MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Entre a Terra e o Céu
André Luiz
(Parte
25)
Continuamos a apresentar
o
estudo da obra
Entre a Terra e o Céu,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. No tocante à
hereditariedade é certo
dizer que somos
herdeiros de nós mesmos?
Sim. A hereditariedade,
tal como é aceita no
mundo, tem os seus
limites. Filhos e pais
guardam, sempre,
afinidade magnética
entre si. Os pais
fornecem determinados
recursos ao
reencarnante, mas esses
recursos estão
condicionados às
necessidades da alma que
lhes aproveita a
cooperação, porque, no
fundo, "somos herdeiros
de nós mesmos".
"Assimilamos as energias
de nossos pais
terrestres, na medida de
nossas qualidades boas
ou más, para o destino
enobrecido ou torturado
a que fazemos jus, pelas
nossas conquistas ou
débitos que voltam à
Terra conosco, emergindo
de nossas anteriores
experiências", explicou
Clarêncio.
(Entre a Terra e o Céu,
cap. XXIX, pp. 181 a
183.)
B. Que acontece com a
organização feminina
durante a gestação?
Clarêncio explanou esta
questão nos seguintes
termos: "A mulher
grávida, além da
prestação de serviço
orgânico à entidade que
se reencarna, é
igualmente constrangida
a suportar-lhe o
contacto espiritual, que
sempre constitui um
sacrifício quando se
trata de alguém com
escuros débitos de
consciência. A
organização feminina,
durante a gestação,
sofre verdadeira
enxertia mental. Os
pensamentos do ser que
se acolhe ao santuário
íntimo, envolvem-na
totalmente, determinando
significativas
alterações em seu cosmo
biológico”. No caso de
Júlio e Zulmira, eles
influenciavam-se
mutuamente.
(Obra citada, cap. XXX,
pp. 184 a 186.)
C. Como se explica a
transformação do sistema
nervoso que se observa
na mulher grávida?
A esta pergunta de
Hilário, que lembrou que
muitas vezes a gestante
revela decréscimo de
vivacidade mental e, não
raro, enuncia propósitos
da mais rematada
extravagância, havendo
mulheres que adquirem
antipatias súbitas e
outras que se recolhem a
fantasias
injustificáveis, o
Ministro Clarêncio
elucidou: "A explicação
é muito clara. A
gestante é uma criatura
hipnotizada a longo
prazo. Tem o campo
psíquico invadido pelas
impressões e vibrações
do Espírito que lhe
ocupa as possibilidades
para o serviço de
reincorporação no mundo.
Quando o futuro filho
não se encontra
suficientemente
equilibrado diante da
Lei, e isso acontece
quase sempre, a mente
maternal é suscetível de
registrar os mais
estranhos
desequilíbrios, porque,
à maneira de um médium,
estará transmitindo
opiniões e sensações da
entidade que a empolga".
(Obra citada, cap. XXX,
pp. 186 e 187.)
Texto para leitura
85. A
questão da
hereditariedade
- O exemplo dado por
Clarêncio explica por
que, na maioria dos
casos, as crianças
desencarnadas reclamam
período de tempo mais
ou menos longo para
demonstrarem crescimento
mental. "Isso acontece
com a maioria – informou
o Ministro –, de vez que
há exceções na regra. Em
muitas circunstâncias,
semelhante imposição
não existe. Quando a
mente já desenvolveu
certas qualidades,
aprimorando-se em mais
altos degraus de
sublimação espiritual,
pode arrojar de si
mesma os elementos
indispensáveis à
composição dos veículos
de exteriorização de que
necessite em planos que
lhe sejam inferiores".
"Nesses casos, o
Espírito já domina
plenamente as leis de
aglutinação da matéria,
no campo de luta que nos
é conhecido, e, por esse
motivo, governa o
fenômeno da própria
reencarnação sem
subordinar-se a ele."
Embora doloroso, o
problema de Júlio era
educativo. Tendo
fracassado na carne, na
carne encontraria
caminho ao próprio
reajuste. Hilário
perguntou sobre a
questão da
hereditariedade em tais
casos. Júlio renasceria
sem a moléstia que o
apoquentava, por herdar
fatalmente os
característicos
biológicos dos pais?
Clarêncio informou que a
hereditariedade, tal
como é aceita no mundo,
tem os seus limites.
Filhos e pais guardam,
sempre, afinidade
magnética entre si.
Assim, os pais fornecem
determinados recursos ao
reencarnante, mas esses
recursos estão
condicionados às
necessidades da alma que
lhes aproveita a
cooperação, porque, no
fundo, "somos herdeiros
de nós mesmos".
"Assimilamos as energias
de nossos pais
terrestres, na medida de
nossas qualidades boas
ou más, para o destino
enobrecido ou torturado
a que fazemos jus, pelas
nossas conquistas ou
débitos que voltam à
Terra conosco, emergindo
de nossas anteriores
experiências", ajuntou
Clarêncio. Júlio
transportaria consigo a
mesma enfermidade, à
maneira de alguém que,
em se mudando de
residência, não modifica
o quadro orgânico.
Durante a gravidez, a
mente da criança estaria
associada à mente
materna, influenciando a
formação do embrião.
Assim, todo o cosmo
celular do novo corpo
ficaria impregnado pelas
forças do pensamento
enfermiço do
reencarnante, renascendo
Júlio com as
deficiências de que
ainda era portador,
embora favorecido pelo
material genético dos
pais, nos limites da lei
de herança, para a
constituição do novo
envoltório. O Ministro,
então, concluiu: "Como
vemos, na mente reside o
comando. A consciência
traça o destino, o corpo
reflete a alma. Toda
agregação de matéria
obedece a impulsos do
espírito. Nossos
pensamentos fabricam as
formas de que nos
utilizamos na vida".
