Pedro Camilo de
Figueirêdo Neto:
“O Espiritismo
tem necessidade
de médiuns
valorosos como
Yvonne
A. Pereira”
Estudioso da
obra de Yvonne
do Amaral
Pereira, o
confrade de
Salvador-BA
destaca o
trabalho da
grande e saudosa
médium, que foi
em nosso meio um
exemplo de
trabalho e
firmeza
doutrinária
|
Pedro Camilo de
Figueirêdo Neto
(foto), advogado,
escritor,
presidente do
Núcleo Espírita
Teles de
Menezes, de
Salvador-BA,
onde nasceu e
reside, é espírita
desde os 13 anos
de idade.
Palestrante
conhecido na
Bahia e com
atuação também
na área
mediúnica,
possui 4 livros
publicados,
sendo três deles
focalizando a
notável
personalidade da
médium Yvonne do
Amaral Pereira e
o último deles –
Mente Aberta
–, mediúnico,
ditado pelo
Espírito Bento
José.
A entrevista que
nos concedeu,
abaixo
transcrita, é
rica de
experiências.
O Consolador: De
onde surgiu o
|
interesse pela
obra literária
de Yvonne do
Amaral Pereira? |
Esta pergunta me
é sempre feita e
quase sempre
consigo fugir
dela. Hoje,
porém, posso
afirmar sem
receio: o
interesse pela
obra e a vida de
Yvonne vem de
sua presença em
minha vida.
Desde 1999 eu a
sinto perto,
presença que foi
melhor se
definindo com o
tempo e que, no
presente
momento, se
revela como um
Espírito a quem
me vinculo por
laços muito
fortes.
O Consolador:
Como você sente
ou avalia a
contribuição da
obra de Yvonne
para formação do
espírita
consciente?
Yvonne Pereira é
o exemplo da
verdadeira
espírita e do
médium seguro.
Perfeição é algo
impensável em
nosso mundo, mas
há pessoas que,
pela sua
postura, pela
honestidade com
as coisas do
alto e pela
dedicação à
causa do bem,
mostram-se como
referências a
serem seguidas.
Assim é Yvonne.
O Consolador:
Nas pesquisas
biográficas e
literárias que
fez nas obras de
Yvonne, o que
mais lhe chamou
atenção? Por
quê?
O que mais me
chama a atenção
nas obras de
Yvonne é
sua fidelidade à
proposta
espírita, ao
Evangelho de
Jesus e sua
determinação em
vencer as más
inclinações, a
partir do
trabalho árduo
com a
mediunidade. É
um exemplo de
médium
desinteressada e
humilde, traços
revelados nas
histórias de
seus livros.
Além disso, sua
capacidade de
transmitir os
estilos de
Bezerra de
Menezes, Léon
Tolstoi e Camilo
Castelo Branco
também salta aos
olhos. Apesar de
médium
consciente, ela
soube educar-se
na filtragem
mediúnica a
ponto de
permitir-se uma
passividade tal
que os Espíritos
conseguiam
transmitir seus
estilos
literários por
seu intermédio.
O Consolador: O
comprometimento
sério e claro de
Yvonne com a
obra da
Codificação
Espírita de
Allan Kardec
gerou livros de
grande conteúdo
doutrinário,
esclarecendo e
iluminando
mentes. Como
você percebe
isso, em sua
visão pessoal,
nessa
extraordinária
contribuição
doutrinária de
Yvonne na
consolidação do
pensamento
espírita?
Enxergo como uma
das
contribuições
mais fecundas
para a
consolidação e
atualização do
pensamento de
Kardec. As obras
Devassando o
Invisível e
Recordações
da Mediunidade
são tratados
sobre
mediunidade e
vida de
além-túmulo.
Dramas da
Obsessão é
indispensável
para quem lida
com desobsessão.
Nas Voragens
do Pecado e
Amor e Ódio
são primores de
literatura. À
Luz do
Consolador
contém conceitos
doutrinários
muito precisos.
Enfim, cada obra
possui sua
importância.
O Consolador:
Num possível
encontro com
Yvonne,
espiritualmente
considerado,
durante seu
parcial
desligamento
pelo sono, que
pergunta você
dirigiria a ela?
Perguntaria sua
opinião sobre
como andam os
espíritas e o
movimento
espírita. Talvez
até já soubesse
sua posição, mas
tenho certeza de
que ouviria dela
observações e
perspectivas que
incomodariam a
muita gente. Se
Yvonne estivesse
encarnada,
certamente seria
rejeitada pelo
movimento, por
conta de suas
posições
firmes...
O Consolador: Na
capacidade
mediúnica de
Yvonne, tão
ampla e atuante,
qual detalhe
você destaca
para os
leitores?
Destacaria suas
mediunidades de
cura e
receitista,
faculdades raras
para os médiuns
com
potencialidade
verdadeira.
Yvonne conta que
Dr. Bezerra e
Eurípedes lhes
ditavam receitas
e que, com este
último, pôde até
curar
paralíticos
vítimas de
obsessão. Também
são destaques o
desdobramento,
meio através do
qual ela
conseguia melhor
se afinizar com
os Espíritos
para a
psicografia, bem
como a
psicofonia, com
a qual atuava
nas tarefas de
desobsessão e no
atendimento de
Espíritos
suicidas.
O Consolador:
Para os que se
aproximam da
Doutrina
Espírita, qual
dos livros de
Yvonne você
indicaria como
primeira obra a
ser conhecida?
Eu indicaria
À Luz do
Consolador e
Cânticos do
Coração,
vols. I e II,
para os
conceitos
iniciais, e
Pelos caminhos
da mediunidade
serena para
as primeiras
noções de
mediunidade. Os
romances e os
livros de
Tolstoi, também,
são ótimas
opções para quem
gosta de boa
literatura.
O Consolador:
Nos livros de
sua autoria
publicados sobre
Yvonne – no
estudo da
mediunidade e
nos relatos
biográficos –
você teria
detalhes
marcantes para
trazer aos
leitores,
verificados
durante a
elaboração das
obras?
No livro
Yvonne Pereira:
uma heroína
silenciosa,
houve um momento
em que pensei
que tinha
terminado o
livro quando,
pela madrugada,
sentia uma
presença
espiritual
dizendo que não
e que era
necessário
levantar e ver o
que estava
errado. Fazendo
isso, tomei dois
livros e os abri
a esmo,
encontrando os
detalhes
importantes que
faltavam para o
trabalho. Para a
elaboração desta
obra, destaco
também a maneira
como acabei
conhecendo quase
todos os amigos
ainda encarnados
de Yvonne, como
Hermínio Miranda
e Jorge Rizzini,
bem como o
contato com seus
familiares, em
especial Mauro e
Elisabeth Operti.
Em Pelos
caminhos da
mediunidade
serena, tive
a colaboração
ativa do
Espírito Bento
José na
organização da
obra, de tal
modo que o
prefácio do
livro é,
praticamente,
todo escrito por
ele. Foi até ele
mesmo quem deu
título ao texto,
“no
cinquentenário
de memoráveis
memórias...”.
Hoje, que
publicamos um
livro de sua
autoria,
Mente Aberta,
é fácil observar
que o estilo do
prefácio e do
livro são bem
parecidos. Foi
ele que,
praticamente,
escreveu o
prefácio.
O Consolador: E
como você sente
hoje Yvonne,
como Espírito
desencarnado,
que continua
trabalhando?
Sei que Yvonne
continua
vinculada ao
Hospital Maria
de Nazaré,
descrito em
Memórias de um
Suicida,
trabalhando
pelos suicidas
desencarnados.
Tem atuado em
alguns grupos
mediúnicos,
juntamente com
alguns médiuns,
mas sempre muito
discreta.
Vinculada a Dr.
Bezerra de
Menezes,
prossegue em sua
tarefa de amar e
consolar, o que
sempre
constituiu o
foco principal
de sua atuação
no movimento
espírita.
O Consolador:
Quais as
notícias mais
recentes, vindas
do plano
espiritual, por
Yvonne ou sobre
ela?
Como disse na
resposta
anterior,
continua ela
muito ativa. Às
vezes ela vem
até nós, no
grupo em que
trabalho, nunca
por diversão ou
sem propósito,
mas coordenando
atendimentos
espirituais.
Sabe-se de sua
atuação
ostensiva
evitando
suicídios.
Alguns médiuns
acusam ter
recebido livros
mediúnicos seus.
Entretanto, do
que conheço de
sua
personalidade e
de seu critério,
tenho dúvidas
quanto à
objetividade e à
solidez de
alguns livros
que são
apresentados
como sendo
seus.
O Consolador:
Suas
considerações
finais.
O Espiritismo
tem necessidade
de médiuns
valorosos que,
espelhados nos
exemplos de
Yvonne do Amaral
Pereira, não
tenham receio de
dar seu
testemunho de
seriedade e
compromisso com
a causa do bem.
Ocupemo-nos com
o estudo e o
trabalho,
caminhos
indispensáveis
para o alcançar
desse
desiderato,
deixando de lado
personalismos e
atavismos para,
juntos,
auxiliarmos a
todos os médiuns
que, na
atualidade,
esforçam-se por
caminhar por
esses passos!
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