A. O que levou Gustavo
ao suicídio?
Foi o desespero aliado à
descrença em Deus. Com a
cabeça envolta em
sangrentas tiras,
Gustavo morria aos
poucos, visto que a
febre que o devorava
impedia lhe fosse dado
qualquer alimento. De
vez em quando, o rapaz
tinha momentos lúcidos,
quando então abria os
olhos e fitava Lina com
santa adoração; depois,
voltava-se para Germano
e dizia com amargura:
“Pobre, pobre Lina!...
Padre! Padre! Será
verdade que não existe
Deus?” Assim se passaram
três meses, até que, em
certa manhã, ocorreu o
suicídio.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 130 e 131.)
B. Que ocorreu com
Gustavo e Lina depois de
sua desencarnação?
Diz Padre Germano que,
toda vez que contemplava
a sepultura de Lina e
Gustavo, sentia um
mal-estar inexplicável e
os via a ambos, ele
frenético, delirante,
revoltado contra a sorte
e negando Deus em sua
loucura; ela, possuída
do mesmo delírio, rindo
sarcasticamente da morte
da sua felicidade. Tanto
ele quanto ela, diz
Germano, se entregaram
ao desespero e, por
isso, suas almas
atribuladas deveriam
procurar-se mutuamente,
sem se verem por algum
tempo. “Todas as dores
-- explica o Padre --
têm sua razão de ser,
todas as agonias são
justificadas, e quem
violentamente quebra os
elos da vida terrena
desperta nas trevas.”
(Obra citada, pp. 132 e
133.)
C. Como Germano tratou
Júlio, que fora
anteriormente o
responsável pelo seu
desterro?
Padre Germano se
arriscou para salvar
Júlio da prisão. Alto
dignitário da Igreja,
mas caído em desgraça e
procurado por toda parte
pelas forças do Rei,
Júlio buscou proteção
junto a Germano. Depois
de esconder Júlio em um
lugar de difícil acesso,
Padre Germano foi levado
preso, permanecendo dois
meses prisioneiro, como
réu de Estado, mas
sempre muito considerado
e respeitado pelo Rei,
alma enferma, espírito
perturbado, a quem
procurou ajudar com seus
conselhos, enquanto
esteve na Corte.
(Obra citada, pp. 135 a
141.)
Texto para leitura
52. Três anos se
passaram e Lina, que
também perdera os pais,
passou a viver com os
pais de Gustavo. Um dia,
ela procurou Padre
Germano e lhe disse:
“Padre! Gustavo me chama
e eu o escuto”; e assim
dizendo, rogou-lhe fosse
com ela para buscá-lo no
front da batalha.
(PP. 128 e 129)
53. Eles foram e, depois
de mil peripécias,
conseguiram localizar,
num hospital
improvisado, o pobre
rapaz, completamente
desfigurado pelos
ferimentos sofridos e
pelas vicissitudes
advindas dos longos anos
de batalha. (PP. 129 e
130)
54. Ao retornarem à
aldeia, Miguel lhes
disse que o pai de
Gustavo falecera,
impressionado por uma
falsa notícia da morte
do filho, não se
sabendo, depois disso, o
paradeiro da genitora do
rapaz. (P. 130)
55. Com a cabeça envolta
em sangrentas tiras, nas
quais, por ordem médica,
ninguém podia tocar,
Gustavo morria aos
poucos, visto que a
febre que o devorava
impedia lhe fosse dado
qualquer alimento. De
vez em quando, o rapaz
tinha momentos lúcidos,
quando então abria os
olhos e fitava Lina com
santa adoração; depois,
voltava-se para Germano
e dizia com amargura:
“Pobre, pobre Lina!...
Padre! Padre! Será
verdade que não existe
Deus?” (PP. 130 e 131)
56. Assim se passaram
três meses, até que em
certa manhã, enquanto
Lina colhia no jardim
algumas ervas para fazer
um chá, Gustavo
levantou-se da cama e,
no delírio da febre,
cravou pequena faca no
coração, sem proferir um
ai! Lina, sem nada
dizer, cerrou-lhe os
olhos piedosamente e,
quando tentava arrancar
a faca, violentamente
sacudida, emitiu uma
gargalhada estridente...
Depois levantou-se,
abraçou o Padre e
durante quarenta e oito
horas não fez outra
coisa senão rir, presa
de violentas convulsões,
até que expirou,
reclinando a cabeça no
ombro do pároco, como
fazia quando criança.
(P. 131)
57. Padre Germano conta
que, toda vez que
contempla a sepultura de
Lina e Gustavo, sente um
mal-estar inexplicável e
os vê a ambos, ele
frenético, delirante,
revoltado contra a sorte
e negando Deus em sua
loucura; ela, possuída
do mesmo delírio, rindo
sarcasticamente da morte
da sua felicidade. Tanto
ele quanto ela, diz
Germano, se entregaram
ao desespero e, por
isso, suas almas
atribuladas devem
procurar-se mutuamente,
sem se verem por algum
tempo. “Todas as dores
-- assevera o Padre --
têm sua razão de ser,
todas as agonias são
justificadas, e quem
violentamente quebra os
elos da vida terrena
desperta nas trevas.”
(PP. 132 e 133)
58. No cap. 13, “O Bem é
a Semente de Deus”,
vemos como o Padre
Germano se arriscou para
salvar da prisão Júlio,
alto dignitário da
Igreja, caído em
desgraça, procurado por
toda parte pelas forças
do Rei. Júlio fizera a
Germano todo o mal
possível. Foi ele quem o
desterrou para a aldeia
e, temeroso de sua
sombra, o intrigou para
que Germano fosse preso
como conspirador e
feiticeiro. (PP. 135 a
137)