37. Os povos selvagens e
bárbaros estariam,
assim, cercados por uma
massa de Espíritos ainda
selvagens e bárbaros,
até que o progresso os
tenha levado a
encarnar-se num meio
mais adiantado.
Reportando-se ao
assunto, um Espírito
protetor disse, por
intermédio da Sra.
Delanne, que ali se
verificou efetivamente
um caso de obsessão
coletiva, produzida por
um plêiade de Espíritos
atrasados que, tendo
conservado suas antigas
opiniões políticas,
tentaram perturbar
daquela maneira os seus
compatriotas. Eram
antigos malgaches,
furiosos por verem os
habitantes da região
admitindo as ideias de
civilização que alguns
indivíduos, mais
adiantados do que eles,
procuravam implantar
entre eles. (Págs. 54
e 55.)
38. A
Revue transcreve
um poema em que o autor,
ex-incrédulo, fala da
impressão que lhe causou
a leitura do Livro dos
Espíritos, de Allan
Kardec. Comparando-se a
um náufrago que chega à
terra firme, o poeta
confessa que ao ler a
magistral obra publicada
por Kardec viu “no peito
desolado renascer a
coragem”. (Págs. 56 e
57.)
39. Em um discurso
pronunciado ao pé do
túmulo da jovem Emily de
Putron, Victor Hugo
disse que a fé numa
outra existência “brota
da faculdade de amar”,
porquanto, acrescentou,
“é o coração quem crê”.
“O filho conta encontrar
a seu pai; a mãe não
consente em perder o
filho para sempre.”
Victor Hugo fez ali uma
verdadeira profissão de
fé na imortalidade,
convicto de que “os que
partem não se afastam”.
“Os mortos - aduziu o
poeta - são invisíveis,
mas não estão ausentes.”(Págs.
58 e 59.)
40. Lido o discurso na
Sociedade Espírita de
Paris, o Espírito de
Emily de Putron
manifestou-se
espontaneamente,
deixando consoladora
mensagem em que pede à
mãe, à irmã e às amigas
que não chorem mais e
reafirma o que dissera o
poeta: “Somos eternos”.
(Págs. 61 e 62.)
41. Notícia publicada na
Revue informa o
surgimento de mais um
jornal espírita na
Itália: La Luce (A
Luz), publicado na
cidade de Bolonha, com
edições mensais.
(Págs. 62 e 63.)
42. Fechando o número de
fevereiro, a Revue
agradece ao
espírita anônimo de São
Petersburgo que enviou
50 francos destinados a
uma operária de Lyon,
atendendo a pedido de
Carita. “Se os homens
não sabem o seu nome,
Deus o sabe”, diz a
nota. (Pág. 64.)
43. Onde é o céu? Este
tema, que foi logo
depois inserido por
Kardec no livro “O
Céu e o Inferno”, é
o principal artigo da
edição de março.
(Págs. 65 e 66.)
44. Os Antigos
acreditavam na
existência de vários
céus superpostos,
formando esferas
concêntricas, das quais
a Terra era o centro.
Segundo a opinião mais
comum, havia sete céus.
Vem daí a expressão:
Estar no sétimo céu,
para exprimir a
felicidade perfeita. Os
muçulmanos admitiam
nove. Ptolomeu contava
11, dos quais o último
era chamado Empíreo, por
causa da sua
deslumbrante luz.
(Pág. 65.)
45. A
teologia cristã –
surgida no seio do
catolicismo – reconhece
três céus: o primeiro é
o da região do ar e das
nuvens; o segundo é o
espaço onde se movem os
astros; o terceiro, além
da região dos astros, é
a morada do Altíssimo. É
em vista dessa crença
que se diz que São Paulo
foi levado ao terceiro
céu. (Pág. 65.)
46. Todas essas teorias
repousam, porém, no
duplo erro de considerar
que a Terra seja o
centro do universo e
limitada a região dos
astros. A Terra não é e
nunca foi o pivô do
universo, mas um dos
menores astros que rolam
na imensidade. (Págs.
65 e 66.)
47. Os mundos habitados
são muito numerosos. Os
seres encarnados estão
presos a eles, mas,
quando se desprendem do
corpo material, habitam
o mundo espiritual, que
está por toda a parte,
em redor de nós e no
espaço.(Págs. 66 e
67.)
48. A
felicidade – ao
contrário do que ensinam
as doutrinas que pregam
a existência de um céu
paradisíaco – está na
razão do progresso
realizado e não do lugar
que o indivíduo habite.
Ainda que estejam duas
pessoas uma ao lado da
outra, pode uma estar
nas trevas, enquanto
tudo é resplendente para
a outra. A felicidade
dos Espíritos é inerente
às suas qualidades e
eles as desfrutam onde
quer que se encontrem,
seja na Terra, seja no
espaço. (Pág. 67.)
(Continua no próximo
número.)