Uma confreira do
Ceará pergunta-nos que
devemos entender por
sonambulismo, tema a que
Kardec se refere na questão
455 d´O Livro dos
Espíritos.
Resumidamente lembremos que
na mencionada questão está
dito que os
fenômenos do sonambulismo
natural se produzem
espontaneamente e independem
de qualquer causa exterior
conhecida. Contudo, em
certas pessoas dotadas de
especial organização podem
ser provocados
artificialmente, pela ação
do agente magnético. Esse
estado, que se designa pelo
nome de sonambulismo
magnético, difere do
sonambulismo natural apenas
porque é provocado, enquanto
o outro é espontâneo.
Na visão espírita, o
sonambulismo é mais do que
um fenômeno psicológico – é
uma luz projetada sobre a
Psicologia. É aí que se pode
estudar a alma, porque é
onde esta se mostra a
descoberto. Quando o
sonâmbulo descreve o que se
passa a distância, ele vê,
não com os olhos do corpo,
mas com as percepções da
alma, que se transporta,
então, ao lugar que ele
descreve.
O sonambulismo natural e
artificial, o êxtase e a
dupla vista são efeitos
variados que derivam de uma
mesma causa, que é a
capacidade que tem a alma de
se emancipar, de se
desprender do corpo físico,
mesmo durante a encarnação.
Complementando as
informações sobre o assunto,
Kardec ensina, nos itens 172
a 174 d´ O Livro dos
Médiuns, que o
sonambulismo pode ser
considerado uma variedade da
faculdade mediúnica, ou
melhor, trata-se de duas
ordens de fenômenos que se
encontram frequentemente
reunidas. O sonâmbulo age
sob a influência do seu
próprio Espírito: é sua alma
que, no momento de
emancipação, vê, ouve e
percebe fora dos limites dos
sentidos. Os médiuns são,
por sua vez, instrumentos de
uma inteligência estranha e,
como instrumentos passivos,
o que dizem não provém
deles. Mas o Espírito que se
comunica por um médium pode
muito bem fazê-lo por meio
de um sonâmbulo. O estado de
emancipação da alma, durante
o sonambulismo, torna essa
comunicação mais fácil e aí
então podemos considerá-lo
um médium sonâmbulo ou um
sonâmbulo-médium.
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