WELLINGTON BALBO
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Bauru, São Paulo (Brasil)
Culpa de Deus?
O jovem que
tentara ser
artista sem
sucesso tinha
ferocidade pelo
poder; embora
austríaco,
tornou-se
fervoroso
nacionalista
germânico,
serviu na
primeira grande
guerra no
exército alemão
e foi
condecorado com
duas medalhas
por bravura.
Astuto,
considerado por
alguns
historiadores
como um dos
maiores oradores
da história
humana e dotado
de enorme poder
de persuasão,
logo conseguiu
seu intento de
conquistar o
poder.
A segunda grande
guerra começava,
sob sua batuta a
Alemanha
subjugou povos,
conquistando
territórios em
grande parte da
Europa e Norte
da África.
Campos de
extermínio foram
construídos,
organizados como
grande empresa,
corpos
catalogados e
minuciosamente
verificados com
a finalidade de
achar objetos de
valor, tais
como: alianças,
obturação
dentária,
anéis...
Homens, mulheres
e crianças eram
transportados em
vagões de gado e
atirados à
câmara de gás;
após o
extermínio, seus
corpos eram
utilizados para
fazer sabão.
Adolf Hitler, o
fanático líder
germânico, foi o
responsável por
uma das páginas
mais tristes da
história da
humanidade. Seus
ideais
lunáticos,
embasados na
macabra ideia de
superioridade da
sua raça, o
levaram a
perseguir
ciganos, russos
e em especial
judeus. Foram
mais de trinta
milhões de
pessoas
massacradas sob
sua
responsabilidade.
Em 1945 acabou
suicidando-se.
Indignados,
alguns chegam
mesmo a
questionar: onde
andava Deus que
permitiu tamanha
atrocidade?
Deus andava no
lugar de sempre,
a olhar por
todos nós.
É a famosa
tendência humana
de se livrar das
responsabilidades.
Hecatombes
acontecem. Culpa
de Deus!
Crimes pululam
por todos os
cantos. Onde
estava Deus que
permitiu
absurdos?
Crianças morrem
de fome.
Injustiça
Divina!
O homem, ser
pensante da
criação, passa
incólume diante
de suas
criações,
imaturo,
deposita o
débito de seus
feitos doentios
em Deus.
Fácil colocar a
responsabilidade
dos desmandos
cometidos pela
insanidade
humana,
comandada por
cérebros
intoxicados pelo
fanatismo e
vaidade, em
Deus.
Mais complicado
é admitir nossa
responsabilidade
sobre os
problemas e
acontecimentos
que afligem
nosso planeta.
Admitir que
somos falhos,
que nos
equivocamos e
que devemos nos
reformar
intimamente
requer uma boa
dose de
humildade. E
humildade é
virtude difícil
de encontrar,
por isso,
frequentemente
reporta-se a
Deus como
principal
responsável
pelas dolorosas
situações
vivenciadas.
É mais prático e
rápido: Culpa
de Deus!
Quando nos
dermos conta de
que podemos
transformar a
história de
nossa vida e de
tantos outros ao
mudar nossas
disposições
intimas,
assumindo
compromissos com
nossa
consciência,
veremos que: a
criação de Deus
é a vida, o
amor, a
plenitude...
A missão do
homem é dar
qualidade à vida
que Deus, por
amor, lhe
concedeu.
Fome, violência,
abuso de
autoridade,
devaneios,
guerras,
limitação
da liberdade
alheia são
filhos do
egoísmo humano,
jamais do Divino
Pai.
Contudo, o
Amoroso Pai faz
brotar do charco
humano a flor
divina.
Os corpos são mutilados,
todavia, os
Espíritos, estes
voltam à pátria
real, obedecendo
ao incessante
vai-e-vem
evolutivo.
Findou-se apenas
a matéria, o
invólucro; a
essência, esta
continua viva,
imortal,
superando
atrocidades,
devaneios,
absurdos...
Por bondade
divina,
ressurgimos em
novo corpo para
dar continuidade
em nossa marcha
rumo à gloriosa
destinação a que
fomos criados.
O misericordioso
Pai faz da
destruição
sublime
transformação.
Em O
Livro dos
Espíritos – Lei
de Destruição –,
questão de nº
728, Kardec
questiona os
mentores que o
assistem na obra
da codificação:
P – 728 – A
destruição é uma
lei natural?
R – É preciso
que tudo se
destrua para
renascer e se
regenerar. O que
chamais
destruição é
apenas
transformação
que tem por
objetivo a
renovação e o
melhoramento dos
seres vivos.
Acaba-se a vida
física, continua
a vida
espiritual; nem
a mais poderosa
bomba, nem o
mais ardiloso
criminoso, nem o
mais engenhoso
plano trará a
morte para um
filho de Deus.
Somos criaturas
fadadas ao bem.
Mentes
poderosas,
inteligências
voltadas ao mal
têm apenas o
coração
adormecido para
o amor; cedo ou
tarde, figuras
que fizeram a
tristeza de
muitos, como
Nero, Hitler,
Calígula,
acordarão de
seus delírios e
farão
indubitavelmente
a alegria de
muitos,
restituindo tudo
aquilo que um
dia ousaram
usurpar por
livre e
espontânea
vontade.
Quem outrora fez
chorar, no
futuro,
certamente, fará
sorrir!
Deus, o Pai de
infinito amor,
deixa sempre a
porta aberta
para que seus
filhos
transviados da
estrada da
virtude e da
verdade
encontrem o
caminho de volta
à Casa do Pai.