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Correio Mediúnico
Ano 4 - N° 163 - 20 de Junho de 2010
 

 

Existência de Deus

Meimei


Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana cha­mou-o à sua presença e lhe perguntou:

– Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

– Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

– Como assim? – indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

– Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

– Pela letra.

– Quando o senhor recebe uma joia, como é que se informa quanto ao autor dela?

– Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

– Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

– Pelos rastros –  res­pondeu o chefe, surpreen­dido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respei­toso:

– Senhor, aqueles si­nais, lá em cima, não po­dem ser dos homens!

Nesse momento, o orgu­lhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.


 

Do cap. 2 do livro Pai Nosso, de Meimei, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita