ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
8)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Protegido pelo Padre
Germano, que é que
ocorreu com Júlio?
Padre Germano deu-lhe
alentados conselhos e
Júlio prometeu
segui-los. Dias depois,
disfarçado em frade, ele
saiu do país e,
decorrido um ano, mandou
uma carta ao Padre
Germano em que dizia:
“Quanto tenho a
agradecer-vos! Como me
julgo hoje feliz neste
recanto da Terra! Já os
meninos me procuram,
como a vós, já os velhos
me pedem conselhos; já
os pobres me bendizem.
Os bens que pude salvar
do confisco,
empreguei-os em melhorar
a triste sorte destes
infelizes, que apenas
comiam pão negro e que,
hoje, graças aos meus
cuidados, já têm
alimentação abundante e
sã”.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 142 a 145.)
B. Como Padre Germano se
referia às paixões
terrenas?
Segundo ele, as paixões
terrenas não passam, em
muitos casos, de
expiações dolorosas,
pagamento de dívidas e
obsessões tremendas, nas
quais o Espírito quase
sempre sucumbe à prova.
Afirmando que nesses
casos a mulher é,
certamente, quem mais
sofre, Germano concluiu:
“Eis a razão por que não
trepido em afirmar que a
mulher é sempre mãe, uma
vez que ama sempre”.
(Obra citada, pág. 152.)
C. Que dizia Germano
sobre o celibato e o
confessionário?
O celibato era, segundo
ele, um dos
contrassensos do
sacerdócio católico. Eis
suas palavras:
“Ordenam-nos que fujamos
da mulher, mas que nos
apoderemos, ao mesmo
tempo, da sua alma!
Mandam-nos dirigir seus
passos, despertar-lhe os
sentimentos, ler no seu
coração como num livro
aberto, proibindo-nos,
entretanto, de amá-la,
por ser pecado. Mas,
visto que o impossível
não pode constituir lei,
o abuso se dá e dará
sempre”. Sobre o
confessionário, que ele
abominava, Germano
disse: “Enquanto existir
essa confissão, essas
intimidades, dificílimo
será o progresso de umas
e o adiantamento de
outros”.
(Obra citada, pág. 152.)
Texto para leitura
60. Libertado a
instâncias do povo,
Padre Germano retornou à
aldeia e soube, com
assombro, que Júlio
ainda permanecia
escondido. Na mesma
noite em que chegou,
Germano foi com
Sultão visitá-lo. Ao
vê-lo, Júlio atirou-se
nos seus braços e
permaneceram assim longo
tempo, enquanto
Sultão os acarinhava
a ambos. (PP. 142 e 143)
61. Padre Germano
deu-lhe alentados
conselhos e Júlio
prometeu segui-los. Dias
depois, disfarçado em
frade, ele saiu do país
e, decorrido um ano,
mandou uma carta ao
Padre Germano em que
dizia: “Quanto tenho a
agradecer-vos! Como me
julgo hoje feliz neste
recanto da Terra! Já os
meninos me procuram,
como a vós, já os velhos
me pedem conselhos; já
os pobres me bendizem.
Os bens que pude salvar
do confisco,
empreguei-os em melhorar
a triste sorte destes
infelizes, que apenas
comiam pão negro e que,
hoje, graças aos meus
cuidados, já têm
alimentação abundante e
sã”. “Bendito sejais!
Sim, bendito o homem que
me fez compreender que o
bem é a semente de
Deus!” (PP. 144 e 145)
62. “A Mulher é Sempre
Mãe”, título do cap. 14,
destaca a história de
Maria, a filha de
Antônio, o mais rico
rendeiro da aldeia. (P.
146)
63. Maria trouxera
grande missão consigo,
qual a de amar
incondicionalmente. Ela
foi, segundo Padre
Germano, um dos poucos
seres que ele pôde ver
cumprir as leis do
Evangelho: “Maria é, e
tem sido sempre, a
caridade em ação”. (P.
147)
64. É preciso dizer,
porém, que Maria se
espelhava nos exemplos
do Padre, a quem ela
mesma declarou: “meu
sentimento só despertou
com a observação dos
vossos atos”. E
acrescentou: “Assim é
que, vendo-vos dar a
própria roupa, de mim
para mim dizia: -- Se
ele assim procede, nós
todos devemos imitá-lo.
De ordinário, a criança
não tem grande
iniciativa e faz aquilo
que vê fazer outrem, o
que é poderoso incentivo
para que sejamos
bondosos, não tanto em
nosso benefício, como
para beneficiar o
próximo. O homem é, na
verdade, o espelho das
crianças”. (P. 150)
65. No mesmo capítulo,
Padre Germano volta ao
tema do amor,
asseverando: “Neste
mundo, como apenas vemos
a parte infinitesimal
das coisas, a tudo se
chama amor; e quantas
vezes as paixões
terrenas não passam de
expiações dolorosas,
pagamento de dívidas e
obsessões tremendas, nas
quais o Espírito quase
sempre sucumbe à prova!”
Afirmando que nesses
casos a mulher é,
certamente, quem mais
sofre, o Padre conclui:
“Eis a razão por que não
trepido em afirmar que a
mulher é sempre mãe, uma
vez que ama sempre”. (P.
152)
66. Um dos contrassensos
do sacerdócio católico,
para o Padre Germano,
está justamente na
questão do celibato
imposto aos sacerdotes:
“Ordenam-nos que fujamos
da mulher, mas que nos
apoderemos, ao mesmo
tempo, da sua alma!
Mandam-nos dirigir seus
passos, despertar-lhe os
sentimentos, ler no seu
coração como num livro
aberto, proibindo-nos,
entretanto, de amá-la,
por ser pecado. Mas,
visto que o impossível
não pode constituir lei,
o abuso se dá e dará
sempre”. (P. 152)
67. Abominando de novo o
confessionário, Padre
Germano adverte:
“Enquanto existir essa
confissão, essas
intimidades, dificílimo
será o progresso de umas
e o adiantamento de
outros. Não peçamos aos
homens que deixem de
amar, abafando o
coração, porque nada
valem hábitos e votos
ante a doce confidência
para criar o escândalo,
querendo contrariar as
leis incontrastáveis da
Natureza!” (P. 152)
(Continua na próxima
edição.)