CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Ufolatria
Provavelmente em
virtude de um
artigo publicado
faz tempo,
talvez no fim do
ano retrasado,
recebi e-mail de
um leitor
fazendo menção à
questão Val Ellam. Existem
determinadas
mensagens que me
propiciam
esclarecimentos
de âmbito mais
amplo,
levando-se em
consideração que
são motivadas
por alguns
artigos que
publico
intentando
dividir
impressões com
os leitores a
respeito deste
ou daquele
assunto.
O problema
havido com as
predições do Val Ellam se
assemelharam até
certa medida com
o acontecido com
o professor
Juscelino
Nóbrega, sobre
quem publiquei
alguns textos
também. Trata-se
daqueles casos
que nem são
exatamente
inéditos de
sensitivos que
falharam em suas
missões em razão
do despoliciamento
na utilização
dos seus
próprios dons.
Vou me ater aqui
ao primeiro
caso, que é o
que se relaciona
diretamente à
temática
ufológica.
Há mais ou menos
um ano, o Sr.
Jan Val Ellam
anunciara, via
canalização,
avisos que
puseram em
polvorosa todo o
mundo ufológico
- e também irada
a sua facção
ortodoxa,
diga-se!
Não era para
menos. Seus
comunicados
previam meses
exatos, dia e
hora nos quais,
durante um certo
período de 2007,
naves
extraterrenas
passariam a
baixar em massa
nos nossos céus,
resgatando a
Terra de um
processo de
quarentena
milenar no qual
nós mesmos nos
metemos para com
a convivência
com as muitas
outras
civilizações
espalhadas no
Universo, em
decorrência da
intemperança
legendária das
nossas atitudes.
Na época eu
havia lido
alguns livros de
Ellam, porque,
seguidor da
linha
espiritualista
na abordagem da
questão, a meu
ver ele discutia
as coisas sob
determinada
ótica que -
diga-se! - ainda
agora julgo
fazer sentido.
Porque também
penso que a
Terra,
mergulhada num
Universo deste
tamanho e
certamente
povoado de cabo
a rabo, não se
acha neste
insólito estado
de isolamento
comunicativo
para com os
povos
planetários à
toa. Haja vista
que Ufos surgem
secularmente em
nossos céus
desde há um
contar de tempo
impreciso - mas
travar contato
direto com os
habitantes de
nosso planeta,
isto é outra
coisa, que,
salvo nos casos
isolados das
ditas abduções
ou possíveis e
aventados
contatos diretos
e ocultos com
governos de
nações terrenas,
absolutamente
não acontece!
Pelo menos em
níveis
expressivos.
Como se deu com
o referido
leitor, também
me impressionei
com o conteúdo
da entrevista de
Ellam na revista
UFO especial
publicada na
época com nada
menos que quinze
páginas. Prestei
atenção aos
meses e datas
mencionadas e,
movida por
natural espírito
investigativo,
chegada a hora,
também me pus a
inspecionar os
céus em busca
dos tais sinais
inequívocos que
apareceriam. O
que se tornou
complicado com o
decorrer do
tempo porque, se
sou testemunha
de eventos
isolados desde a
época que se
estende da
infância,
transmudou-se em
coisa melindrosa
a visualização
de algumas
poucas luzes
estranhas neste
período, sem
saber ao certo
se as atribuía
ou não à
conjuntura em
questão, ou se
não se tratavam
no fim das
contas daqueles
mesmos eventos
que volta e meia
nos colhem de
surpresa nos
céus, contidos
na estatística
usual da
casuística
ufológica
observada em
todo o mundo.
O fato, caros, é
que, por lisura,
a conclusão não
poderia ser
outra, quando,
passados alguns
meses, nada se
via de anormal
que não o céu
com seus
eventuais
contatos visuais
que nada
constituem de
novo para quem
se habituou às
vigílias.
Considero-me,
sim, ufóloga
espírita, de vez
que a
pluralidade dos
mundos habitados
mencionada na
Doutrina de
Kardec explica
com lógica
irrefutável
determinados
fenômenos da
área da
ufologia, quando
do aparecimento
e
desmaterialização
súbita de
objetos não
identificados;
do surgimento de
outros que
estranhamente
mudam de forma
ou que não
apresentam forma
definida, e
ainda os casos
outros, mais
insólitos, das
visualizações de
uma fartura
absurda de Ufos
nos céus em
estado de
desprendimento
do corpo físico.
Explicação que
levo em conta
pela lógica de
que se reveste
de um ponto de
vista mais
amplo, mais
ousado, da
questão, e de
nuances do
fenômeno que não
logram
elucidação
satisfatória em
se lançando mão
de ortodoxia e
de
intransigência.
Isto é uma
coisa.
Outra, contudo,
é o que
lastimavelmente
aconteceu no
caso Val Ellam e
que vem
vitimizando
grande soma de
pessoas
envolvidas com a
ufologia dita
esotérica - que
particularmente
vejo como uma
outra facção,
distinta da
espírita - na
hora de se
potencializar às
raias do absurdo
a adoração a ETs
como seres
fantasticamente
superiores que
lá estão à
espera para
salvar a
humanidade na
hora da
catástrofe final
e resgatar-nos
em naves
gigantescas para
não sei aonde.
Entendo que a
evolução humana
se dá tão
naturalmente
quanto o nascer
e se pôr do sol:
sem saltos, sem
a perversão das
leis naturais -
mesmo daquelas
de que a nossa
ciência ainda
sequer logrou
proximidade
pelos fatores
limitadores
óbvios do seu
arcabouço
instrumental,
que, contudo,
serão também
naturalmente
transcendidos
com o passar do
tempo.
É de senso
comum, sim, que
reencarnamos
neste mundo em
levas
sucessivas, como
camadas de areia
trazidas pelas
ondas, em
processo
ininterrupto de
avanço
evolutivo; e que
neste processo
os habitantes
das dimensões
invisíveis -
sejam as
pertencentes às
esfera
espirituais do
próprio orbe,
sejam seres
extracorpóreos
provindos de
outros mundos ou
paragens do
Cosmos - nos
auxiliam via
inspiração e
interação
contínua, também
no nível
espiritual.
Todavia, isto é
coisa bem
diversa da
inadmissível
imprudência,
incauta mesmo,
de se alardear
por aí datas e
invasões
intergalácticas
a partir de uma
mistura
indigesta
envolvendo a
sensibilidade
extrapsíquica e
algo que deve
ser estudado e
abordado com
extrema
seriedade, qual
seja a temática
da ufologia.
Agir assim, sem
erro, é incorrer
em grave
processo
auto-obsessivo.
É deixar-se
dominar por
doentia
fascinação
possivelmente
exercida até, de
modo implacável,
por entidades
obsessoras da
invisibilidade e
das camadas
umbralinas do
orbe terreno,
com o alvo
sombrio de
atrapalhar
decisivamente a
clareza destas
questões graves,
desacreditando
irreversivelmente
seus
representantes
ao lançá-los no
ridículo público
e no opróbrio.
Todavia, se tal
lastimável ordem
de coisas se
efetiva, forçoso
reconhecer que o
culpado maior é
o próprio
intermediador da
mensagem
extracorpórea,
invariavelmente
vitimado pela
combinação
funesta da
vaidade exaltada
e da
invigilância na
hora de
transmitir
mensagens
espetaculares e
alarmistas ao
público sem
atentar
devidamente nos
resultados
adversos que
advirão,
implacáveis, em
curto prazo, se
tais predições
fantasiosas não
se cumprem.
Tais tristes
vítimas do culto
da ufolatria
pecam por
imprevisão.
Devem vigiar
severamente tudo
o que lhes chega
de procedência
inusual no
território da
fenomenologia
ufológica, bem
como filtrar
dados com
intransigente
imparcialidade
antes de
fazê-los cair no
domínio público.
Só desta forma
se preservarão
do estigma
irreversível do
fanatismo, que
não haverá
jamais de contar
com a adesão e
respeitabilidade
tanto da parte
dos estudiosos
sérios, quanto
também daqueles
que se sentiram
- com razão! -
lesados na sua
boa-fé ao se
virem
ludibriados pelo
conteúdo de uma
mensagem que, e
em nela
confiando, os
fez se portarem,
pelo menos
durante algum
tempo, como
autênticos
idiotas.