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Clássicos do Espiritismo
Ano 3 - N° 146 - 21 de Fevereiro de 2010

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Memórias do Padre Germano

Amália Domingo Sóler

 (Parte 8)

Damos continuidade nesta edição ao estudo do clássico Memórias do Padre Germano, que será aqui estudado em 20 partes. A fonte do estudo é a 21ª edição do livro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Protegido pelo Padre Germano, que é que ocorreu com Júlio?

Padre Germano deu-lhe alentados conselhos e Júlio prometeu segui-los. Dias depois, disfarçado em frade, ele saiu do país e, decorrido um ano, mandou uma carta ao Padre Germano em que dizia: “Quanto tenho a agradecer-vos! Como me julgo hoje feliz neste recanto da Terra! Já os meninos me procuram, como a vós, já os velhos me pedem conselhos; já os pobres me bendizem. Os bens que pude salvar do confisco, empreguei-os em melhorar a triste sorte destes infelizes, que apenas comiam pão negro e que, hoje, graças aos meus cuidados, já têm alimentação abundante e sã”. (Memórias do Padre Germano, pp. 142 a 145.)

B. Como Padre Germano se referia às paixões terrenas?

Segundo ele, as paixões terrenas não passam, em muitos casos, de expiações dolorosas, pagamento de dívidas e obsessões tremendas, nas quais o Espírito quase sempre sucumbe à prova. Afirmando que nesses casos a mulher é, certamente, quem mais sofre, Germano concluiu: “Eis a razão por que não trepido em afirmar que a mulher é sempre mãe, uma vez que ama sempre”. (Obra citada, pág. 152.)

C. Que dizia Germano sobre o celibato e o confessionário?

O celibato era, segundo ele, um dos contrassensos do sacerdócio católico. Eis suas palavras: “Ordenam-nos que fujamos da mulher, mas que nos apoderemos, ao mesmo tempo, da sua alma! Mandam-nos dirigir seus passos, despertar-lhe os sentimentos, ler no seu coração como num livro aberto, proibindo-nos, entretanto, de amá-la, por ser pecado. Mas, visto que o impossível não pode constituir lei, o abuso se dá e dará sempre”. Sobre o confessionário, que ele abominava, Germano disse: “Enquanto existir essa confissão, essas intimidades, dificílimo será o progresso de umas e o adiantamento de outros”. (Obra citada, pág. 152.)  

Texto para leitura 

60. Libertado a instâncias do povo, Padre Germano retornou à aldeia e soube, com assombro, que Júlio ainda permanecia escondido. Na mesma noite em que chegou, Germano foi com Sultão visitá-lo. Ao vê-lo, Júlio atirou-se nos seus braços e permaneceram assim longo tempo, enquanto Sultão os acarinhava a ambos. (PP. 142 e 143)

61. Padre Germano deu-lhe alentados conselhos e Júlio prometeu segui-los. Dias depois, disfarçado em frade, ele saiu do país e, decorrido um ano, mandou uma carta ao Padre Germano em que dizia: “Quanto tenho a agradecer-vos! Como me julgo hoje feliz neste recanto da Terra! Já os meninos me procuram, como a vós, já os velhos me pedem conselhos; já os pobres me bendizem. Os bens que pude salvar do confisco, empreguei-os em melhorar a triste sorte destes infelizes, que apenas comiam pão negro e que, hoje, graças aos meus cuidados, já têm alimentação abundante e sã”. “Bendito sejais! Sim, bendito o homem que me fez compreender que o bem é a semente de Deus!” (PP. 144 e 145)

62. “A Mulher é Sempre Mãe”, título do cap. 14, destaca a história de Maria, a filha de Antônio, o mais rico rendeiro da aldeia. (P. 146)

63. Maria trouxera grande missão consigo, qual a de amar incondicionalmente. Ela foi, segundo Padre Germano, um dos poucos seres que ele pôde ver cumprir as leis do Evangelho: “Maria é, e tem sido sempre, a caridade em ação”. (P. 147)

64. É preciso dizer, porém, que Maria se espelhava nos exemplos do Padre, a quem ela mesma declarou: “meu sentimento só despertou com a observação dos vossos atos”. E acrescentou: “Assim é que, vendo-vos dar a própria roupa, de mim para mim dizia: -- Se ele assim procede, nós todos devemos imitá-lo. De ordinário, a criança não tem grande iniciativa e faz aquilo que vê fazer outrem, o que é poderoso incentivo para que sejamos bondosos, não tanto em nosso benefício, como para beneficiar o próximo. O homem é, na verdade, o espelho das crianças”. (P. 150)

65. No mesmo capítulo, Padre Germano volta ao tema do amor, asseverando: “Neste mundo, como apenas vemos a parte infinitesimal das coisas, a tudo se chama amor; e quantas vezes as paixões terrenas não passam de expiações dolorosas, pagamento de dívidas e obsessões tremendas, nas quais o Espírito quase sempre sucumbe à prova!” Afirmando que nesses casos a mulher é, certamente, quem mais sofre, o Padre conclui: “Eis a razão por que não trepido em afirmar que a mulher é sempre mãe, uma vez que ama sempre”. (P. 152)

66. Um dos contrassensos do sacerdócio católico, para o Padre Germano, está justamente na questão do celibato imposto aos sacerdotes: “Ordenam-nos que fujamos da mulher, mas que nos apoderemos, ao mesmo tempo, da sua alma! Mandam-nos dirigir seus passos, despertar-lhe os sentimentos, ler no seu coração como num livro aberto, proibindo-nos, entretanto, de amá-la, por ser pecado. Mas, visto que o impossível não pode constituir lei, o abuso se dá e dará sempre”. (P. 152)

67. Abominando de novo o confessionário, Padre Germano adverte: “Enquanto existir essa confissão, essas intimidades, dificílimo será o progresso de umas e o adiantamento de outros. Não peçamos aos homens que deixem de amar, abafando o coração, porque nada valem hábitos e votos ante a doce confidência para criar o escândalo, querendo contrariar as leis incontrastáveis da Natureza!” (P. 152) (Continua na próxima edição.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita