WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
Informação e
conhecimento
espíritas
Nasceu em
família
espírita,
cresceu
acostumado a ver
seus pais
trabalhando
ativamente no
Centro Espírita
do bairro onde
moravam. Sua
adolescência foi
efervescente de
informações da
doutrina
codificada por
Kardec, ouviu
palestras de
grandes
oradores,
participou de
inúmeros cursos,
tomou contato
com célebres
escritores.
Interessado,
aprofundou-se
nas cinco obras
básicas do
Espiritismo. O
Livro dos
Espíritos era
com ele mesmo,
sabia de cor e
salteado todas
as informações
ali contidas,
tanto empenho
lhe valeu o
apelido de
Enciclopédia
Espírita.
Alguém
perguntava, ele
respondia, sem
titubear.
Convidado a
participar de
programa de
perguntas e
respostas sobre
o Espiritismo,
sua atuação foi
elogiada de
norte a sul do
Brasil. Em
matéria de
informação
espírita era uma
sumidade.
Contudo, embora
fosse o supra
sumo da
informação
espírita, na
hora de
transformá-las
em conhecimento,
patinava. Tinha
a informação de
que deveria
respeitar a
crença alheia,
entretanto, não
respeitava.
Tinha a
informação de
que as Leis de
Deus estão em
nossa
consciência, no
entanto, não a
consultava.
Tinha a
informação de
que a vida rompe
a noite da
morte, todavia,
vivia calcado no
imediatismo,
como se a
existência atual
fosse a única.
Era rico em
informações e
pobre em
conhecimentos.
Há enorme
diferença entre
informação
espírita e
conhecimento
espírita. A
informação é a
superfície, o
conhecimento é a
essência.
Estar informado
de que o
Espiritismo
encerra a
mensagem de que:
“Fora da
caridade não há
salvação”, não é
o mesmo do que
conhecer essa
caridade. O
conhecer implica
em
comprometimento,
participação. O
conhecer é a
informação
gerando atuação.
Portanto, quem
não arregaça as
mangas e não
produz algo de
bom para si
mesmo e ao
semelhante,
possui apenas a
informação de
que “Fora da
caridade não há
salvação”, nada
além disso.
Aliás, eis uma
das grandes
dificuldades da
alma humana:
transformar a
informação em
conhecimento.
Vivemos em uma
época onde as
informações
jorram por todos
os lados.
Ligamos a
televisão e nos
deparamos com
informações, a
internet é
pródiga em
informações, o
rádio também
cumpre a sua
parte de
informar e ainda
há jornais e
revistas.
Há campanhas
informando sobre
os benefícios
que os
exercícios
físicos trazem à
saúde, todos
sabem disso,
porém, grande
parte das
pessoas, embora
informadas, não
se interessam em
se exercitar,
não vivenciam o
esporte. Prova
disso está nos
gráficos que
indicam o
grande número de
mortes
vinculadas ao
sedentarismo.
Em relação às
drogas é ainda
mais sério – as
informações
brotam por todos
os cantos e
recantos, todos
têm a informação
de que as drogas
são nocivas,
contudo, há
ainda muita
gente entrando
nesse
precipício. E o
que dizer do
aborto? Ora,
hoje crianças de
9 e 10 anos têm
informação de
como uma mulher
fica grávida.
Entretanto,
ainda assim,
alguns políticos
e autoridades
alegam que se
deve legalizar o
aborto pelo
motivo da tal
gravidez
indesejada. Meu
Deus! Quanta
incoerência!
Como vemos, o
mundo está
abarrotado de
informação,
porém, carente
de conhecimento.
Por isso mesmo o
espírita não
pode estar
apenas informado
de que se deve
compreender,
amar, tolerar,
auxiliar,
compartilhar,
perdoar. Mais do
que se informar,
imperioso
conhecer todos
esses verbos,
vivenciando-os.
O Espiritismo é
vivência, é
participação, é
ação.
Transformemos,
pois, a bela
literatura
espírita, que
nos informa de
onde viemos, o
que fazemos aqui
e para onde
vamos, em
conhecimento
espírita;
conhecimento
este que nos
aproxima do
Criador.
Pensemos nisso.