EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
A
fé nos amuletos
“Naquele dia
lhes trará o
Senhor o
ornamento dos
pés, e os
pendentes, e os
braceletes, e os
véus; os
diademas, as
cadeias dos
artelhos, os
cintos, as
caixinhas de
perfumes e os
amuletos.”
(Isaías 3:18-20)
Os amuletos,
talismãs,
rituais,
paramentos ou
trajes entre
outros
apetrechos eram
muito comuns nas
culturas
antigas,
especialmente
entre os pagãos,
gerando
sacrifícios e
todo tipo de
superstições que
acompanha o ser
humano por
milênios.
O homem
primitivo, por
não compreender
ou mesmo
conseguir
explicar os
fenômenos da
natureza, acabou
criando o
maravilhoso ou
mesmo o
miraculoso. Os
fenômenos da
natureza, tais
como as
tempestades, as
enchentes, os
terremotos, os
maremotos, os
tornados, os
deslizamentos de
terra, os
vulcões, o fogo,
o calor e o frio
e mesmo os
grandes animais,
causavam pavor e
medo nestas
pequenas mentes;
muitos
resquícios
destas
impressões tão
antigas e que
estão gravadas
em nossas
memórias
espirituais são
revividas quando
estes fenômenos
ocorrem, então,
muitos
indivíduos
atribuem como
“atos de Deus”,
castigos dos
Céus etc.
Nos clãs das
antigas épocas,
pela falta do
entendimento das
leis naturais
que regem o
planeta e todo
universo, eles
acreditavam que
a repetição de
certas falas ou
a prática de
algum ritual
poderia gerar a
reação desejada,
como afastar as
tempestades,
atrair chuvas,
cessar erupções
vulcânicas,
propiciar
melhores
colheitas,
aproximar ou
afastar pessoas
dos convívios,
curar doenças e
causar a morte.
O ser ainda
infantil e
pequeno na
compreensão
tinha muito medo
de todas as
manifestações
naturais;
passando, então,
a adorar todos
estes fenômenos
provocados pela
mãe natureza. Um
dos primeiros
objetos a ser
adorado pelo
homem em
evolução foi a
pedra.
Interrogavam
como estas
pedras
apareceram na
superfície de um
campo e como se
desprendiam,
deslizando e
soterrando casas
e aldeias. Dessa
cultura resulta
até hoje o uso
de pedras da
sorte, os
búzios, tarôs e
as pedras do
zodíaco,
utilizadas como
talismã.
Todas as tribos
possuíam suas
pedras sagradas,
que lhes traziam
sorte,
prosperidade e
fartura; elas
eram sempre
mantidas como
herança passando
de geração para
geração. Com o
passar do tempo
o homem descobre
outros elementos
para adorar como
estrutura
metálica muito
venerada, como
ouro e a prata.
Transformaram-se
em joias as
coroas, os
anéis, como
símbolos do
poder, da força
e da autoridade
máxima.
A joia, na
Índia, assume
muitas vezes um
caráter
religioso, pois
é feita não só
para os humanos,
mas também para
ornar os deuses
e alguns
animais
que participam
em cerimônias,
como elefantes e
cavalos.
Na Assíria,
homens e
mulheres usavam
joias, como
brincos,
amuletos, selos
cilíndricos e
braceletes. Os
antigos, como as
pessoas hoje em
dia, deixavam
suas joias
através das
gerações.
Mulheres usavam
braceletes nos
tornozelos, uma
prática ainda
existente entre
as camponesas no
Iraque.
O uso de
amuletos
protetores era
muito comum no
Egito Antigo.
Embora a maior
parte dos
exemplos
conhecidos seja
proveniente dos
corpos
mumificados,
sabemos que
usavam também em
vida. O
simbolismo dos
amuletos fazia
relação com os
deuses, sendo
importante a cor
e o material de
que eram feitos.
Muitos
apresentam
inscrições, em
geral, orações
ou petições às
divindades. Além
dos mais usuais,
listados abaixo,
eram usados como
amuletos
pequenas imagens
das divindades.
A magia tem um
papel importante
nas religiões
tribais da
África. Os
sacerdotes têm
grande
influência entre
as tribos porque
a eles são
atribuídos
poderes mágicos.
Muitos africanos
usam amuletos
para se
protegerem do
mal.
Os Caldeus se
utilizavam de
amuletos; o
primeiro amuleto
de influência
conhecido foi o
de Utus, que
tinha gravado a
imagem do rei
dos demônios
sobre madeira.
Sendo consagrado
como objeto de
funções mágicas,
o amuleto de
influência
mágica passa a
funcionar como
um servo que
cumpre os
desejos do seu
amo.
Os pagãos também
possuíam grandes
talismãs que se
chamavam “terafins”,
também
conhecidos como
“ídolos
caseiros”. Estas
estátuas de
miniatura
existiam nas
casas ou eram
transportadas
com os donos
quando eles iam
de viagem.
A superstição é
fruto de todos
estes costumes e
manias,
é um sentimento
religioso
baseado no temor
ou na
ignorância, e
que induz ao
conhecimento de
falsos deveres,
ao receio de
coisas
fantásticas e à
confiança em
coisas
ineficazes.
Sendo uma
atitude do
espírito
infantil, crendo
na prática da
mágico-religiosa
para as quais
não há
explicação
racional e
baseando-se na
convicção de
certos atos,
palavras,
números ou
objetos
benefícios, azar
ou sorte, as
superstições, de
modo geral,
podem ser
classificadas
como religiosas,
culturais e
pessoais.
Os primitivos
seres
acreditavam na
força dos
amuletos
mágicos, eles
usavam para se
protegerem de
energias
negativas, de
maus-olhados, de
danos, e também
para dar-lhes
boa sorte. Os
amuletos, pelo dicionário
Aurélio, é um
pequeno objeto
(figura,
medalha, figa
etc.) que, desde
a mais alta
antiguidade,
alguém traz
consigo ou
guarda por
acreditar em seu
poder mágico
passivo de
afastar
desgraças ou
malefícios. Em
geral, podem-se
encontrar na
forma de
cristais, cruzes
célticas, ou
outras joias
místicas usadas
num colar ou
numa pulseira,
ou penduradas
numa corrente no
espelho
retrovisor do
carro.
Estes indivíduos
acreditavam que
os amuletos têm
poderes
místicos, que
supostamente de
alguma proteção
pessoal, e
trazem sucesso e
prosperidade.
Como os antigos
sacerdotes,
pitonisa, gurus
utilizavam
destes amuletos,
apetrechos e
trajes como
transmissores de
energias
curadoras e de
vibrações
positivas,
supostamente
fomentando paz e
tranquilidade.
Durante os
tempos de
apostasia e
idolatria, os
Israelitas
copiaram as
superstições dos
pagãos,
incluindo o uso
dos amuletos
mágicos. Vemos o
profeta Ezequiel
dizendo: “Assim
diz o Senhor
Deus: Ai das que
cosem pulseiras
mágicas para
todos os braços,
e que fazem véus
para as cabeças
de pessoas de
toda estatura
para caçarem as
almas!
Porventura
caçareis as
almas do meu
povo? e
conservareis em
vida almas para
vosso proveito?
Portanto assim
diz o Senhor
Deus: Eis aqui,
eu sou contra as
vossas pulseiras
mágicas com que
vós ali caçais
as almas como
aves, e as
arrancarei de
vossos braços; e
soltarei as
almas, sim, as
almas que vós
caçais como
aves. Também
rasgarei os
vossos véus, e
livrarei o meu
povo das vossas
mãos, e eles não
estarão mais em
vossas mãos para
serem caçados; e
sabereis que eu
sou o Senhor”.
O profeta,
usando de uma
pedagogia
condizente com a
época, queria
libertar este
povo primitivo
destas práticas
ritualísticas e
da fé nos
amuletos; era
uma forma de
preparar o
futuro do novo
homem, para
conscientizá-lo
para uma fé
racional.
A idolatria
consistiria em
achar que a
divindade está
em uma estátua,
por exemplo. Ou
seja, teríamos
que colocar
alimentos para
as imagens, como
faziam os
romanos, os
egípcios e os
demais povos
idólatras. Os
Judeus, saindo
da dominação
egípcia, um povo
idólatra, tinha
muita tendência
à idolatria.
Basta ver o que
aconteceu quando
Moisés desceu do
Monte Sinai com
as Tábuas da Lei
e encontrou o
povo adorando o
“Bezerro de
Ouro” como se
ele fosse uma
divindade, um
amuleto. É
claro, como
permitir que um
povo tendente à
idolatria fosse
fazer imagens?
Mesmo o Cristo
combatia com
toda firmeza a
prática de se
cultuar o lado
externo,
valorizando
muito mais a
imagem, as
oferendas,
aparecendo nos
holofotes do
reconhecimento
humano, para que
todos pudessem
ver a
grandiosidade
das obras feitas
pelos hipócritas
fariseus.
Em muitas
questões, como
por exemplo, a
respeito do
comer sem lavar,
cujo foco de
atenção é
voltado somente
à valorização
que se dava na
época aos
cuidados
externos, Jesus
aprofunda o
debate abrindo
horizontes. Ele
vai além dos
lábios, o Mestre
diz que do
coração procedem
os maus
pensamentos, a
sua mensagem
dizia: cuida
primeiro de tua
alma, limpa a
tua mente de
toda calúnia,
difamação,
adultério e
vingança. Nós
encontramos a
prática de
“purificação”
dos pratos e dos
copos e outras
práticas do
mesmo gênero,
por isso dizia O
Mestre:
“Conhecereis a
verdade e ela
vos fará
livres”.
Estas crendices
geram medo,
pânico e uma fé
em mitos e
lendas causando
escravidão nos
rituais e nas
manias. O
indivíduo acaba
colocando mais
força nas coisas
completamente
exteriores. Ele
deixa de
acreditar nele e
na sua fé
interior; o ser
acha que para
darem certos seu
projeto e meta
tem que realizar
esta prática,
mas acabam se
esquecendo que
todos estes
rituais são
apenas meros
objetos e
símbolos
exteriorizando
nossos desejos e
sonhos.
A verdade é que
as nossas vidas
são construídas
pelo nosso
esforço,
trabalho e
merecimento;
independente
destes objetos e
dos rituais, o
caminho de cada
um depende
exclusivamente
do indivíduo que
trilha sua
evolução.
O homem trouxe
todos estes
aspectos e
vivências
gravadas em sua
trajetória
espiritual,
influenciando a
religião com
aspectos
meramente
humanos, na
cultura trazendo
o homem suas
tradições,
costumes e
hábitos e mesmo
alguns
pensamentos
filosóficos. O
tempo, através
da evolução, do
progresso e da
reencarnação,
vai ensinando o
homem a se
libertar de
todos estes
condicionamentos
e apegos
exteriores.
Muitos
missionários que
reencarnaram no
campo da
ciência, da
religião e da
filosofia
trazendo novos
ensinamentos
cooperam com o
crescimento
intelectual,
moral e até
emocional destas
criaturas
menores; vamos,
então, nos
desfazendo pouco
a pouco da
infantilidade
espiritual,
vamos deixando
práticas
externas,
deixando de
cultuar, adorar
e idolatrar os
deuses. Vamos
nos libertando
das promessas,
das imagens de
barro, dos
crucifixos, das
velas,
simpatias, dos
trajes, dos
dogmas e de
todos estes
empecilhos
criados para se
ligar com o
divino.
Percebemos que
não precisamos
de nada disso,
porque Deus está
em cada um de
nós, com uma
prece sincera
obtemos a
ligação com os
bons Espíritos e
haurimos toda
proteção e ajuda
que vem do céu.