A. Quem foi Elói?
Elói, proprietário de um
castelo próximo da
aldeia, era um ser
miserável e corrupto,
atolado na mais completa
abjeção, que matava pelo
único prazer de matar. E
tais foram seus feitos,
que um dia se viu
despojado de todos os
bens, além de ver
colocada a cabeça a
prêmio. Todas as
excomunhões pesavam
sobre ele e seus filhos;
a Igreja lhes cerrara as
portas, e o Papa dera as
ordens mais severas para
que nenhum vigário do
Cristo lhes permitisse
entrar no templo
bendito. Padre Germano
não respeitou tal ordem
e tanto lutou pela
conversão moral de Elói,
que acabou vencendo.
(Memórias do Padre
Germano, pp. 253 a 261.)
B. Padre Germano falava
abertamente sobre
reencarnação?
Sim. Germano dizia aos
seus paroquianos ser um
erro pensar, os que
vivem em santa calma,
que sempre viveram desse
modo. “Não; vosso
Espírito já animou
outros corpos, vossa
virtude de hoje terá sua
base na dor de ontem”,
asseverou o pároco. “Não
sois os viajores de um
dia; sois os viajores
dos séculos. Eis a razão
por que não podeis
repelir os que hoje
caem.”
(Obra citada, pág. 261 e
262.)
C. Que é que Padre
Germano dizia sobre
sentimento e
religiosidade?
Ele dizia ser essencial
que os Espíritos, ao
falarem aos homens,
despertem a
sentimentalidade destes.
A Humanidade precisa
mais sentir que
investigar. Grandes
sábios da antiguidade
estão encarnados na
Terra, mas são pessoas
desalentadas, sentem o
frio nalma, o que prova
que a sabedoria, sem o
sentimento, é fonte sem
água e que o homem sem
crença religiosa, ainda
que seja um profundo
matemático, não passa de
um selvagem
semicivilizado.
(Obra citada, pp. 265 a
267.)
Texto para leitura
122. Aqueles momentos
lhe recompensaram, de
sobejo, toda uma vida de
sofrimentos. Na Terra,
as crianças o chamavam;
no Espaço, chamavam-no
os anjos. Rodolfo o
estreitava de encontro
ao coração; Maria lhe
amparava a cabeça. Padre
Germano desprendeu-se
então do corpo denso e,
mais tarde, para seu
consolo, soube que, ao
repelir a pecadora, fora
intérprete de outros
Espíritos, que dele se
apoderaram,
aproveitando-se não só
dos seus aborrecimentos,
como de seu estado de
fraqueza. (P. 250)
123. “Um Dia de
Primavera” é o título do
cap. 24, em que Padre
Germano conta como
ajudou a reerguer
moralmente Elói, um ser
miserável e corrupto,
atolado na mais completa
abjeção, que matava pelo
único prazer de matar, e
sua família. (P. 253)
124. Eles possuíram um
castelo próximo da
aldeia, mas, tais foram
seus feitos, que um dia
se viram despojados de
todos os bens e, além
disso, colocadas suas
cabeças a prêmio. Assim
é que, nascidos quase
nos degraus de um trono,
acabaram por não ter um
lugar no qual
descansassem a cabeça.
Todas as excomunhões
pesavam sobre eles; a
Igreja lhes cerrara as
portas, e o Papa dera as
ordens mais severas para
que nenhum vigário do
Cristo lhes permitisse
entrar no templo
bendito. (P. 254)
125. Dos quatro filhos,
Teodorina parecia um
anjo de bondade, mas
seus irmãos eram
perversos a ponto de,
num único dia, talarem
os campos e
estrangularem as ovelhas
dos sitiantes da aldeia.
(P. 254)
126. Padre Germano tanto
lutou pela conversão
moral de Elói, que
acabou vencendo.
Falando-lhe de Deus e
dando-lhe esperanças;
chamando-o a brios e
mostrando que os filhos
ainda poderiam ser
homens dignos, o pároco
conseguiu comover o
ex-castelão, agora na
miséria, e Elói chorou.
(PP. 260 e 261)
127. Relembra Padre
Germano: “Aquele homem
de ferro tremeu como a
árvore agitada pelo
furacão. E eu, possuído
de força sobrenatural,
disse-lhe então: --
Arrepende-te, já que
tens alma e corpo
gelados: à alma, Deus
insuflará calor; eu
abrigarei o corpo”.
Pedindo aos seus
paroquianos que tivessem
paciência com o novo
amigo, Germano
lembrou-lhes ser um erro
pensar, os que vivem em
santa calma, que sempre
viveram desse modo.
“Não; vosso Espírito já
animou outros corpos,
vossa virtude de hoje
terá sua base na dor de
ontem”, asseverou o
pároco. “Não sois os
viajores de um dia; sois
os viajores dos séculos.
Eis a razão por que não
podeis repelir os que
hoje caem...” (PP. 261 e
262)
128. Após um esforço
muito árduo, Germano
acabou realizando o que
pretendia no caso de
Elói: os três filhos
foram educados num
convento e tornaram-se
mais tarde úteis à
pátria, constituindo
numerosa família, cujos
descendentes trabalhavam
pela causa do
progresso. Elói e a
esposa tornaram-se
místicos e começaram a
obra de sua própria
regeneração. Teodorina
foi um anjo de paz e o
amparo dos desgraçados.
(PP. 263 e 264)
129. Concluindo a
história de Elói, Padre
Germano nos adverte:
“Quanto bem poderia
fazer o homem, se só
pensasse em fazê-lo! Não
há espírito humilde,
inteligência obtusa,
posição inferior, que
possam obstar de sermos
úteis aos nossos
semelhantes”. “Procurai,
meus filhos, desfrutar
essas horas felizes que
soam para todos. Para
ser feliz, não se
precisa mais que a
vontade de o ser, porque
todos podemos ser
virtuosos.” (P. 264)