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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 163 - 20 de Junho de 2010

ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)


Obstáculos e resultados


A compassividade de Deus, através de suas leis justas e perfeitas, conhece por antecipação todas as nossas necessidades e da mesma forma os nossos méritos muito melhor do que nós mesmos.

As benesses de Deus são entregues de igual modo para todos. A sua bondade e misericórdia usam de um só e justo critério de distribuição para todos.

Acontece, porém, que a Lei do Merecimento, que regula essa distribuição, determina que cada um receba de conformidade com a sua capacidade, pois ela se regulamenta pelas ações individualizadas. 

Assim sendo, compreendemos que cada um de nós está possuindo aquilo que precisa ter e passando exatamente por aquilo que deve passar. Isso porque Deus não erra, não castiga e não persegue. “A cada um segundo suas obras”, ensinou Jesus.

É natural desejarmos e lutarmos por soluções através de benefícios de ordem espiritual que venham alterar o quadro de nossas necessidades e sofrimentos. Entretanto, se nos dedicarmos ao estudo sério do Espiritismo, que ajuda o nosso entendimento a respeito da justiça divina, compreenderemos que não há como conseguir isso através de ações milagrosas e nem com urgência. A lei divina que é imutável não vai alterar seu curso só porque estamos com pressa.

Será natural então aceitarmos a ideia de que teremos que construir o nosso próprio crédito espiritual, alterando assim o nosso merecimento.

O Espiritismo, na qualidade da Terceira Revelação dada ao homem, nos ajuda nesta parte; primeiro a descobrir qual o problema que está causando as dificuldades por que passamos e depois orienta-nos como agir, do que carecemos e o que nos é possível fazer no encontro da solução adequada.

O homem comum, aquele que ainda não despertou o interesse por questões a respeito da vida espiritual, encontra muitas dificuldades para esse despertamento consciencial. Felizes são os que venham a se interessar pelos estudos espíritas, pois passam a compreender que primeiro é necessário identificar nossa realidade intima, o que somos, e, a seguir, aceitar as alterações a serem processadas em nossa vida, pondo as mãos no arado para as mudanças que precisam ser feitas.

É importante ficarmos alertas para com as companhias espirituais que nos cercam por afinidade, pois, segundo André Luiz, existe o “Hálito Mental”, o reflexo do que pensamos e sentimos, através do qual somos identificados pelo mundo espiritual. Nosso esforço em melhorar implica na troca desses companheiros espirituais. Essa é a Lei de Deus, lei do merecimento.

Para essa tarefa, comecemos por trabalhar o nosso egoísmo, pois de todas as imperfeições humanas é a mais difícil de ser extirpada, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem é ainda escravo, por estar muito perto de sua origem, e ter dificuldade dela se libertar.

A boa vontade é instrumento indispensável para que comecemos a mudar o falso modo de encarar as coisas e interpretar a vida, usando o bom senso na própria avaliação. Em verdade somos responsáveis pelo nosso comportamento, por sermos pessoas adultas e agora conscientes de onde viemos, o que estamos fazendo e para iremos depois que a morte nos levar daqui. Assim devemos controlar nossas ideias, rejeitando os pensamentos inferiores e perturbadores, estimulando as tendências boas e repelindo as más.

Tomemos conta de nós. Deus nos concedeu o livre-arbítrio para essa finalidade. Aprendamos a controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias o nosso poder e veremos que ele é maior do que pensamos. 

Quase sempre encaramos as pessoas de modo desconfiado, indiferente, principalmente aquelas que são de nossa intimidade imediata, o que denota desrespeito e desamor. Procuremos mudar essa maneira de agir, colocando atenção pelos outros. Exercitemos estes conceitos e verificaremos os resultados positivos advindos daí.

Tudo isso é muito importante se colocado em prática nos dias de nossa vida. Estaremos criando em torno de nós a empatia e o afeto daqueles com quem convivemos e assim iremos ganhando bônus espirituais que muito nos ajudarão na obtenção dos resultados possíveis de alcançar na presente existência terrena. Será, sem dúvida, um passo a mais na nossa caminhada.


Nota
- Este artigo tem base fundamental em aula de curso organizado pelo professor Rodrigues Ferreira, cultor espírita que muito prezamos e por quem somos muito gratos pelo bem que nos tem feito o estudo de tais cursos.  
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita