ALMERINDA
TEREZINHA
MEDEIROS DE
SOUZA
tereca.s@terra.com.br
Santa
Maria, Rio
Grande do Sul
(Brasil)
Eficiência e
eficácia na
administração do
Centro Espírita
(1ª Parte)
Para refletirmos
sobre eficiência
e eficácia na
administração do
CE, abordaremos
um assunto
bastante novo em
nosso meio: os
resultados que
estamos
produzindo,
classificando-os
como favoráveis
ou desejáveis,
daqueles que são
desfavoráveis.
Para isto é
necessário
avaliarmos todas
as práticas,
buscando
questionar se
estas alcançam
as finalidades
previstas.
O tema já vem
sendo amplamente
estudado e
debatido, sendo
que várias
propostas de
medição dos
resultados já
foram
apresentadas
através do CCA
(Curso de
Capacitação
Administrativa
para Dirigentes
de Casas
Espíritas).
Mas, afinal,
quais são os
resultados que o
CE deve
produzir?
Responder a esta
pergunta não é
uma tarefa
simples, até
mesmo porque nos
acostumamos a
pensar que
apenas devemos
nos preocupar
com a
“semeadura”,
pois a colheita
é do Pai.
Quando falamos
em resultados,
não estamos
querendo negar
esta colocação
do Mestre Jesus,
mas apenas
refletir se
estamos
realizando a
nossa atividade
da forma mais
correta e
efetiva
possível, pois,
se isto não
ocorrer,
deveremos
prestar contas
do nosso
fracasso perante
o plano mais
alto da vida.
No geral, a
grande maioria
das Casas
Espíritas
somente mede o
resultado de
suas
movimentações
financeiras, ou
seja: em cada
reunião mensal
da Diretoria
Executiva são
apresentados os
valores
referentes a
despesas,
receitas e o
respectivo saldo
final. Poucas
vão além desses
números.
Ainda, antes de
tentarmos
responder a
questão acima
(resultados),
devemos definir
o que seja
Eficiência e
Eficácia.
De maneira
simples e
objetiva, em
administração,
Eficiência
diz respeito ao
melhor emprego
de insumos, bem
como a melhor
aplicação de
procedimentos e
rotinas de
trabalho. Ou
seja: fazer
corretamente as
coisas. Já
Eficácia diz
respeito ao
atendimento dos
objetivos e aos
resultados
obtidos desses
procedimentos.
Indo mais além,
perguntamos:
quais as
finalidades e
objetivos do CE?
Para que ele
existe?
Segundo Ivan
Franzolin, em -
A Administração
no Centro
Espírita - ”os
objetivos são
importantes,
direcionam
caminhos e criam
uma sinergia
fundamental para
a sua
consecução”.
Veja, por
exemplo, os
objetivos dos
administradores
do Centro:
- Zelar pela
fidelidade ao
conhecimento
espírita;
- Promover a
interação
fraterna e o
progresso de
todos os
colaboradores;
- Buscar a
eficácia e a
melhoria da
qualidade de
todas as
atividades nos
bens e serviços
oferecidos;
- Manter um
clima favorável
à realização
pessoal dos
funcionários e
tarefeiros;
- Instigar o
exercício
permanente do
estudo da
Doutrina e da
prática
constante da
reforma íntima;
- Fazer com que
todo o trabalho
possa ensejar
uma oportunidade
de aprender,
gerando
estímulos que
favoreçam o
desenvolvimento
intelectual.
- Buscar manter
uma situação
econômico-financeira
sólida, capaz de
assegurar o
desenvolvimento
das atividades
dentro de uma
linha ascendente
de melhoria.
Cabe, portanto,
ao dirigente
estabelecer as
metas para
atender aos
objetivos dos
departamentos e
áreas em que o
Centro está
dividido; aos
anseios e
necessidades dos
assistidos; às
expectativas dos
frequentadores;
voluntários e
colaboradores,
como meio de
avaliar a
eficácia dos
resultados. Para
isso, deve
utilizar
ferramentas de
gestão que
facilitem a
medição e o
acompanhamento
desses
objetivos.
Deve lançar mão
dos
Indicadores de
Resultados.
Isso porque as
mudanças nos
processos de
administração
que estamos
observando,
desde o final do
século passado,
contribuíram
para aumentar a
necessidade dos
dirigentes
acompanharem e
mensurar como as
Casas por eles
administradas
estão se
desempenhando.
Um indicador não
é o resultado em
si, mas permite
aferir se o
resultado gerado
está em
conformidade com
o estabelecido
pelos usuários
que receberão um
produto ou
serviço.
O acompanhamento
através de
indicadores
baseia-se em uma
análise
comparativa,
entre o
alcançado e o
esperado,
permitindo ao
dirigente ter um
referencial de
informações que
subsidiem suas
decisões no
transcorrer do
processo de
trabalho.
É essencial na
geração de um
indicador de
qualidade de um
produto ou
serviço levar em
consideração
como o usuário
ou cliente
percebe o
serviço que lhe
está sendo
prestado ou o
produto que lhe
está sendo
fornecido. A
capacidade de
proporcionar
satisfação às
necessidades e
expectativas do
cliente é o
principal fator
a ser
considerado na
geração de
indicadores da
qualidade.
Em uma
organização,
qualquer um dos
seus membros é
dependente do
outro na
execução da sua
atividade,
sendo, portanto,
simultaneamente,
cliente interno
e fornecedor ou
supridor de
outros
integrantes da
mesma
organização.
O princípio da
prioridade à
satisfação das
necessidades do
usuário,
consumidor ou
cliente deve ser
igualmente
aplicado às
relações
fornecedor-usuário
interno à
organização.
É importante,
neste ponto,
estabelecer o
que vem a ser um
Indicador,
para que se
possa prosseguir
na discussão de
como gerá-los e
utilizá-los na
atividade de
gerenciamento.
Indicadores de
Desempenho são parâmetros
mensuráveis de
um produto ou
serviço em
relação aos
resultados dos
processos. Devem
ser
estabelecidos
considerando-se
a abrangência
desses processos
e,
principalmente,
refletir o grau
de satisfação
das necessidades
dos usuários.
O Indicador é
uma forma de
representação
quantificável de
uma
característica
do produto ou
processo. Ex.:
distribuição
mensal de cestas
básicas, tempo
de atendimento,
evasão das
crianças da
atividade de
evangelização,
entre outros.
Todo processo
pode ser
monitorado
através de
indicadores que
irão aferir dois
componentes
básicos, a
qualidade e a
produtividade
relacionadas ao
ciclo de
atividades que
está sendo
realizado.
Pode-se afirmar,
sem dúvida, que
os indicadores
de qualidade
medem ou aferem
a eficácia
na execução do
processo,
informando se o
que foi
realizado está
de acordo com o
que deveria ter
sido realizado.
Os indicadores
de produtividade
informam sobre a
eficiência
na realização do
processo,
avaliando o como
este processo
foi realizado.
Diferem,
portanto, dos
indicadores de
qualidade, pois
os mecanismos de
acompanhamento
estarão voltados
para as etapas
de execução do
processo, embora
possam também
aferir os
resultados
finais.
Resumindo, os
indicadores
servem
basicamente
para:
a) Dar suporte à
análise crítica
dos resultados
da atividade, às
tomadas de
decisão e ao
replanejamento;
b) Contribuir
com a melhoria
dos processos e
produtos da
organização.
Na escolha dos
indicadores
devem ser
considerados os
requisitos de:
·
Representatividade
–
espelhar etapas
essenciais ou
críticas do
processo;
·
Simplicidade
-
fácil de
compreender e
aplicar, através
da utilização de
relações
percentuais
simples, médias
aritméticas,
números
absolutos etc.;
·
Abrangência
-
devem refletir o
maior número
possível de
situações,
inclusive em
termos
estatísticos do
processo,
organização ou
área a que se
refere;
·
Estabilidade
-
permanente e
coerente com as
rotinas.
·
Acessibilidade
-
a coleta, o
registro, a
manutenção dos
dados, bem como
o seu cálculo
devem estar
disponíveis em
qualquer
momento, pois
são essenciais
para pesquisas. (Este
artigo será
concluído na
próxima edição
desta revista.)