WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, São
Paulo (Brasil)
O mais rico...
– A civilização,
criando novas
necessidades,
não é a fonte de
novas aflições?
“Os males deste
mundo estão na
razão das
necessidades
artificiais que
criais para vós
mesmos. Aquele
que sabe limitar
os seus desejos
e ver sem cobiça
o que está fora
das suas
possibilidades,
poupa-se a
muitos
aborrecimentos
nesta vida. O
mais rico é
aquele que tem
menos
necessidades.”
(Questão 926
de “O Livro dos
Espíritos”, de
Allan Kardec.)
Os bens
materiais são
ferramentas
importantes
colocadas à
nossa
disposição, para
serem usadas de
forma adequada,
como auxiliares
do nosso
aprimoramento
espiritual, pois
que a verdadeira
vida não é a
física. A
utilização
indevida delas é
que tem
proporcionado a
infelicidade
entre os homens.
Sendo criaturas
imortais, a vida
definitiva é a
espiritual.
Nossa
permanência
neste mundo é
temporária e a
utilização que
fazemos da
matéria também é
passageira, por
isso, devemos
refletir com
consciência
sobre a forma e
maneira de viver
bem por aqui,
extraindo dessa
existência o
máximo de
aprendizado
possível, tendo
em vista o nosso
progresso
espiritual.
O egoísmo que
ainda carregamos
tem empanado a
nossa visão,
impossibilitando
enxergarmos os
reais valores da
vida, aqueles
que nos
atestarão
crescimento
interior. Essa
terrível chaga
da humanidade
enfraquece o
amor ao próximo,
obscurece o
sentimento de
fraternidade e
ofusca nossas
iniciativas em
favor da
construção de
uma sociedade
mais justa e
humana, pois que
sugere a
realização de
ações que visam
somente a nossa
comodidade.
E o desejo de
juntar e ter,
materialmente,
cada vez mais
tem abafado os
nossos
sentimentos de
maneira que
passamos a
pensar somente
em nós mesmo, no
nosso bem estar,
no conforto da
nossa família e
poucas atenções
damos àqueles
que seguem ao
nosso lado,
vivendo momentos
de aflições e
angústias.
O ensinamento de
Jesus: “Ama teu
próximo como a
ti mesmo” acaba
não recebendo as
atenções e a
compreensão
desejadas, pois
que na verdade a
preocupação é
sempre conosco
mesmo, embora a
nossa afirmação
de que somos
verdadeiros
cristãos.
Criando novas
necessidades,
nem sempre
imprescindíveis,
obviamente temos
que nos esforçar
para atendê-las,
o que acaba por
nos escravizar a
uma vida voltada
às conquistas
materiais,
dentro do
conceito de
possuir sempre
mais e mais,
enquanto os
valores
espirituais vão
ficando para
segundo plano,
para outras
oportunidades.
E como o tempo
corre célere,
quando
percebemos já
está findando a
nossa vida aqui
na Terra e tudo
o que fizemos
foi deitar
preocupações em
ter, em possuir
bens e coisas
materiais, que
não nos
acompanharão à
vida espiritual
que
inexoravelmente
nos aguarda.
Conseguimos
valores, moedas,
patrimônio, mas
não conseguimos
a paz de uma
consciência
tranquila nos
deveres que
deveriam ser
cumpridos. O
remorso e o
arrependimento
aparecem, mas
pode ser tarde e
a grande
oportunidade de
prosperarmos
espiritualmente
talvez esteja
perdida. Então,
o medo e o pavor
se instalam em
nossas mentes
ante a incerteza
do futuro.
Diante da
assertiva de que
o homem mais
rico é aquele
que tem menos
necessidades,
porque quase
sempre somos
insaciáveis,
querendo mais e
mais, talvez
ainda haja
tempo para que
tomemos a
deliberação de
pensar no
enriquecimento
interior, na
aquisição de
valores nobres,
como caridade,
solidariedade,
altruísmo, amor
ao próximo e
outros de igual
importância, uma
vez que serão
essas aquisições
que eternamente
seguirão
conosco, com
capacidade de
nos proporcionar
a paz que
queremos e a
serenidade que
buscamos.
Certamente
ninguém está
impedido de
usufruir dos
bens materiais,
que aí estão
para serem
utilizados, mas,
obviamente, de
forma
equilibrada,
como recursos
disponíveis, mas
precisamos
manter em mira
sempre o desejo
de aquinhoar
bens
espirituais,
porque eles sim,
nos farão
melhores e nos
garantirão uma
boa posição
futura.