Uma leitora de Pernambuco
pergunta-nos que são os
sonhos e como
interpretá-los.
Os sonhos [do
latim somniu]
são um efeito da emancipação
da alma durante o sono
corpóreo.
Os sonhos fazem parte, em “O
Livro dos Espíritos”, do
capítulo referente à
emancipação da alma, o mesmo
que trata do sono, da dupla
vista, do sonambulismo e do
êxtase.
Diz-nos a questão 401 do
livro citado:
– Durante o sono, a alma
repousa como o corpo? “Não,
o Espírito jamais está
inativo. Durante o sono,
afrouxam-se os laços que o
prendem ao corpo e, não
precisando este então da sua
presença, ele se lança pelo
espaço e entra em relação
mais direta com os outros
Espíritos.”
Tornando-se mais livre, a
alma recupera, então,
parcialmente, suas
faculdades de Espírito e
entra mais facilmente em
comunicação com outros
seres, desencarnados ou não.
A recordação que ela
conserva ao despertar
constitui o sonho
propriamente dito. Sendo
essa recordação apenas
parcial, quase sempre
incompleta e entremeada com
recordações da vigília,
resultam daí interrupções,
soluções de continuidade que
prejudicam a concatenação
dos fatos e produzem, por
isso mesmo, esses conjuntos
estranhos, muito comuns nos
sonhos, que parecem não ter
sentido.
Como já dissemos em outra
oportunidade, os sonhos são
de difícil interpretação
porque podem referir-se a
fatos já ocorridos, a fatos
que estão ocorrendo ou a
fatos que ainda ocorrerão. É
por isso que se recomenda
que sejam os sonhos
anotados, para que a pessoa
possa verificar se eles se
repetem ou não e tenha uma
ideia do que possam
significar.
Quando não decorrem de
pesadelos ocasionados por
problemas orgânicos, os
sonhos representam cenas de
conversas e encontros que se
passam durante a noite,
quando o corpo físico está
repousando. A dificuldade de
sua compreensão deriva do
fato de que, para várias
horas de sono, lembramo-nos
geralmente de alguns poucos
minutos, o que torna
efetivamente difícil deduzir
do relato algum sentido.
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