MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Entre a Terra e o Céu
André Luiz
(Parte
24)
Continuamos a apresentar
o
estudo da obra
Entre a Terra e o Céu,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. O papel da mãe é
fundamental no processo
reencarnatório?
Sim. Segundo palavras de
Clarêncio, o seio
maternal é, nesse
sentido, um vaso anímico
de elevado poder
magnético ou um molde
vivo destinado à
fundição e refundição
das formas, ao sopro
criador da Bondade
Divina. "Esse vaso – diz
Clarêncio – atrai a alma
sequiosa de renascimento
e que lhe é afim,
reproduzindo-lhe o corpo
denso, no tempo e no
espaço, como a terra
engole a semente para
doar-lhe nova
germinação, consoante os
princípios que encerra."
(Entre a Terra e o Céu,
cap. XXVIII, págs. 176 e
177.)
B. Para que a
reencarnação se
processe, o perispírito
sofre uma redução
volumétrica?
Sim. Unido à matriz
geradora do santuário
materno, em busca de
nova forma, o
perispírito sofre a
influência de fortes
correntes
eletromagnéticas, que
lhe impõem a redução
automática. Constituído
à base de princípios
químicos semelhantes, em
suas propriedades, ao
hidrogênio, a se
expressarem através de
moléculas
significativamente
distanciadas umas das
outras, quando ligado ao
centro genésico feminino
experimenta expressiva
contração, à maneira do
indumento de carne sob
carga elétrica de
elevado poder.
Observa-se, então, a
redução volumétrica do
veículo sutil pela
diminuição dos espaços
intermoleculares. Toda
matéria que não serve ao
trabalho fundamental de
refundição da forma é
devolvida ao plano
etereal, oferecendo-nos
o perispírito esse
aspecto de desgaste ou
de maior fluidez.
(Obra citada, cap.
XXIX, págs. 178 a 180.)
C. Como essa comunhão
fisiopsíquica de mãe e
filho pode ser
entendida?
Para exemplificar o que
havia dito, Clarêncio
valeu-se da imagem
seguinte: "Imaginemos um
pêssego amadurecido,
lançado à cova escura, a
fim de renascer.
Decomposto em sua
estrutura, restituirá
aos reservatórios da
Natureza todos os
elementos da polpa e dos
demais envoltórios que
lhe revestem os
princípios vitais,
reduzindo-se no imo do
solo ao embrião
minúsculo que se
transformará, no espaço
e no tempo, em novo
pessegueiro". O
ensinamento não podia
ser mais lógico e
preciso.
(Obra citada, cap. XXIX,
págs. 180 e 181.)
Texto para leitura
82. A
questão da maternidade
- Hilário perguntou ao
Ministro o que
ocorreria se o
reencarnante fosse um
homem de larga
intelectualidade.
"Merecer-nos-ia
cautelosa atenção na
estrutura cerebral, para
que lhe não faltasse um
instrumento à altura de
seus deveres na
materialização do
pensamento", respondeu
Clarêncio. Se fosse um
médico, um grande
cirurgião, por exemplo,
receberia "assistência
aprimorada na formação
do sistema nervoso,
assegurando-se-lhe pleno
domínio das emoções". Em
milhares de
renascimentos, na Terra,
o Instrutor informou que
os princípios
embriogênicos funcionam
automaticamente, cada
dia. "A lei de causa e
efeito executa-se sem
necessidade de
fiscalização de nossa
parte", elucidou
Clarêncio, aditando: "Na
reencarnação, basta o
magnetismo dos pais,
aliado ao forte desejo
daquele que regressa ao
campo das formas
físicas. De retorno ao
corpo físico, estamos
invariavelmente
animados de um propósito
firme... seja o anseio
de alijar a dor que nos
atormenta, a aspiração
de conquistas
espirituais que nos
facilitem o acesso à
Vida Superior, o voto de
recapitular serviços mal
feitos ou o ideal de
realizar grandes tarefas
de amor entre aqueles a
quem nos afeiçoamos no
mundo". De modo geral,
explicou o Ministro, a
maioria das almas que
reencarnam satisfazem à
fome de recomeço. Quem
não atendeu com exatidão
ao trabalho que a vida
lhe delegou, depressa se
rende ao impositivo de
repetição da
experiência, e o
ressurgimento na luta
física aparece por
bênção salvadora.
Milhões de destinos se
reestruturam dessa
forma, qual se refaz uma
grande floresta. A
sementeira cresce,
estimulada pelo
magnetismo do solo; a
existência corpórea
germina de novo,
incentivada pelo
magnetismo da carne... O
seio maternal é, desse
modo, "um vaso anímico
de elevado poder
magnético ou um molde
vivo destinado à
fundição e refundição
das formas, ao sopro
criador da Bondade
Divina, que, em toda a
parte, nos oferece
recursos ao
desenvolvimento para a
Sabedoria e para o Amor.
"Esse vaso – disse
Clarêncio – atrai a alma
sequiosa de renascimento
e que lhe é afim,
reproduzindo-lhe o corpo
denso, no tempo e no
espaço, como a terra
engole a semente para
doar-lhe nova
germinação, consoante os
princípios que encerra".
"Maternidade é sagrado
serviço espiritual em
que a alma se demora
séculos, na maioria das
vezes aperfeiçoando
qualidades do
sentimento." (Cap.
XXVIII, págs. 176 e 177)
83. A
redução do perispírito
- Na noite seguinte, o
grupo voltou à casa de
Amaro, onde Odila os
recebeu, contente e
gentil. Júlio dormia. Na
verdade, ele não mais
acordara. Parecia que o
reencarnante desaparecia
pouco a pouco, na
constituição orgânica de
Zulmira, como se a
gestante fosse um filtro
miraculoso a absorvê-lo.
Odila estava satisfeita
e esperançosa, porque
as aflições e os gemidos
do filho lhe haviam
dilacerado o coração. O
renascimento
representava, por esse
motivo, uma bênção para
as inquietantes
responsabilidades
maternais de que se via
detentora. Júlio estava
muito diferente. Seu
corpo sutil denotava
espantosa
transformação, pois
adelgaçara-se de maneira
surpreendente. Tinha-se
a impressão de que ele e
Zulmira, alma com alma,
se fundiam um no outro.
A segunda esposa de
Amaro modificara-se de
forma sensível.
Revelava-se agora mais
alegre e mais cônscia
das obrigações que lhe
competiam. A transfusão
fluídica era ali
evidente. O organismo
materno parecia um
alambique destinado a
sutilizar as energias
do reencarnante, para
restituí-las, decerto, a
ele mesmo, na formação
do novo envoltório.
Clarêncio elucidou: "A
reencarnação, tanto
quanto a desencarnação,
é um choque biológico
dos mais apreciáveis.
Unido à matriz geradora
do santuário materno, em
busca de nova forma, o
perispírito sofre a
influência de fortes
correntes
eletromagnéticas, que
lhe impõem a redução
automática. Constituído
à base de princípios
químicos semelhantes, em
suas propriedades, ao
hidrogênio, a se
expressarem através de
moléculas
significativamente
distanciadas umas das
outras, quando ligado ao
centro genésico feminino
experimenta expressiva
contração, à maneira do
indumento de carne sob
carga elétrica de
elevado poder.
Observa-se, então, a
redução volumétrica do
veículo sutil pela
diminuição dos espaços
inter-moleculares. Toda
matéria que não serve ao
trabalho fundamental de
refundição da forma é
devolvida ao plano
etereal, oferecendo-nos
o perispírito esse
aspecto de desgaste ou
de maior fluidez". Ali,
os princípios
organogênicos
essenciais do
perispírito já se
encontravam reduzidos
na intimidade do altar
materno, e, à maneira de
um ímã, iam aglutinando
sobre si os recursos de
formação do novo
vestuário de carne que
lhe seria o vaso próximo
de manifestação,
enquanto a forma, em
ativo processo de
dissolução,
rarefazia-se. (Cap.
XXIX, págs. 178 a 180)
84. A
comunhão entre mãe e
filho
- Clarêncio comparou
aquele fenômeno à
desencarnação, quando o
corpo, que então parece
dormir, na realidade
restitui à Natureza as
unidades químicas que o
compõem. A grande
diferença é que o
desencarnante, mesmo
quando em deploráveis
condições de sofrimento,
avança para a libertação
relativa, ao passo que o
reencarnante volta às
teias da matéria densa.
É por isso que,
conduzidos à
reconstituição orgânica,
o homem revive, nos
primeiros tempos da
organização fetal, todo
o pretérito biológico.
Esses princípios
funcionam igualmente
para os animais?
Clarêncio disse que sim.
Todos nos achamos na
grande marcha de
crescimento para a
imortalidade. Nas linhas
infinitas do instinto,
da inteligência, da
razão e da sublimação,
permanecemos todos
vinculados à lei do
renascimento como
inalienável condição de
progresso. Vivenciamos
experiências múltiplas e
as recapitulamos, tantas
vezes quantas se fizerem
necessárias na grande
jornada para Deus.
"Crisálidas de
inteligência nos setores
mais obscuros da
Natureza – asseverou o
instrutor – evolvem para
o plano das
inteligências
fragmentárias, onde se
localizam os animais de
ordem superior que, por
sua vez, se dirigem para
o reino da consciência
humana, tanto quanto os
homens, pouco a pouco,
se encaminham para as
gloriosas esferas dos
anjos". Hilário pediu a
Clarêncio explicar, da
forma mais simples
possível, como se dava,
naquele momento, a
comunhão fisiopsíquica
de Zulmira e Júlio, e o
Ministro, após refletir
alguns momentos, disse:
"Imaginemos um pêssego
amadurecido, lançado à
cova escura, a fim de
renascer. Decomposto em
sua estrutura,
restituirá aos
reservatórios da
Natureza todos os
elementos da polpa e dos
demais envoltórios que
lhe revestem os
princípios vitais,
reduzindo-se no imo do
solo ao embrião
minúsculo que se
transformará, no espaço
e no tempo, em novo
pessegueiro". O
ensinamento não podia
ser mais lógico e
preciso. (Cap. XXIX,
págs. 180 e 181)
(Continua no próximo
número.)