajudava com terna
solicitude a sair desse
estado pelos conselhos,
o encorajamento e as
lições que lhe dava
durante o sono do corpo.
(Págs. 41 a 43.)
24. Durante o período da
primeira infância,
quando a criança ainda
se vale do berço, a ação
da alma sobre a matéria
é pouco sensível. Os
guias espirituais
procuram aproveitar
esses instantes para
preparar o Espírito e o
encorajar às boas
resoluções de que sua
alma está impregnada. É
nesses momentos de
desprendimento que o
Espírito, saindo da
perturbação que teve de
passar para encarnar-se,
compreende e lembra os
compromissos contraídos
para o seu adiantamento
moral. (Pág. 44.)
(Continua no próximo
número.)