(Cap. XXIX, págs. 181 a
183)
86. Uma amigdalite
ameaça a gestação
- Passado um mês, Odila
procurou Clarêncio
solicitando ajuda. Ela
estava triste,
atormentada. Zulmira,
incompreensivelmente
para ela, havia
contraído perigosa
amigdalite e sofria
muito. Baldados os seus
esforços por liberar a
gestante de semelhante
aborrecimento físico,
Odila inspirou Amaro a
trazer um médico, mas
temia que este,
ignorando a gravidez,
pudesse aplicar-lhe
recursos impróprios.
Clarêncio e seus amigos
foram, de noite, à casa
de Zulmira,
encontrando-a no leito,
em aflitiva prostração.
Cabelos em desalinho,
olheiras arroxeadas e
faces rubras de febre,
parecia aguardar a
chegada de alguém que a
auxiliasse a debelar a
crise. A supuração das
amígdalas poluíra-lhe o
hálito e lhe impunha
dores lancinantes.
Apesar do carinho do
esposo e de Evelina, a
mulher que trinta dias
antes estava corada e
bem disposta,
revelava-se então
profundamente abatida.
Clarêncio aplicou-lhe
recursos magnéticos,
detendo-se de modo
particular na região do
cérebro e na fenda
glótica. A doente acusou
melhoras imediatas;
reabilitou-se o
movimento circulatório;
a febre decresceu,
propiciando-lhe repouso,
e o sono reparador
surgiu por fim,
favorecendo-lhe a
recuperação. Qual seria
a causa da moléstia
insidiosa, que tão
violenta se apresentara?
A esta pergunta de
Hilário, Clarêncio
respondeu: "A questão é
sutil. A mulher grávida,
além da prestação de
serviço orgânico à
entidade que se
reencarna, é igualmente
constrangida a
suportar-lhe o contacto
espiritual, que sempre
constitui um sacrifício
quando se trata de
alguém com escuros
débitos de consciência.
A organização feminina,
durante a gestação,
sofre verdadeira
enxertia mental. Os
pensamentos do ser que
se acolhe ao santuário
íntimo, envolvem-na
totalmente, determinando
significativas
alterações em seu cosmo
biológico. Se o filho é
senhor de larga evolução
e dono de elogiáveis
qualidades morais,
consegue auxiliar o
campo materno,
prodigalizando-lhe
sublimadas emoções e
convertendo a
maternidade,
habitualmente dolorosa,
em estação de esperanças
e alegrias
intraduzíveis, mas no
processo de Júlio
observamos duas almas
que se ajustam nas
mesmas dívidas e na
mesma posição
evolutiva". Eles
influenciavam-se,
mutuamente. (Cap. XXX,
págs. 184 a 186)
87. Um processo de
modelagem -
Clarêncio fez longa
pausa, tornou aos passes
e depois continuou: "Se
Zulmira atua, de maneira
decisiva, na formação do
novo veículo do menino,
o menino atua
vigorosamente nela,
estabelecendo fenômenos
perturbadores em sua
constituição de mulher.
A permuta de impressões
entre ambos é inevitável
e os padecimentos que
Júlio trazia na garganta
foram impressos na mente
maternal, que os
reproduz no corpo em
que se manifesta. A
corrente de troca entre
mãe e filho não se
circunscreve à
alimentação de natureza
material; estende-se ao
intercâmbio constante
das sensações diversas.
Os pensamentos de
Zulmira guardam imensa
força sobre Júlio, tanto
quanto os de Júlio
revelam expressivo
poder sobre a nova
mãezinha. As mentes de
um e de outro como que
se justapõem,
mantendo-se em
permanente comunhão, até
que a Natureza complete
o serviço que lhe cabe
no tempo. De semelhante
associação, procedem os
chamados sinais de
nascença. Certos
estados íntimos da
mulher alcançam, de
algum modo, o princípio
fetal, marcando-o para a
existência inteira. É
que o trabalho da
maternidade assemelha-se
a delicado processo de
modelagem, requisitando,
por isso, muita cautela
e harmonia para que a
tarefa seja perfeita".
Na sequência, o Ministro
levou a efeito diversas
operações magnéticas de
auxílio à cavidade
pélvica, afirmando a
necessidade de socorro
ao útero, em vista do
complicado
desenvolvimento do
reencarnante. Hilário
aludiu, naquele
instante, à
transformação do sistema
nervoso que se observa
na mulher grávida.
Muitas vezes, a gestante
revela decréscimo de
vivacidade mental e,
não raro, enuncia
propósitos da mais
rematada extravagância,
havendo mulheres que
adquirem antipatias
súbitas e outras que se
recolhem a fantasias
injustificáveis. Diante
da observação feita por
Hilário, o instrutor
elucidou: "A explicação
é muito clara. A
gestante é uma criatura
hipnotizada a longo
prazo. Tem o campo
psíquico invadido pelas
impressões e vibrações
do Espírito que lhe
ocupa as possibilidades
para o serviço de
reincorporação no mundo.
Quando o futuro filho
não se encontra
suficientemente
equilibrado diante da
Lei, e isso acontece
quase sempre, a mente
maternal é suscetível de
registrar os mais
estranhos
desequilíbrios, porque,
à maneira de um médium,
estará transmitindo
opiniões e sensações da
entidade que a empolga".
(Cap. XXX, págs. 186 e
187)
(Continua no próximo
número.)