WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
 

Estudando as obras de Kardec
Ano 3 - N° 148 - 7 de Março de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1865

Allan Kardec 

(Parte 11)

Damos prosseguimento ao estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1865. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 20 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Por que o homem enfrenta na Terra tantos obstáculos?

Esta questão foi tratada pelo Espírito de Pascal na Sociedade Espírita de Paris, Segundo ele, em a Natureza nada se perde e nada é inútil. Tudo, até as criaturas mais perigosas e os mais sutis venenos, tem a sua razão de ser. As coisas nocivas obrigam o homem a exercitar a inteligência. Se existem obstáculos, é para despertar no homem os recursos adormecidos; é para dar impulso aos tesouros da inteligência, que ficariam enterrados, se uma necessidade, um perigo a evitar, não viessem forçá-lo a velar por sua conservação. “O instinto nasce; a inteligência o segue, as ideias se encadeiam e está inventado o raciocínio”, concluiu o conhecido filósofo. (Revue Spirite de 1865, pp. 151 e 152.) 

B. Podemos dizer que o mundo espiritual é um reflexo do mundo material?

Não. O mundo dos Espíritos não é um reflexo do mundo material; este é que é uma imagem grosseira e imperfeita do reino de além-túmulo, porque as relações entre os dois mundos são uma constante e sempre se verificaram em nosso planeta. (Obra citada, pp. 153 a 155.)  

C. Qual é o segredo que faz com que a doutrina espírita seja facilmente aceita pelos que a conhecem?

Kardec tratou deste assunto ao comentar uma carta recebida de uma pessoa simples de Touraine. Observou então o Codificador que não é preciso diploma para compreender o Espiritismo, porque sua doutrina é tão clara e tão lógica que chega sem esforço a todas as inteligências. Além disso, ela toca o coração: eis o seu maior segredo. (Obra citada, pp. 166 e 167.) 

Texto para leitura 

119. Comentando o assunto, Kardec afirma que a mediunidade exige um estudo sério da parte de quem quer que veja no Espiritismo uma coisa séria. À medida que as molas dessa faculdade forem mais bem conhecidas, estaremos menos expostos às decepções e haverá menos vítimas do charlatanismo. (Pág. 150.)

120. Escrevendo sobre o progresso, em comunicação dada na Sociedade Espírita de Paris, diz Pascal que no mundo nada se perde, não apenas na matéria, onde tudo se renova incessantemente, mas também no domínio da inteligência. “A humanidade – afirma Pascal – é como um só homem, que vivesse eternamente, e adquirisse incessantemente novos conhecimentos.” (Pág. 151.)

121. Pascal lembra que tais palavras não são apenas uma imagem, porque o Espírito é imortal, só o corpo é transitório. Na natureza nada se perde e nada é inútil. Tudo, até as criaturas mais perigosas e os mais sutis venenos, tem a sua razão de ser. As coisas nocivas obrigam o homem a exercitar a inteligência. Ora, se a necessidade é a mãe da indústria, a indústria também é filha da inteligência. Se existem obstáculos, é para despertar no homem os recursos adormecidos; é para dar impulso aos tesouros da inteligência, que ficariam enterrados, se uma necessidade, um perigo a evitar, não viessem forçá-lo a velar por sua conservação. “O instinto nasce; a inteligência o segue, as ideias se encadeiam e está inventado o raciocínio”, conclui o notável filósofo. (Págs. 151 e 152.)

122. Em outra mensagem transmitida na Sociedade de Paris e assinada por Mokí, é reiterada a importância de se observar a seriedade e o recolhimento nas reuniões espíritas. A linguagem usada no trato com os Espíritos pode variar, mas jamais a seriedade e a benevolência podem faltar às reuniões. Todas as comunicações, diz o Espírito, têm sua utilidade para aquele que sabe tirar delas proveito. Uma mistificação reconhecida e provada pode agir com mais eficácia sobre as pessoas, fazendo-as perceber melhor os pontos a reforçar, do que instruções que são às vezes admiradas, mas não postas em prática. (Págs. 152 e 153.)

123. Duas mensagens assinadas por Mesmer, valendo-se da mediunidade do sr. Delanne, fecham a edição de maio de 1865. A primeira fala da imigração de Espíritos para a Terra; a segunda trata do tema criações fluídicas. Eis em resumo parte do que nelas se contém: A) A Terra treme ao sentir em seu seio aqueles que ela outrora viu passar por aqui, e se alegra em os rever, porque pressente que eles vêm para a conduzir à perfeição. B) Sim, grandes mensageiros estão entre nós neste mundo: são eles que se tornarão os sustentáculos da geração futura. C) À medida que o Espiritismo crescer e se desenvolver, os Espíritos de uma ordem cada vez mais elevada virão sustentar a obra, em razão das necessidades da causa. Por toda a parte Deus espalhou esteios para a doutrina.  D) A imigração de Espíritos superiores se opera para ativar a marcha ascendente da humanidade terrena. É preciso, pois, redobrar de coragem, de zelo, de fervor pela causa, porque nada deterá a marcha progressiva do Espiritismo e poderosos protetores continuarão a obra. E) O mundo dos invisíveis é como o mundo terráqueo. Em vez de ser material e grosseiro, é fluídico, etéreo, da natureza do perispírito, que é o verdadeiro corpo do Espírito, tirado desses meios moleculares, como o corpo físico se forma de coisas mais palpáveis e materiais. F) O mundo dos Espíritos não é um reflexo do mundo material: este é que é uma imagem grosseira e imperfeita do reino de além-túmulo. G) As relações entre os dois mundos sempre existiram. Mas agora é chegado o momento em que todas essas afinidades irão ser reveladas, demonstradas e tornadas palpáveis. (Págs. 153 a 155.)

124. No dia 5 de maio de 1865, Kardec apresentou à Sociedade Espírita de Paris um relatório a que ele chamou de Relatório da Caixa do Espiritismo. Trata-se de uma detalhada prestação de contas de natureza eminentemente financeira, em que o Codificador especifica os recursos movimentados desde fevereiro de 1860 e as suas respectivas aplicações. (Págs. 157 a 164.)

125. Eis algumas informações importantes extraídas do documento citado: A) Kardec jamais dispôs de recursos financeiros fartos para a execução do seu trabalho à frente do movimento espírita. Mas compreendia que, não pondo recursos abundantes em suas mãos, os Espíritos quiseram provar que o Espiritismo não devia o seu sucesso senão a si mesmo, à sua própria força, e não ao emprego de meios vulgares. B) Se ele pudesse contar com uma soma vultosa, não a utilizaria – como pensava anteriormente – em gastos publicitários em prol da doutrina, mas sim na edificação de um retiro espírita, cujos habitantes recolhessem os benefícios da doutrina, e na constituição de um fundo que produzisse uma renda inalienável destinada: 1o – a manter o estabelecimento; 2o – a assegurar uma existência digna a quem lhe sucedesse e aos que o ajudassem em sua missão; 3o – a cobrir as necessidades correntes do Espiritismo. C) O Espiritismo, segundo Kardec, ainda se achava no estado de esboço; os princípios gerais estavam estabelecidos, mas as suas consequências não estavam, nem podiam estar claramente definidas.  Até aquele momento ele não passava de uma doutrina filosófica e somente mais tarde é que as pessoas compreenderiam o seu verdadeiro alcance e utilidade. (Págs. 159 a 164.)

126. A Revue publica duas cartas, uma enviada a Kardec por um general  da Rússia e a outra remetida por um simples pastor de Touraine. O objetivo da transcrição é mostrar que o Espiritismo satisfaz a todas as camadas da sociedade. A carta do militar russo noticia o surgimento do primeiro grupo espírita de São Petersburgo, ocorrido a 23 de outubro de 1864. O objetivo principal do grupo, diz ele, é o alívio dos Espíritos sofredores, encarnados e desencarnados. Com duas reuniões por semana, o grupo já contava com 40 membros. O missivista diz ainda ter aparecido a primeira brochura espírita na Rússia, impressa em São Petersburgo, com autorização da censura. Foi uma resposta que ele próprio deu a um artigo do arcipreste Debolsky publicado no jornal Radougaf.  “Até agora – acrescenta o militar – nossa censura não permitia publicar artigos senão contra, mas nunca pró Espiritismo. Pensei que a melhor refutação fosse a tradução de vossa brochura O Espiritismo em sua mais simples expressão, que fiz inserir naquele jornal.” (Págs. 164 e 165.)

127. Comentando a segunda carta, enviada por uma pessoa simples de Touraine, Kardec observa que não é preciso diploma para compreender o Espiritismo, porque sua doutrina é tão clara e tão lógica que chega sem esforço a todas as inteligências. Além disso, ela toca o coração: eis o seu maior segredo. (Págs. 166 e 167.)

128. O confrade J.M.F., do grupo espírita de Barcelona, relata detalhadamente a cura de uma mulher chamada Rosa N..., que durante 15 anos esteve presa de uma obsessão das mais cruéis. Casada em 1850, poucos dias depois do casamento Rosa foi atingida por ataques espasmódicos que se repetiam muitas vezes e com violência, até engravidar. (Págs. 167 e 168.)

129. Durante a gravidez Rosa nada experimentou, mas após o parto os ataques se renovaram. As crises duravam três a quatro horas e era preciso muitas pessoas para a dominar. Os médicos que a examinaram diziam uns que era uma doença nervosa; outros, que era loucura. O certo é que o fenômeno se repetia em cada gravidez: cessavam os ataques durante a gestação e recomeçavam após o parto. (Págs. 168 e 169.)

130. Em julho de 1864 o grupo espírita de Barcelona se interessou pelo caso e bastaram alguns minutos para se reconhecer a causa da moléstia: Rosa enfrentava, na verdade, uma obsessão das mais terríveis e foi muito difícil fazer com o que o obsessor atendesse ao chamado que o grupo espírita lhe fez. (Pág. 169.) (Continua no próximo número.)

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita