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Cartas
Ano 3 - N° 153 - 11 de Abril de 2010
Recebemos nos últimos dias as seguintes mensagens de nossos leitores:
 

De: Regina Cabral (Halle Saale, Sachen-anhalt, Alemanha)
Domingo, 4 de abril de 2010 às 09:50:49

Boa tarde. Eu gostaria muito de saber se aqui por perto onde moro existe algum Centro Espírita. Por favor, se existe me mande o endereço.

Obrigada.

Fiquem com Deus.

Regina
 

Nota do Editor: 

Já fornecemos à leitora a informação solicitada. Aliás, para que outros leitores saibam, informações sobre o movimento espírita no exterior podem ser obtidas no site do Conselho Espírita Internacional (CEI), que é este: http://www.spiritist.org/main/.

 

De: Joana d' Arc Gouvea Costa (Juiz de Fora, MG)
Quarta-feira, 31 de março de 2010 às 16:19:52

Fiquei verdadeiramente pasma ao descobrir que no plano espiritual existe herança e que podemos deixar 'casa' para familiares. Que familiares? Esse conceito não se amplia no espaço? E o conceito de que a cada qual segundo suas obras?

Realmente não entendo. Peço orientação.
Obrigada.
 
Joana d´Arc
 

Resposta do Editor: 

Diz o texto do livro Nosso Lar (cap. 22, pp. 123 e 124), de André Luiz, que as economias em bônus-hora revertem ao patrimônio comum quando o Espírito regressa à crosta em nova encarnação. A família tem apenas o direito de herança ao lar, mas a ficha de serviço autoriza o Espírito com crédito de bônus-hora a interceder por outras pessoas, além de assegurar-lhe o auxílio da colônia durante sua permanência nos círculos carnais.

O autor está se referindo aí, de forma bem clara, às condições de vida na colônia espiritual Nosso Lar, as quais lembram muito de perto o que se passa aqui na crosta terrestre, embora, como sabemos, a herança em nosso plano alcance outros bens, permitindo até que pessoas ociosas possam viver, sem esforço algum, dos proventos que seus pais acumularam.

Na colônia citada isso não ocorre, porque os bônus-hora não se transferem, algo que certamente um dia será observado também em nosso meio, cumprindo-se então o que a leitora observou: A cada um segundo suas obras.

 

De: José Bonifácio (Goiânia, GO)
Sábado, 3 de abril de 2010 às 18:53:53

Estou fazendo o curso sobre as obras de Pietro Ubaldi. No item sobre a queda, tenho dificuldade de entender que Jesus também caiu. Me ajude, por favor. 
José Bonifácio
 

Resposta do Editor: 

A informação pertinente à queda de Jesus, citada pelo leitor, conflita com o conteúdo do livro A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado em 1938 pelo médium Francisco Cândido Xavier. De acordo com referido livro, Jesus é a Luz do Princípio, seu coração é a fonte da vida para toda a Humanidade da Terra e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo.

Segundo Emmanuel, na direção de todos os fenômenos do sistema solar existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, da qual Jesus é membro. Em face de tais palavras, que confirmam muito do que lemos no Evangelho de João, é fácil perceber que as ideias de Pietro Ubaldi são, nesse sentido, totalmente equivocadas. 

 

De: Matilde Fedatto (Londrina, PR)
Sexta-feira, 2 de abril de 2010 às 18:43:16

Minha filha desencarnou há 4 anos e 8 meses. Sinto muitas saudades, mas nunca sonho com ela, por quê?
Matilde

Resposta do Editor: 

Sobre os sonhos, sugerimos à leitora que leia o texto da seção O Espiritismo responde publicado nesta edição. Lendo-o, entenderá as dificuldades que existem na compreensão dos sonhos, uma vez que, para várias horas de sono, lembramo-nos geralmente de alguns poucos minutos, o que torna difícil deduzir do relato algum sentido. Ademais, o fato de não nos lembrarmos de determinados contatos – que chamaríamos de sonho – não significa que esses contatos não existiram. Há muitos encontros na esfera espiritual que esquecemos por razões relevantes, muitas das quais só compreenderemos quando estivermos também desencarnados.

 

De: Deputado Átila Nunes (Rio de Janeiro, RJ)
Segunda-feira, 5 de abril de 2010 às 08:19

Senhores.
Aconteceu um incidente grave em São Paulo, que contraria tudo aquilo que se fala sobre o lado bom e generoso do povo brasileiro.
O incidente abaixo foi primeiramente noticiado pelo jornal Folha de SP ontem e depois pelos demais em todo o país.
O Lar Mensageiros da Luz é um abrigo de crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos, com deficiência, especificamente paralisia cerebral. Atualmente atendem 38 pessoas da Baixada Santista, SP.
E de onde vêm esses deficientes? São deficientes em risco pessoal e social encaminhados pelo Poder Judiciário, Conselho Tutelar, Poder Executivo Municipal ou espontaneamente.

O INACREDITÁVEL

Como tudo começou? Foi programada na Semana Santa uma visita de jogadores do Santos F.C. ao Lar Mensageiros da Luz, que dá assistência à paralisia cerebral. Seriam entregues ovos de Páscoa.
Quando o ônibus parou à porta da instituição, alguns jogadores como Neymar, Robinho, Fábio Costa, Durval, Léo, Marquinhos e Brum se recusaram a descer. Ganso chegou com seu próprio carro e, antes de entrar no local, foi chamado pelos colegas que estavam no ônibus (eles gritaram e bateram nas janelas). Ganso entrou no ônibus e não saiu mais.
A razão? Souberam que a instituição tinha sido fundada por espíritas.
O presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro foi até o ônibus e conversou com os atletas. "Falei para os jogadores que o Santos tem que provar que não é apenas um time de futebol."
O técnico Dorival Júnior, visivelmente constrangido, disse que deixara claro que era uma atividade paralela às atividades do clube e que não era obrigatória a presença de todos. “Era pra ser algo fraterno, buscando uma troca com aquelas crianças que têm muito mais para nos ensinar do que temos para lhes oferecer” - disse o técnico santista.
Dentro da instituição, os jogadores que participaram da doação dos 600 ovos, entre eles Felipe, Edu Dracena, Arouca, Pará e Wesley, conversaram e brincaram com as crianças.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Robinho e Neymar disseram que sua religião (evangélica)  precisa ser respeitada. Por isso não desceram do ônibus para visitar os deficientes que os esperavam. “Só ficamos sabendo quando chegamos ao local que se tratava de um ambiente espírita” – disse Robinho.
Evangélico, Neymar disse o seguinte: “Fiquei sabendo dos rituais religiosos (sic) realizados no local somente quando cheguei lá. Tomei essa atitude, pois tinha receio de não me sentir bem".

E DEPOIS?

Essa notícia me foi trazida pelo meu filho e companheiro de jornada, Átila Nunes Neto, que, como eu, estava chocado.
Meu filho é um homem de 36 anos e foi criado num lar espiritualista, mas sempre alertado para que jamais sua fé passasse por cima dos princípios básicos da fraternidade.
Chico Xavier dizia que, se Allan Kardec tivesse dito que “Fora do Espiritismo não há salvação”, ele não teria seguido os passos da Doutrina Espírita. Mas Kardec disse que “Fora da caridade não há salvação”. E a gente aprende que na caridade não há excessos e que deve ser a felicidade dos que dão e dos que recebem.
O preconceito no caso de alguns jogadores do Santos superou a caridade. É uma pena. Eles teriam invadido de alegria os corações daquelas crianças com paralisia cerebral. Mas, o preconceito é uma opinião não submetida à razão. Pior mesmo é quando o preconceito religioso surge de quem pensa com os pés.
Átila Nunes

Nota do Editor:

O assunto tratado pelo respeitado confrade e deputado carioca, amplamente noticiado por diversos jornais e programas de TV, apenas revela como o preconceito religioso é forte neste país. Se ainda imperasse entre nós a força da Inquisição, as Casas Espíritas simplesmente não existiriam, o que mostra que o advento do Espiritismo se deu na época certa; se tivesse ocorrido antes, teria sido, sem dúvida, esmagado. O lamentável é que atitudes assim foram tomadas por indivíduos que têm ainda a coragem de dizer-se evangélicos. Seria útil, pois, se dissessem em qual Evangelho o preconceito, o desprezo, a intolerância e a falta de caridade são ensinados.  

 

De: Davilson Silva (São Paulo, SP)
Terça-feira, 6 de abril de 2010 às 18:28
Amigos,
Aqui temos anexado mais um texto referente à edição n.o 277, abril/2010, da reportagem: Chico Xavier, uma investigação, publicado pela revista Superinteressante.
Davilson Silva

Nota do Editor:

A carta enviada pelo leitor à direção da revista é abaixo transcrita:

Sr. Sérgio Gwercman

Diretor de Redação da revista Superinteressante

Quando um verdadeiro gênio aparece no mundo, é imediatamente reconhecido por este sinal: os medíocres unem-se contra ele. (Jonatham Swift.) 

Com referência à  edição n 277, abril/2010, da revista Superinteressante  reportagem: Chico Xavier, uma investigação , o que mais me causou descontentamento não foi exatamente o dolo, a má-fé, a astúcia de caso pensado e maquinada numa redação da portentosa Editora Abril Ltda., expressa nessa “reportagem investigativa”, respeitante ao médium espírita Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier. Penso ser uma perda de tempo expor ao senhor sobre a humildade inata tanto do médium quanto do homem Chico Xavier, acerca da sua extraordinária força paranormal, ou medianímica, do seu comportamento exemplar, enfim, do caráter inatacável, admitido pela grande maioria dos brasileiros e de estrangeiros.

Os que respeitam e amam Chico Xavier, amigos e seguidores, tanto são pessoas simples, quanto pessoas importantes recebidas por ele com igual carinho, tivessem essa ou aquela crença, ou crença nenhuma tivessem. Entre os adeptos convictos e confessos do Espiritismo estão delegados de polícia, advogados, promotores, juizes, desembargadores, autoridades militares das Forças Armadas, jornalistas, filósofos, psicólogos, médicos, químicos, biólogos e outros. Detalhe: todos apreciam e sabem do valor de um Chico Xavier. Já ouviu falar destas siglas: UDEsp (União dos Delegados de Polícia Espíritas do Estado de São Paulo); AJE (Associação Jurídico-Espírita), ABRAME (Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas); AME-Brasil (Associação Médico-Espírita do Brasil); ABRAPE (Associação de Psicólogos Espíritas); CME (Cruzada dos Militares Espíritas)?

Tampouco, pretendo perder meu tempo, tentando lhe dizer que o Espiritismo deu princípio à Sociologia por ser o Evangelho redivivo de Jesus. O senhor, os expoentes das religiões literalistas e seus partidários cegos, fanáticos que tentam inumar essa sublime alternativa para a Humanidade, é claro, repudiariam antecipadamente quaisquer conceitos nesse sentido. O senhor, os seus superiores, a sua subordinada, a jornalista Gisela Blanco, no fundo, no fundo sabem dessas coisas... Não comentarei a respeito da profissional que, de antemão, não passa de pau-mandado.

Bem, Sr. Gwercman, falemos agora do que realmente me levou a lhe escrever. Convenhamos, foi o senhor mesmo que permitiu vir a público uma matéria digna de jornaleco ordinário, sensacionalista, própria dessas publicações dedicadas à calúnia. É patente o torpe propósito de um repto, um incômodo  não é mesmo?  a fim de atrair a atenção para a sua revista que, no momento, por causa do êxito de bilheteria da película, de eventos comemorativos do centenário do notável médium, dá-me a impressão da sua revista estar a serviço dos inimigos do Espiritismo...

De algo pode ter certeza, Sr. Gwercman: a matéria dessa sua revista ou de qualquer outro periódico que tente denegrir de maneira tão sórdida a boa fama de Chico Xavier jamais desvanecerá o nome desse amante da humanidade e da natureza, genuíno preposto de Cristo no mundo. Nossa brava gente brasileira, considerada em outros rincões do planeta como gente sensível, laboriosa, fraterna, solidária e, principalmente, religiosa, nunca se esquecerá da inteireza e benevolência incomparáveis de Chico Xavier que viveu para fé, e não dela.

Sr. Gwercman, considero o conteúdo da matéria aquém do princípio sagrado da imparcialidade da verdadeira reportagem. O senhor permitiu que se conspurcasse o espírito de um ofício digno e importante como o nosso. O texto consentido pelo senhor mais parece um editorial acintoso de descaradas mentiras, trabalho que, se tivesse sido escrito com outra intenção seria, no máximo interpretativo, e jamais tendenciosamente opinativo. Jornalistas de redações do meu tempo, Sr. redator, muitos dos quais sem nunca ostentar “diploma de jornalismo”, sabiam o que era matéria informativa, interpretativa e opinativa...

“Não é tolerante quem tolera a intolerância”, disse Balmes. Como tolerar expressões, como: há quem diga? Ou: ouvi dizer e outras patacoadas? Cadê a regularidade das informações? Onde a ética? Uma das normas jornalísticas é o rigor da informação, a absoluta certeza dos fatos, da competência, da confiabilidade das fontes. Isso que o senhor dá como reportagem investigativa é brincadeira.

Davilson Silva
Jornalista e escritor
São Paulo, 5/04/2010.

 

De: Alamar Régis Carvalho (Santos, SP)
Segunda-feira, 5 de abril de 2010 às 22:03

Amigos:
 
A conhecida revista Superinteressante publicou uma matéria idiota, tentando denegrir a imagem do Chico. O Richard Simonetti mandou uma carta para lá e eu mandei outra. Passo ao conhecimento dos espíritas, não omissos, para que todos tenham conhecimento e, caso queiram, escrevam também para lá. 

Abraços.
Alamar

Nota do Editor:

Elogiável a iniciativa dos confrades Alamar, Simonetti e Davilson, que não se omitiram e manifestaram à direção da revista o descontentamento com o teor da matéria publicada. É bom que o leitor saiba que o descontentamento não diz respeito ao fato de se elogiar ou criticar Chico Xavier. Cada pessoa tem o direito de gostar ou não dessa ou daquela personalidade. O que se critica na matéria de Superinteressante é a má-fé, é o dolo, é a falta de respeito para com os fatos e a verdade. Esperamos, contudo, que a motivação da autora da matéria não seja a mesma que deu causa aos fatos ocorridos em Santos, referidos pelo deputado Átila Nunes em uma mensagem transcrita logo acima. 

Eis a carta que Richard Simonetti enviou à revista Superinteressante:

Senhor Sérgio Gwercman

Diretor de redação da revista Superinteressante

Sou assinante dessa revista há muitos anos. Sempre a encarei como publicação séria, fonte de informações a oferecer subsídios para meu trabalho como escritor espírita, autor de 49 livros publicados.

Essa concepção caiu por terra ao ler, na edição de abril, infeliz reportagem sobre Francisco Cândido Xavier, pretensiosa e tendenciosa, objetivando, nas entrelinhas, denegrir e desvalorizar o trabalho do grande médium.

Isso pode ser constatado já na seção “Escuta”, com sua assinatura, em que V.S. pretende distinguir respeito de reverência, como se reverência não fosse o respeito profundo por alguém, em face de seus méritos.

Podemos e devemos reverenciar Chico Xavier, não por adesão de uma fé cega, mas pela constatação racional, lúcida, lógica, de que estamos diante de uma personalidade ímpar, que fez mais pelo bem da Humanidade do que mil edições de Superinteressante, uma revista situada como defensora do bom jornalismo, mas que fez aqui o que de pior existe na mídia – a apreciação superficial e tendenciosa a respeito de alguém ou de uma notícia, com todo respeito, como pretende seu editorial, como se fosse possível conciliar o certo com o errado, o boato com a realidade, o achincalhe com o respeito.

Para reflexão da repórter Gisela Blanco e redatores dessa revista que em momento algum aprofundaram o assunto e nem mesmo se deram ao trabalho de ler os principais livros psicografados pelo médium, sempre com abordagem superficial, pretendendo “explicar” o fenômeno Chico Xavier, aqui vão alguns aspectos para sua reflexão e – quem sabe? – um cuidado maior em futuras reportagens.

De onde a repórter tirou essa bobagem de que “toda essa história começou com as cartas dos mortos?”

Se as eliminarmos em nada se perderá a grandeza de Chico Xavier. A história começa bem antes disso, com a publicação, em 1932, do livro Parnaso de Além-Túmulo,quando o médium tinha apenas 22 anos.

A reportagem diz: “Ele dizia que não escolhia os espíritos a quem atenderia, só via fantasmas e ouvia vozes. Mas parecia ser o escolhido por celebridades do céu. Cruz e Souza, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e Castro Alves lhe ditaram versos e prosa.”

Afirmativa maliciosa, sugerindo o pastiche, a técnica de copiar estilo literário. O repórter não se deu ao trabalho de observar que no próprio Parnaso há, nas edições atuais, 58 poetas desencarnados, menos conhecidos e até desconhecidos, como José Duro, Alfredo Nora, Alma Eros, Amadeu, B.Lopes, Batista Cepelos, Luiz Pistarini, Valado Rosa… Poetas do Brasil e de Portugal que se identificam pelo seu estilo, em poesias personalíssimas enriquecidas por valores de espiritualidade.

Não sabe ou preferiu omitir a repórter que Chico psicografou poesias de centenas de poetas desencarnados, ao longo de seus 75 anos de apostolado, na maior parte poetas provincianos, conhecidos apenas nas cidades onde residiam no interior do Brasil. Pesquisadores constatam que esses poemas não são“razoavelmente fiéis ao estilo dos autores”. São totalmente fiéis.

Não tem a mínima noção de que a técnica do pastiche, a imitação de estilo literário, é extremamente difícil, quase impossível. Pastichadores conseguem imitar uma página, uma poesia de alguém, jamais toda uma obra ou as obras de centenas de autores.

Afirma que Chico foi autodidata e leitor voraz durante toda a vida, sempre insinuando o pastiche. Leitor voraz? Passava os dias lendo? Só quem não conhece sua biografia pode falar uma bobagem dessa natureza, já que Chico passava a maior parte de seu tempo atendendo pessoas, psicografando, participando de reuniões e atendendo à atividade profissional. Não conheço um único documentário, uma única foto mostrando Chico lendo “vorazmente”. Ah! Sim! Para a repórter Chico certamente escondia isso.

Fala também que Chico teria 500 livros em sua biblioteca e que “a lista inclui volumes de autores cujo espírito o teria procurado para escrever suas obras póstumas, como Castro Alves e Humberto de Campos”.

E as centenas de poetas e escritores que se manifestaram por seu intermédio. Chico tinha livros deles? E de poetas que sequer publicaram livros?

Quanto a Humberto de Campos, cuja família tentou receber na justiça os direitos autorais pelas obras psicografadas por Chico, o que seria ótimo acontecer, o reconhecimento oficial da manifestação dos Espíritos, esqueceu-se a repórter de informar que Agripino Grieco, o mais famoso crítico literário de seu tempo, recebeu uma mensagem do escritor, de quem era amigo. Reconheceu que o estilo era autenticamente de Humberto de Campos, mas que o fato para ele não tinha explicação, já que, como católico praticante, não admitia a possibilidade de manifestação dos espíritos.

Esqueceu ou ignora que Chico, médium psicógrafo mecânico, recebia duas mensagens simultaneamente, com ambas as mãos sendo usadas por dois espíritos. Desafio Superinteressante  a encontrar um prestidigitador capaz de fazer algo semelhante.

Uma pérola de ignorância jornalística está na referência sobre materialização de Espíritos: “seria necessário produzir um total de energia duas vezes maior do que é hoje produzido pela hidroelétrica de Itaipu por ano, segundo os cálculos feitos por especialistas exibidos por reportagens sobre Chico nos anos 70.” Seria superinteressante a repórter ler sobre as pesquisas de Alfred Russel Wallace, Oliver Joseph Lodge, Lord Rayleigh, William James, William Crookes, Ernesto Bozzano, Cesare Lombroso, Alexei Aksakof e muitos outros cientistas respeitáveis que estudaram o fenômeno da materialização e o admitiram. Leia, também, sobre quem eram esses cientistas, para constatar que não agiam levianamente como está na revista.

A repórter reporta-se às reuniões mediúnicas das quais Chico participava como shows que o tornaram famoso e destila seu veneno. Cita o sobrinho de Chico que, dizendo-se médium, confessou que era tudo de sua cabeça, o mesmo acontecendo com o tio. Por que passar essa informação falsa, se o próprio sobrinho de Chico, notoriamente perturbado e alcoólatra, pediu desculpas pela sua mentira? Joga penas ao vento e espera que o leitor as recolha? Omitiu também a informação de que ele confessou que pessoas interessadas em denegrir o médium pagaram-lhe pela acusação.

Eram frequentes nas reuniões a ocorrência de fenômenos como a aspersão de perfumes no ambiente, algo que, deveria saber a repórter, costuma ocorrer com os médiuns de efeitos físicos. No entanto, recusando-se a colher informações mais detalhadas sobre o assunto, limitou-se a dizer que em 1971 um repórter da revista Realidade, José Hamilton Ribeiro, denunciou que viu um dos assessores de Chico Xavier levantar o paletó discretamente e borrifar perfume no ar. Sugere que havia mistificação, aliás, uma tônica na reportagem. Por que não foram consultadas outras pessoas, inclusive centenas que tiveram seus lenços inexplicavelmente encharcados de perfume ou a água que levavam para magnetizar, a exalar também um olor suave e desconhecido que perdurava por muitos dias?

Na questão das cartas, milhares e milhares de cartas de Espíritos que se comunicavam com os familiares, sugere a repórter que assessores de Chico conversavam com as pessoas, anotando informações para dar-lhes autenticidade. Lamentável mentira. E ainda que isso acontecesse, Chico precisaria ser um prodígio para ler rapidamente as informações e inseri-las no contexto de cada mensagem, de cada espírito, mistificando sempre.

E as mensagens dirigidas a pessoas ausentes? E os recados aos presentes? Não eram só mensagens. Eram incontáveis recados. A pessoa aproximava-se de Chico e ele, sem conhecer nada de sua vida, transmitia recados de familiares desencarnados, na condição de um ser interexistente, que vivia simultaneamente a vida física e a espiritual, em contato permanente com os Espíritos.

Lembro o caso de um homem inconformado com a morte de um filho. Ia toda noite deitar-se na sepultura do rapaz, querendo “ficar com ele”. Não contava a ninguém, nem mesmo aos familiares. Em Uberaba recebeu mensagem do filho pedindo-lhe que não fizesse isso, porquanto ele não estava lá.

Durante muitos anos Chico psicografou receituário mediúnico de homeopatia. Perto de 700 receitas numa noite. Ficava horas psicografando. E os medicamentos correspondiam à natureza do mal dos pacientes, sem que o médium deles tivesse o mínimo conhecimento. Na década de 70 tive uma uveíte no olho esquerdo. Compareci à reunião de receituário. Escrevi meu nome e idade numa folha de papel. Não conversei com ninguém. Após a reunião recebi a indicação de dois medicamentos. Tornando a Bauru, onde resido, verifiquei num livro de homeopatia que o dois medicamentos diziam respeito ao meu mal. Curaram-me.

Concebesse a repórter que, como dizia Shakespeare, há mais coisas entre a Terra e o Céu do que concebe nossa vã sabedoria, e não se atreveria a escrever sobre assuntos que desconhece, com o atrevimento da ignorância.

Outras “pérolas” da reportagem:

Oferece “explicações” lamentáveis para o fenômeno Chico Xavier.

Psicose, confundindo mediunidade com anormalidade.

Epilepsia, descarga elétrica que “poderia causar alheamento, sensação de ausência, automatismo psicomotor”, segundo a opinião de um médico. Descreve algo inerente ao processo mediúnico, que não tem nada a ver com desajuste mental, ou imagina-se que o contato com o Espírito comunicante não imponha uma alteração nos circuitos cerebrais, até para que ocorra a manifestação? E porventura o médico consultado sabe de algum paciente que produza textos mediúnicos durante a crise epilética?

Criptomnésia, memórias falsas, lembranças escondidas no subconsciente do médium, ao ouvir informações sobre o morto. Inconscientemente ele “arranjaria” essas informações para forjar a “manifestação”.

Telepatia. Aqui o médium captaria informações da cabeça dos consulentes e as fantasiaria como manifestação do morto. Como dizia Carlos Imbassahy, grande escritor espírita, inconsciente velhaco, porquanto sempre sugere que é um morto quem se manifesta, não ele próprio.

Informa a repórter que “acuado pelas críticas na Pedro Leopoldo de 15 mil habitantes, Chico resolveu fazer as malas e partir para Uberaba, um polo do Espiritismo onde contaria com um apoio de amigos”.

Mentira. Ele deixou Pedro Leopoldo, onde tinha muitos amigos, não por estar “acuado”, mas simplesmente seguindo uma orientação do Mundo Espiritual, em face de tarefas que desenvolveria em Uberaba que, então sim, com sua presença transformou-se em “polo do Espiritismo”.

Na famoso pinga-fogo a que Chico compareceu, em 1971, na TV Tupi, um marco na história das entrevistas televisivas, com uma quase totalidade de audiência, diz a repórter que Chico foi “bombardeado por perguntas. Mas se safou.” Bombardeado? Safou-se? O que foi essa entrevista, um libelo acusatório contra um mistificador? Se a repórter se desse ao trabalho de ver a entrevista toda, o que lhe faria muito bem, verificaria que o clima foi de cordialidade, de elevada espiritualidade, e que em nenhum momento os entrevistadores “bombardearam” Chico. E em nenhum momento ele deixou de responder as perguntas com a sobriedade e lisura de quem não está ali para safar-se, mas para ensinar algo de Espiritismo.

Falando da indústria (?) Chico Xavier, há um box sobre “Dieta do Chico Xavier”, que jamais seria veiculada por Chico. Usaram seu nome. Por que incluí-la nas inverdades sobre o médium, simplesmente para denegrir sua imagem, aqui sugerindo que seria ingênuo a ponto de conceber semelhante bobagem? Se eu divulgar via internet que Superinteressante  recomenda o uso de cocô de galinha para deter a queda de cabelos, seria razoável que alguma revista concorrente citasse essa tolice, mencionando a suposta autoria, sem verificação prévia?

Falando dos 200 livros biográficos sobre Chico Xavier, a repórter escreve: “Tem até um de piadas, Rindo e Refletindo com Chico Xavier”. Certamente não leu o livro, porquanto não conhece nem o autor, eu mesmo, Richard Simonetti, nem sabe que não se trata de um livro de piadas, mas um livro de reflexão em torno de ensinamentos bem-humorados do médium.

Não fosse algo tão lamentável, tão séria essa agressão contra a figura respeitável e venerável de Chico Xavier, eu diria que essa reportagem, ela sim, senhor redator, foi uma piada de péssimo gosto!

Doravante porei “de molho” as informações dessa revista, sem o crédito que lhe concedia.

A repórter Gisela Branco esteve em Pedro Leopoldo e Uberaba com o propósito de situar Chico Xavier como figura mitológica. É uma pena! Não teve a sensibilidade nem o discernimento para descobrir o médium Chico Xavier, cuja contribuição em favor do progresso e bem estar dos homens foi tão marcante que, a exemplo do que disse Einstein sobre Mahatma Gandhi, “as gerações futuras terão dificuldade para conceber que um homem assim, em carne e osso, transitou pela Terra.”

E deveria saber que não vemos Chico Xavier como um mártir, conforme sugere. Não morreu pelo Espiritismo. Viveu como espírita. E se algo se aproxima de um martírio em seu apostolado, certamente foi o de suportar tolices e aleivosidades como aquelas presentes na citada reportagem.

Finalizando, um ditado Zen para reflexão dos redatores da Super:

O dedo aponta a lua.
O sábio olha a lua.
O tolo olha o dedo.

Richard Simonetti
Bauru, 3 de abril de 2010. 

 

De: Sandra Uy (Rivera, Uruguai)
Quarta-feira, 31 de março de 2010 às 23:48:08

Gostaria de saber quando vai ser a estreia do filme da vida de Chico Xavier no Rio Grande do Sul. Se alguém souber, por favor me informe.

Sandra
 

Resposta do Editor: 

A estreia nacional do filme ocorreu no dia 2 de abril, mas não temos informação sobre as cidades em que o filme será exibido nesta primeira fase. O melhor meio de saber é acompanhar o noticiário da imprensa regional, que divulga diariamente quais filmes se encontram em cartaz. 

 

De: Ronney Mendes (Brasília, DF)
Sexta-feira, 2 de abril de 2010 às 05:02:11
Recebi alguns e-mails de espíritas desejando-me "feliz páscoa"; igualmente, alguns trabalhadores desejaram-me pessoalmente "boa páscoa !!!"...  "Feliz páscoa?!"...
Tudo bem, eu compreendi, felicidades pra todos nós; mas é imprescindível  esclarecer...
Áudio anexo.
Abraço
Ronney
 

Nota do Editor:

Com a mensagem o leitor enviou-nos um áudio intitulado “A Páscoa e o espírita”, que focaliza o tema à luz do Espiritismo e nos lembra que a comemoração do domingo de Páscoa é, em nosso País, uma festividade católica que nenhuma relação tem com os ensinamentos espíritas.

 

De: Shirlei G. (Guaimbé, SP)
Sexta-feira, 2 de abril de 2010 às 08:40:59

Fiquei muito feliz por ter encontrado esse site, amei. Gostaria, se possível, que vocês me indicassem um livro para saber um pouco mais a respeito da vida e do corpo de Jesus, visto que a gente escuta muita coisa , mas ainda não estudei nada a respeito. Desde já, muito obrigada e com certeza serei uma visitante assídua. Deus abençoe todos vocês aí.

Shirlei
 

Resposta do Editor: 

Sugerimos à leitora que leia, a respeito do tema citado, o capítulo XV do livro A Gênese, de Allan Kardec.

 

De: Ana Maria Gomes (Fortaleza, CE)
Sexta-feira, 2 de abril de 2010 às 17:55:30

Assunto: Especial 151 - Terra mãe generosa ou planeta hostil
Muito bom... esclarecedor.
Temos que educar nossos jovens, porque o planeta é deles.
Ana Maria
 

 

De: Regina Penna (Brasília, DF)
Sexta-feira, 2 de abril de 2010 às 22:26:50

O livro "Aconteceu na Casa Espírita" merece ser indicado para iniciados no Espiritismo? A fantasia e exagero fazem parte da Doutrina?
Regina

 

De: Munick Ribeiro (Rio de Janeiro, RJ)
Sábado, 3 de abril de 2010 às 15:46:53

Caríssimos senhores, escrevo-lhes, por pedido de informações. Sou médica veterinária, frequento o Ramatis, e estou atualmente fazendo tratamento espiritual. Tenho em mente uma viagem à Europa, estou muito inclinada à Inglaterra para me envolver com a língua inglesa, visto que desejo seguir a carreira acadêmica. Esta é a minha decisão material e cultural, mas a minha decisão espiritual é de instrução; desejo observar bem mais de perto o kardecismo. Sinto essa necessidade, mas quero ter endereço de centros espíritas kardecistas na Inglaterra. Não sei exatamente em que cidade irei ficar, visto que estou observando questões financeiras, curso geral de inglês e moradia.
Agradeço a atenção que for dada a este e-mail.

Atenciosamente grata.
Munick
 

Nota do Editor: 

Já fornecemos à leitora nomes e endereços de vários confrades que residem em Londres, com os quais será fácil obter a informação de que necessita.

 

De: José Carlos de Araújo (Cuiabá, MT)
Domingo, 4 de abril de 2010 às 09:14:41

Somos das Obras Sociais Wantuil de Freitas em Cuiabá e temos o programa "O Consolador" pela Rádio CPA FM 105,9 aos sábados, das 8 às 9 h de MT. Como todo trabalho voluntário, precisamos de apoio para divulgar o Evangelho de Jesus através do Rádio. Orientações e apoio são necessários e sempre bem-vindos.
Fraternalmente
Instituto da Divulgação Espírita do Movimento Auta de Souza em Cuiabá- MT.
 

 

De: Ana Cristina (Barretos, SP)
Segunda-feira, 5 de abril de 2010 às 00:33:23

Sou espírita e esta é a primeira vez que entro neste site; estou gostando muito...
Ana

 

De: Juliete Barreto Neira (Arraial do Cabo, RJ)
Segunda-feira, 5 de abril de 2010 às 11:28:52
Boa tarde, senhores.
Meu nome é Juliete Neira, sou Técnico do Seguro Social do INSS e Coordenadora do Comitê Local de Arraial do cabo/RJ e gostaria de apresentar-lhes nosso programa. O PEP tem o objetivo de levar a informação previdenciária a todos os cidadãos e garantir sua inclusão social nos regimes de previdência oficiais, permitindo o acesso irrestrito aos seus benefícios.
Desta forma, os representantes do PEP desenvolvem ações de conscientização e informação dos direitos e deveres previdenciários, podendo realizar palestras, participar de eventos e estabelecer parcerias que ajudem na expansão do programa, inclusive através da mídia.
Como conheço, particularmente, o conteúdo de sua publicação e sabendo que, em minha região, existem muitas casas espíritas cujos frequentadores têm interesse no que o PEP oferece, gostaria de colocar-me a sua disposição para quaisquer informações, caso haja interesse no programa, e solicitar, se possível, endereços eletrônicos e/ou telefones de contato, nesta região, que o possuam.
Meus telefones são: 22-9841-4050 e 2622-3086/4457 (após 12/04).
Desde já, grata pela atenção, atenciosamente,

Juliete Barreto Neira
 

 

De: Zélia C. (Esteio, RS)
Segunda-feira, 5 de abril de 2010 às 16:12:07

Gostaria de saber se vocês têm remédio para câncer de fígado. Como fazer para adquirir? Tenho uma irmã que está muito mal.

Aguardo retorno.
Zélia
 

Resposta do Editor: 

Não temos nenhuma informação sobre o remédio mencionado. Sugerimos à leitora que entre em contato com instituições especializadas no tratamento do câncer. 

 

De: Rita de Cássia Conceição (São Paulo, SP)
Segunda-feira, 5 de abril de 2010 às 19:44:07

Como faço para assinar a revista espírita semanal?

Obrigada.
Rita
 

Resposta do Editor: 

Não há como assinar esta revista, porque não trabalhamos com o sistema de assinatura. Para ler a revista, basta acessar nosso site, sem custo algum, sem cadastro nem senha.

 

De: Gisele Kiszewski (Alvorada, RS)
Sexta-feira, 2 de abril de 2010 às 09:23:46

Bom dia! Quero que me ajudem a encontrar onde está escrito dentro do Espiritismo como Jesus foi concebido pela virgem Maria e José, pois eu acredito que existiu uma relação carnal para esta concepção, o que contraria por total a Bíblia, que diz que Deus o encaminhou sem o toque do homem. Eu, sendo espírita e estudando esta doutrina, acredito que houve sim uma relação carnal, mas preciso saber nas obras, pois não posso sair afirmando sem ter como explicar.

Agradeço
 
Gisele
 

Resposta do Editor: 

A respeito da natureza de Jesus e de seu corpo material, sugerimos à leitora que leia o capítulo XV do livro A Gênese, de Allan Kardec. Não temos, porém, conhecimento de alguma obra espírita respeitável que confirme o entendimento tradicional, advindo do texto bíblico, acerca da concepção do menino Jesus. 

 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita