WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Correio Mediúnico
Ano 4 - N° 160 - 30 de Maio de 2010
 

 

Rebeldia

Neio Lúcio

 
O pequeno rebelde amava a Mãezinha viúva com entranhado amor; entretanto, iludido pela indisciplina, dava ouvido aos conselhos perversos.

Estimava a leitura de episódios sensacionais, em que homens revoltados formam quadrilhas de malfeitores, nas cidades grandes, e, a qualquer pá­gina edificante, preferia o folhetim com aventuras desagradáveis ou criminosas. Engolfou-se em tan­tas histórias de gente má que, embora a palavra materna o convidasse ao trabalho digno, trazia sem­pre respostas negativas e rudes na ponta da língua.

— Filho — exclamava a senhora paciente —, homem de bem acomoda-se no serviço.

— Eu não! — replicava, zombeteiro.

— Vamos à oficina. O chefe prometeu ceder-te um lugar. 

— Não vou! não vou!...

— Mas já deixaste a escola, meu filho. É tempo de crescer e progredir nos deveres bem cumpridos.

— Não fui à escola, a fim de escravizar-me. Tenho inteligência. Ganharei com menor esforço.

E enquanto a genitora costurava, até tarde, de modo a manter a casa modesta, o filho, já rapaz, vivia habitualmente na rua movimentada. Tomava alcoólicos em excesso e entregava-se a companhias perigosas que, pouco a pouco, lhe degradaram o caráter.

Chegava a casa, embriagado, altas horas da noite, muita vez conduzido por guardas policiais.

Vinha a devotada Mãe com o socorro de todos os instantes e rogava-lhe, no outro dia:

— Filho, trabalhemos dignamente. Todo tempo é adequado à retificação dos nossos erros.

Atrevido e ingrato, resmungava:

— A senhora não me entende. Cale-se. Só fala em dever, dever, dever...

A pobre costureira pedia-lhe calma, juízo e chorava, depois, em preces.

Avançando no vício, o rapaz começou a agir às escondidas. Assaltava instituições comerciais, onde sabia fácil o acesso ao dinheiro; e quando a Mãezinha, adivinhando-lhe as faltas, tentou aconselhá-lo, gritou:

— Mãe, não preciso de suas observações! Deixá-la-ei em paz e voltarei, mais tarde, com grande fortuna. Dar-lhe-ei casa, roupa e bem-estar com fartura. A senhora tem o pensamento preso a obri­gações porque, desde cedo, vem atravessando vida miserável.

Assim dizendo, fugiu para a via pública e não regressou ao lar.

Ninguém mais soube dele. Ausentara-se, defi­nitivamente, em direção a importante metrópole, alimentando o propósito de furtar recursos alheios, de maneira a voltar muito rico ao convívio maternal.

Passou o tempo.

Um, dois, três, quatro, cinco anos...

A Mãezinha, contudo, não perdeu a esperança de reencontrá-lo.

Certo dia, a imprensa estampou nos jornais o retrato de um ladrão que se tornara famoso pela audácia e inteligência.

A costureira reconheceu nele o filho e tocou para a cidade que o abrigava.

A policia não lhe conhecia o endereço e, porque fosse difícil localizá-lo rapidamente, a senhora tomou ­quarto num hotel, a fim de esperar.

Na terceira noite em que aí se encontrava, notou que um homem embuçado lhe penetrava o aposento às escuras. Aproximou-se apressado para surripiar-lhe a bolsa. Ela tossiu e ia gritar por socorro, quando o ladrão, temendo as consequências, lhe agarrou a garganta e estrangulou-a.

Nos estertores da morte, a costureira reconhe­ceu a presença do filho e murmurou, debilmente:

— Meu... meu... filho...

Alucinado, o rapaz fez luz, identificou a Mãezinha já morta e caiu de joelhos, gritando de dor selvagem.

A desobediência conduzira-o, progressivamente, ao crime e à loucura.
 

 

Do cap. 6 do livro Alvorada Cristã, de Neio Lúcio, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 

 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita