25. É então que os
protetores espirituais
os assistem e os ajudam
a se reconhecerem. Quem
contempla uma criancinha
que dorme a vê, muitas
vezes, “sorrindo aos
anjos”, como se diz
vulgarmente, expressão
mais justa do que se
pensa, pois ela sorri
aos Espíritos que a
cercam e devem guiá-la.
(Pág. 44.)
26. A
identidade dos Espíritos
é uma das grandes
dificuldades do
Espiritismo prático e,
segundo Kardec, não pode
ser constatada de
maneira positiva senão
para os Espíritos
contemporâneos, cujo
caráter e hábitos são
conhecidos. Eles se
revelam, então, por uma
porção de
particularidades que não
deixam margem a dúvidas.
(Pág. 45.)
27. Coisa diferente se
passa com os Espíritos
que são conhecidos
somente através da
história. Para esses não
existe qualquer prova
material de identidade;
pode haver presunção,
mas não certeza absoluta
da personalidade, mesmo
porque eles podem, ao
longo dos séculos, haver
mudado suas ideias e seu
caráter. (Pág. 46.)
28. Os que atingiram uma
certa elevação formam
famílias similares pelo
pensamento e pelo grau
de adiantamento, cujos
membros estão, muitas
vezes, longe de ser
nossos conhecidos.
Assim, quando um deles
se manifesta, vale-se de
um nome que conhecemos,
como indício de sua
categoria espiritual.
Se, por exemplo, Platão
for evocado, pode ser
que atenda ao apelo;
mas, se não puder, um
Espírito da mesma classe
responderá por ele. Será
o seu pensamento, mas
não a sua
individualidade. É isso
que nos importa
entender. (Pág. 46.)
29. Os Espíritos
superiores vêm
instruir-nos. Sua
identidade absoluta é,
pois, questão
secundária. O que dizem
é bom ou mau, racional
ou ilógico, digno ou
indigno da assinatura;
eis toda a questão. No
primeiro caso,
aceita-se; no segundo,
rejeita-se como
apócrifa.(Pág. 46.)
30. Espíritos levianos
ou ignorantes
enfeitam-se, muitas
vezes, com grandes nomes
para iludir os incautos
e fazê-los acreditar em
suas tolices. A
distinção exige, nesse
caso, tato, observação e
quase sempre
conhecimentos especiais,
porque para julgar uma
coisa é preciso
competência. Como um
indivíduo não versado em
literatura e poesia pode
apreciar as qualidades e
os defeitos das
comunicações desse
gênero? (Pág. 46.)
31. É, pois, a
ignorância que leva as
pessoas a tomar como
belezas sublimes a
ênfase, os floreios de
linguagem, as palavras
sonoras que cobrem o
vazio das ideias. O erro
não está, portanto, no
Espiritismo, mas nas
pessoas que aceitam
facilmente o que vem dos
Espíritos, sem
examiná-lo com a
prudência devida. O erro
é ainda maior quando se
publicam, sob nomes
conhecidos, coisas
indignas da origem que
lhes é atribuída. O
Espiritismo racional não
patrocina de modo algum
tais produções e não
assume a
responsabilidade pelas
publicações feitas com
mais entusiasmo que
prudência. (Págs. 46
e 47.)
32. São raras as
ocasiões, diz Erasto, em
que os grandes Espíritos
têm à sua disposição
médiuns cuja capacidade
cerebral forneça todos
os elementos de palavras
e de pensamentos
necessários à
manifestação de seu
pensamento na forma e
com a fórmula que eles
lhe teriam dado em vida.
(Págs. 48 e 49.)
33. Para se fazerem
ouvir, os Espíritos
devem agir sobre os
instrumentos que estejam
ao nível de sua
ressonância fluídica.
Muitos médiuns, senão a
maioria, são, porém,
instrumentos muito
imperfeitos. É preciso
entender que em tudo é
necessário similitude,
assim nos fluidos
espirituais, como nos
fluidos materiais. Os
Espíritos adiantados
necessitam, para
manifestar-se, de
médiuns capazes de
vibrar com eles em
uníssono, e é o que
dificilmente acontece.
(Pág. 49.)
34. Comentando o
assunto, Kardec explica
que quando um médium
trata com facilidade e
superioridade assuntos
que lhe são estranhos,
eis um indício de que
seu Espírito possui
faculdades latentes já
desenvolvidas, fora da
educação recebida na
presente existência.
(Pág. 50.)
35. A
Revue reproduz o
relato trazido pela
imprensa leiga dos
acontecimentos ocorridos
em Tananarive (Madagáscar)
no ano de 1863, quando
morreu o rei Radama II.
A notícia reporta-se
também a uma estranha
doença, designada pelo
nome de Ramanenjana, que
age especialmente sobre
os nervos, provocando
convulsões e alucinações
e dores violentas na
cabeça, na nuca e no
estômago. (Págs. 50 e
51.)
36. Comentando a
notícia, diz Kardec,
tudo indicava que lá,
como em Morzine, esses
fenômenos seriam o
resultado de uma
obsessão ou possessão
coletiva, como se
produziu ao tempo do
Cristo. Cada povo deve
fornecer ao mundo
invisível ambiente
Espíritos similares que,
do espaço, reagem sobre
as pessoas das quais,
por força de sua
inferioridade,
conservaram os hábitos,
as inclinações e os
preconceitos. (Pág.
54.)
(Continua no próximo
número.)