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Joias da poesia contemporânea
Ano 3 - N° 140 - 10 de Janeiro de 2010
 

 

Soneto 

Luiz Guimarães Júnior 

 

Na escuridão dos anos procelosos,

Da velhice nos dias mal vividos,

Eu quisera voltar aos tempos idos

Da juventude, aos tempos bonançosos.

 

Mal podia julgar que inda outros gozos

Mais sublimes que aqueles já fruídos,

Nas esteiras de prantos esquecidos,

Acharia nos céus maravilhosos.

 

Pairar no Além!... volver ao lar primeiro,

Ressurgido em perene mocidade,

Clarão de paz ao pobre caminheiro!

 

No limiar das amplidões da Altura

Penetrei, vislumbrando a Imensidade,

Soluçando empolgado de ventura. 

 

 

Luiz Guimarães Júnior, poeta nascido no Rio de Janeiro em 17 de fevereiro de 1845, desencarnou em Lisboa com 53 anos de idade. Foi jornalista, comediógrafo e diplomata. Entre suas obras, Carim­bos, Noturnos, Lírica, etc., sobressai Sonetos e Ri­mas, que ainda hoje se lê com encanto. Foi membro da Academia Brasileira de Letras. O soneto acima integra o livro Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita