CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Rastros de vidas
passadas
Nalgum lugar, um
renomado autor
segredou que é
vital para quem
escreve
profissionalmente
manter acesa a
paixão pelo que
faz. Noutro
momento, uma
fábula infantil
narra a história
de duas crianças
que deixam
rastros de
migalhas de pão
pela estrada,
para que na
volta se
recordem do
caminho para
casa.
No caso do
escritor da área
espírita, com
ênfase para o
das obras
psicografadas,
penso que estas
migalhas de pão
se constituem
naqueles
indícios claros,
funcionando como
rastros
revelados por
mil e uma formas
surpreendentes
ao médium, de
modo a
oferecer-lhe a
constatação
inequívoca da
autenticidade
daquilo que os
autores
desencarnados
vão delineando
através de suas
mãos e do
mecanismo da
psicografia. E
são justo estas
particularidades
que para nós,
médiuns atuantes
na área da
literatura
espírita, mantêm
acesa uma paixão
toda especial e
inexpugnável
pelo que nos
comprometemos a
realizar neste
mundo.
Neste momento,
em que iniciamos
há poucos dias
um trabalho
psicográfico com
vistas à
publicação no
ano vindouro –
este de autoria
inédita de novo
amigo das
paragens da
invisibilidade,
apresentado por
meu mentor para
renovada jornada
conjunta de
esclarecimentos
das maravilhas
da vida
espiritual –,
voltou-me à
recordação a
ocasião em que,
por
desprendimento
noturno do corpo
físico, há
muitos e muitos
anos atrás, me
foi dado visitar
e contemplar com
clareza de
detalhes
impressionante
um prédio de
alguns poucos
andares, situado
de esquina
adiante de um
largo, ao qual
comparecia com
uma presença
amiga da qual na
época não pude
fixar a
fisionomia.
Os detalhes da
paisagem, no
entanto, e
espantosamente,
com o decorrer
dos anos, não
esmaeceram da
memória, como
ocorre
normalmente nos
sonhos comuns.
Ao contrário,
conservaram a
vivacidade de
suas
particularidades
mínimas na
retina de meu
espírito, apenas
que mantida a
sensação de
desconhecimento
momentâneo
daqueles
cenários até ao
dia em que,
empreendendo
pesquisas sobre
a antiguidade
romana após a
publicação de
nossa primeira
obra
psicografada,
O Pretoriano,
cujo conteúdo se
passava
justamente na
Roma Antiga de
Júlio César,
deparei, ao
acaso, com
fotografias
obtidas numa
pesquisa do
Google –
justamente do
prédio
entrevisto no
aludido
desprendimento
de tantos anos
antes! E
descobri então,
com grande
espanto e
maravilha
íntima,
tratar-se, o
edifício, do
Teatro de
Marcelo,
construído
exatamente à
época do enredo
narrado na nossa
obra que tratava
de uma de nossas
muitas
reencarnações no
período da
antiguidade
italiana!
Para arremate,
com o passar dos
anos e de novos
trabalhos vindos
a público,
encontrou maior
sentido ainda
aquele cenário
quando da
publicação da
trama de
Entre Jesus e a
Espada,
na qual os
protagonistas
vivenciam grande
parte de seus
dramas
pretéritos
exatamente tendo
como palco,
dentre outras
visões da Roma
de Nero, o
Templo de Apolo
- que
recentemente
revelou-se à
nossa percepção
mais acurada
fronteiriço ao
dito
Teatro de
Marcelo,
nas fotos de
suas ruínas
guardadas em
meus arquivos
pessoais de
pesquisas
regressivas!
São estes
detalhes
importantes,
leitores amigos,
que para o
escritor de
obras
psicografadas
nos são
ofertados como
preciosos
rastros de pão
- só que de uma
espécie de pão
do espírito, que
já nos alimentou
a alma em tempos
recuadíssimos no
pretérito, na
forma de
cenários, cenas,
imagens
arquivadas no
nosso vasto
laboratório de
lembranças
apagadas por
detrás de nosso
subconsciente.
Lembranças
apagadas, mas a
qualquer tempo
redivivas,
bastando para
tanto que venham
à tona sob a
ação do gatilho
poderoso do
trabalho
conjunto
mediúnico, em
que amigos da
vida invisível
operam
diligentemente
com os que se
situam sob os
véus das vestes
carnais para
resgatar, aos
olhos destes que
se demoram na
materialidade,
as provas e
indícios vivos
de que não
comparecemos
neste mundo
fugaz de
aprendizado
apenas uma vez,
mas muitas!
Deixando para
trás estas
trilhas, à
primeira vista
perdidas, porém
tão vívidas
quanto o menor
dos detalhes que
nos cerca agora,
neste mesmo
momento,
bastando para
tanto que
tenhamos a nossa
memória
reavivada para a
multiplicidade
de detalhes que
nos compuseram a
trajetória até o
presente momento
de nossas
jornadas
evolutivas!
Atualmente o
laboratório é
outro. Vimos
perambulando nos
últimos dias por
outros
rastros de pão,
e gradativamente
descerrando
cenários
valiosos,
banhados de luz
e de intensa
significação,
como se contidos
pelos contornos
restritos de
ínfima fechadura
– visto ser o
autor de nossa
próxima obra um
artista, tanto
nas paragens
invisíveis,
quanto no seu
repertório
secular na
materialidade.
Assim, conforme
nos vão chegando
as páginas pelas
mãos inefáveis
deste amigo
querido, junto,
quase em
compasso, como
em carismática
quão
irresistível
dança a dois,
deságuam nas
praias de nossas
percepções e
iniciativas
conjuntas nomes
esparsos,
cenários
desvendados,
referências
coincidentes,
dramas
emocionantes...,
compondo o
mosaico de um
novo testemunho
destinado, sob
os auspícios dos
melhores
sentimentos dos
nossos amigos da
invisibilidade,
a revelar aos
leitores de boa
vontade e
interessados nas
verdades maiores
da Vida mais
particularidades
das Leis
universais que
nos regem os
destinos: as
causas primeiras
de dramas por
vezes obscuros e
incompreensíveis
encenados no
cotidiano
terreno; os
porquês de
presenças, de
fraquezas à
primeira vista
invencíveis; as
raízes de
conflitos, de
amizades ou
inimizades, de
conquistas, ou
de aparentes
quão dolorosos
fracassos...
Se Jesus assim o
permitir,
veremos aonde a
próxima trilha
encantada de
migalhas de pão
vai nos situar –
em que lar
pretérito, em
que trama
inaudita! –
através das
novidades que
nos chegam
incessantemente
da parte desses
que nos visitam
e nos instruem
por amor, e por
sob os véus das
paisagens
magníficas
situadas para
além dos véus da
invisibilidade.