Considere estes
dois textos:
1. Devemos
entender que
foi com
enormes esforços
que a
cidade pôde ser
reconstruída.
2. Devemos
entender que
foram com
enormes esforços
que a
cidade pôde ser
reconstruída.
O texto correto
é o primeiro,
não o segundo,
como já
explicamos neste
mesmo espaço na
edição 115 desta
revista, datada
de 12 de julho
de 2009.
A expressão
"é que" –
utilizada em
frases como "Eles
é que
radicalizaram", "Os
políticos é que
envergonham a
nação" – não
exerce função
nenhuma na
oração e pode,
por isso, ser
perfeitamente
excluída, sem
mudança de
sentido.
Trata-se de
palavras
expletivas, isto
é, palavras
desnecessárias
ao sentido da
frase que lhe
dão, todavia,
mais força ou
graça.
Veja como ficam
os textos depois
de feita a
exclusão:
"Eles ...
radicalizaram"
"Os políticos
... envergonham
a nação".
Eis outros
exemplos
corretos de uso
do expletivo
“é que”:
- É nessas horas
que se conhecem
os verdadeiros
amigos.
- É de pessoas
honestas que o
Brasil
necessita.
- Com o apoio da
família é que os
jovens têm
melhores
condições de
vencer.
- Os chineses é
que têm dominado
agora o mercado
de confecções.
- No país do
futebol, craques
é que não
faltam.
Ocorre o mesmo
com a expressão
“foi... que”.
- Foi com
medidas assim que ele
se tornou
famoso.
- Foi com
guerras
continuadas que
o país cresceu.
- Foi com
enormes esforços
que a cidade
pôde ser
reconstruída.
Excluindo as
palavras
citadas, os
textos ficam
deste jeito:
- com medidas
assim ... ele se
tornou famoso,
- com guerras
continuadas ...
o país cresceu.
-
com enormes
esforços ... a
cidade pôde ser
reconstruída.
*
Nota-se que
ambas as
expressões – “é
que” e “foi
que” – são
invariáveis, ou
seja, não têm a
forma plural.
Por isso, do
mesmo modo que
não se diz "são
que", também
não dizemos
"foram que".