ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Memórias
do Padre Germano
Amália Domingo Sóler
(Parte
9)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo do clássico
Memórias do Padre
Germano,
que será aqui estudado
em 20 partes.
A fonte do estudo é a
21ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Padre Germano
tornou-se cético com
respeito ao valor das
religiões?
Sim. O fato que o levou
ao ceticismo com relação
às religiões foi o
desejo de seus
superiores de
comercializar em favor
da Igreja a água que
jorrava da Fonte
da Saúde, tida como
milagrosa pelos fiéis da
região. Germano
escreveu: “No início,
todas <as religiões>
são lagos cristalinos;
depois, convertem-se em
pântanos lodosos, porque
penetra nelas a
exploração das misérias
humanas, ficando a ideia
primordial de aparecidas
imagens, que, quase
sempre, pedem um templo
ao pé de uma fonte”.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 162 e 163.)
B. A reencarnação fazia
parte das crenças do
Padre Germano?
Sim, e ele não ocultava
seu pensamento até mesmo
ante seus superiores,
aos quais escreveu
dizendo que seus
paroquianos, as almas
simples daquela pequena
comunidade, haveriam de
regressar à Terra tantas
vezes quantas fossem
necessárias ao progresso
de seus Espíritos.
(Obra citada, pág. 165.)
C. Germano concordou com
a comercialização da
Fonte da Saúde?
Não. Sua resposta aos
superiores foi bem
clara: “Templos de
terra, efêmeros como
tudo que é terreno, não
darei um passo para os
edificar, porque, sob as
suas abóbadas, o homem
sente frio!” E aditou:
“Cristo escolheu, antes,
o cume dos montes e os
frágeis barquinhos para
neles fazer suas
prédicas, provando-nos,
assim, que a cátedra do
Espírito Santo não
necessita de lugares
privilegiados; que, para
anunciar aos homens o
reino da verdade, na
época da justiça,
bastava haver apóstolos
do Evangelho”. Fechando
sua resposta, Padre
Germano acrescentou: “Se
me for possível, antes
de partir deste vale de
lágrimas, hei de
construir uma casa, não
para Deus, que de casas
prescinde, mas para os
pobres, para os mendigos
atribulados, para as
crianças órfãs, para os
velhos enfermos, para
todos, em suma, que
padeçam do alquebramento
do corpo ou do
espírito”.
(Obra citada, pp. 165 e
166.)
Texto para leitura
68. O cap. 15,
intitulado “Para Deus
Nunca é Tarde”, mostra
as vacilações de Rodolfo
e a importância de Maria
na renovação dos hábitos
do rapaz, que, como
sabemos, sempre fora
muito apegado à
sensualidade e aos
desejos da carne. Maria
aproveitou o momento
certo para, na presença
do Padre, dizer a
Rodolfo que ele tudo
reduzia à sensualidade,
“quando o apetite da
carne é, dos agentes da
Natureza, o que deve
ocupar o mais limitado
tempo dos trabalhos”.
(P. 158)
69. As palavras de
Maria, plenas de fé na
imortalidade e na
Providência Divina,
reanimaram tanto o rapaz
que ele, sorrindo
prazeroso, perguntou: “E
que devo fazer para
começar minha tarefa?”
“Olhai -- replicou Maria
--, hoje mesmo tive uma
ideia: vi uma pobre
mulher extenuada de
fadiga, com três
filhinhos que a
acompanham na sua
miséria. A pobrezinha, a
julgar pela aparência,
pouco poderá viver na
Terra... Que será dessas
pobres criancinhas se a
caridade lhes não der
generoso abrigo e
assistência? Levantemos,
pois, um asilo para os
órfãos pobres: -- a mais
pequena das vossas
joias, o broche mais
simples do vosso manto,
valerá muito mais do que
o terreno necessário
para tal fim”. (PP. 160
e 161)
70. Rodolfo concordou de
imediato com a proposta
e prometeu ajudá-la,
pondo à sua disposição
seus avultados haveres.
“Farei quanto quiserdes
-- afirmou-lhe o moço
--, porque tenho, como
dizeis, frio nalma e
quero cobrir-me com o
divino manto do amor...”
(PP. 161)
71. No cap. 16,
designado “O Melhor
Templo”, Padre Germano
transcreve, pesaroso,
carta de seus superiores
em que estes lhe
sugerem a
comercialização em favor
da Igreja da água que
jorrava da Fonte da
Saúde e a
reedificação da velha
igreja. Esse fato o
levou a ser um cético no
tocante ao valor das
religiões, de que ele
dizia: “No início, todas
<as religiões>
são lagos cristalinos;
depois, convertem-se em
pântanos lodosos, porque
penetra nelas a
exploração das misérias
humanas, ficando a ideia
primordial de aparecidas
imagens, que, quase
sempre, pedem um templo
ao pé de uma fonte”.
(PP. 162 e 163)
72. Na resposta que
enviou aos seus
superiores, Padre
Germano foi enfático:
“Templos de terra,
efêmeros como tudo que é
terreno, não darei um
passo para os edificar,
porque, sob as suas
abóbadas, o homem sente
frio!” E aditou: “Cristo
escolheu, antes, o cume
dos montes e os frágeis
barquinhos para neles
fazer suas prédicas,
provando-nos, assim, que
a cátedra do Espírito
Santo não necessita de
lugares privilegiados;
que, para anunciar aos
homens o reino da
verdade, na época da
justiça, bastava haver
apóstolos do Evangelho”.
(P. 165)
73. Na sequência da
carta, Padre Germano foi
bastante claro: “Não
espereis que eu dê um
passo para reedificar
minha velha igreja, pois
cogito de levantar
outros templos mais
duradouros. Sabeis quais
são? -- São os Espíritos
dos meus paroquianos, as
almas simples destes
camponeses, que hão de
regressar à Terra tantas
vezes quantas forem
necessárias ao progresso
do seu Espírito”. (P.
165)
74. Fechando sua
resposta, Padre Germano
acrescentou: “Se me for
possível, antes de
partir deste vale de
lágrimas, hei de
construir uma casa, não
para Deus, que de casas
prescinde, mas para os
pobres, para os mendigos
atribulados, para as
crianças órfãs, para os
velhos enfermos, para
todos, em suma, que
padeçam do alquebramento
do corpo ou do
espírito”. (P. 166)
75. No cap. 17,
sugestivamente
denominado “Uma Vítima
de Menos”, Padre Germano
conta como livrou da
clausura a jovem
Angelina, filha de
antiga pecadora que, vez
por outra, vinha-lhe
confessar seus pecados,
fazendo constante
propósito de se emendar,
mas reincidindo sempre
neles, visto como o que
se aprende na infância
não se esquece nem na
velhice. (P. 168)
76. A Condessa A...,
mulher sem coração,
tivera um caso com o
Marquês B..., do qual
nasceu Angelina.
Mentindo ao pai sobre a
vida da filha, a
Condessa internou-a num
convento e desejava,
como resgate de seus
erros, que a moça
concordasse com a vida
de clausura. Para
convencê-la, viera rogar
os serviços do Padre
Germano, mediante régia
recompensa. (PP. 169 a
171)
(Continua na próxima
edição.)