ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Espiritismo
prático e estudo
É imprescindível
que os
integrantes dos
grupos
mediúnicos sejam
detentores de um
considerável
substrato
doutrinário, só
obtido através
de muitos
estudos e
reflexões.
“Para a opinião
errônea de
grande número de
pessoas, muito
mais do que se
pensa, têm
contribuído a
ignorância e a
leviandade de
vários médiuns”.
Allan Kardec
(1)
No âmbito do
Espiritismo
prático, faz-se
ainda mais
importante a
necessidade do
“instruí-vos”
(2),
aconselhado pelo
Espírito de
Verdade.
Segundo o Mestre Lionês (1),
“as dificuldades
e os desenganos,
com que muitos
topam na prática
do Espiritismo,
se originam da
ignorância dos
princípios dessa
ciência”.
O atento e
profundo estudo
de “O Livro
dos Médiuns”
é a melhor e
mais eficiente
profilaxia à
nossa disposição
para evitarmos
os naturais
escolhos de que
estão inçados os
caminhos dos
fenômenos que
transcendem o
âmbito do mundo
material.
Nos primeiros
tempos,
criaturas
intempestivas e
afoitas
sugeriram a
Kardec que
publicasse uma
espécie de
breviário, um
manual prático,
muito sucinto,
que contivesse
de forma
objetiva e
simplificada a
indicação dos
processos
seguros que se
devem empregar
para entrar em
comunicação com
os Espíritos. O
principal
argumento dessas
irrefletidas
criaturas era o
de que uma obra
simples e
acessível
alavancaria a
multiplicação
dos adeptos e
supriria de
médiuns, aos
magotes, o
movimento
nascente...
Felizmente, não
era sem motivo
que Kardec
recebeu de
Flammarion a
alcunha de
“bom senso
encarnado”,
pois antevendo a
onda
avassaladora de
despautérios que
tal atitude
poderia gerar, o
Mestre Lionês
ponderou (1):
“(...) A nosso
ver, semelhante
obra, em vez de
útil, seria
nociva, ao menos
por enquanto...
De muitas
dificuldades se
mostra inçada a
prática do
Espiritismo e
nem sempre
isenta de
inconvenientes a
que só o
estudo sério e
completo pode
obviar.
Fora, pois, de
temer que uma
indicação muito
resumida
animasse
experiências
levianamente
tentadas, das
quais viessem os
experimentadores
a
arrepender-se.
(...) Havíamos
publicado uma
Instrução
Prática com o
fito de guiar os
médiuns.
Substituímo-la
por esta, a que
denominamos de
“O Livro dos
Médiuns” na qual
reunimos todos
os dados que uma
longa
experiência e
conscienciosos
estudos nos
permitiram
colher. Ela
contribuirá para
imprimir ao
Espiritismo o
caráter sério
que lhe forma a
essência e para
evitar que haja
quem nele veja
objeto de
frívola ocupação
e de
divertimento.
Portanto,
entendemos com
Kardec que, para
obviar os
inconvenientes
de uma prática
mediúnica
desastrosa,
faz-se mister
que os
integrantes dos
grupos
mediúnicos sejam
detentores de um
considerável
substrato
doutrinário só
obtido através
de muitos
estudos e
aprofundadas
reflexões
embasados no
Pentateuco
Kardequiano, com
ênfase maior em
“O Livro dos
Médiuns”
e em
“O Livro dos
Espíritos”.
Provocar
manifestações de
Espíritos a
torto e a
direito, sem
colimar um fim
nobre e digno,
além de
contraproducente,
fatalmente
estimularia
abusos de vária
ordem. E foi
justamente por
causa do
descomedimento
que, a seu
tempo, Moisés
achou por bem
proibir o
intenso comércio
popular-varejista
entre os dois
planos da vida,
não sem antes,
evidentemente,
separar um
pugilo de
médiuns
devidamente
qualificados
para o mister.
Trazendo as
criaturas para o
aprofundado
estudo da
fenomenologia
espírita,
granjear-se-á
adeptos úteis à
causa, vez que
sem o devido
estudo teremos,
na área do
Espiritismo
prático,
desastres
múltiplos e
obsessões
incontáveis
como, aliás, não
raro vemos
acontecer por aí,
para glória e
deleite dos
obsessores e dos
inimigos da
Doutrina
Espírita.
Espírita que,
por preguiça,
não estuda,
compactua-se com
os inimigos da
luz. A preguiça
é mãe da
ignorância.
Portanto...
Espíritas,
instruí-vos!
(2).
Tal a orientação
que não podemos
negligenciar.
Referências:
(1) KARDEC,
Allan.
O Livro dos
Médiuns.
71. ed. Rio [de
Janeiro]: FEB,
2003, Introdução.
(2) KARDEC,
Allan.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
104. ed. Rio:
FEB, 2006, cap.
VII, item 5, §
5º.