O que Barbara Ivanova
nos revelou 20 anos
atrás
Na última quinta-feira,
dia 17 de junho, fez 20
anos que
a famosa parapsicóloga e
sensitiva russa, autora
do livro “O Cálice
Dourado”, esteve em
Londrina e falou aos
espíritas da cidade
Proferida em português
fluente, a conferência
realizada por Barbara Ivanova (foto) no
dia 17 de junho de 1990
constituiu um momento
marcante para todos os
que se reuniram no Cine
Teatro Ouro Verde para
ouvi-la.
Barbara Ivanova nasceu
em Moscou, capital da
Rússia, em 25 de março
de 1917, mesmo ano em
que eclodiu a Revolução
bolchevique que,
|
|
algum
tempo depois, fundaria a
União Soviética.
Professora de línguas,
falava fluentemente seis
idiomas. |
|
|
|
Foi em 1971 que iniciou
suas atividades em torno
das curas psíquicas, mas
seu interesse pelo
assunto que constituía a
parte principal de sua
existência vinha de mais
longe – desde 1958.
“Tínhamos um Laboratório
oficial de Bioinformação,
que funcionou de 1965 a
1975, quando foi fechado
pelo governo”, revelou a
sensitiva.
“Bioenergo-estimulação,
eis o nome que dávamos
ao Laboratório e às
pesquisas.” No livro “O
Cálice Dourado”,
publicado em 1986 nos
Estados Unidos, ela
relata como tudo
começou.
Adepta da filosofia
disseminada na ex-União
Soviética pela Agni
Yoga, ou Yoga do Fogo,
em que se destacam as
obras de Helena Roerich,
é impressionante a
semelhança entre o
pensamento de
|
Barbara e o que ensina o
Espiritismo. Ouvi-la é
como se ouvíssemos uma
palestrante espírita. A
Agni Yoga constitui-se
basicamente de obras
psicografadas. “As
psicografias – disse
Ivanova – são ditadas
por Espíritos
superiores.” Aliás,
disse ela que as obras
mediúnicas não devem ser
apenas lidas, mas também
meditadas. |
A psicografia é uma
forma de psicocinesia de
informação
A conferência foi aberta
com uma frase de efeito:
chegou a hora de a
Humanidade elevar-se. “A
busca da
espiritualidade, eis o
caminho a seguir.”
Como as curas realizadas
em massa já eram
conhecidas há bom tempo,
especialmente na América
Latina, foi por aí a
primeira linha do
trabalho realizado por
Ivanova e seus
companheiros no
Laboratório de
Bioinformação. Seu
propósito era pesquisar
a interação entre os
seres vivos, as curas
por meio da imposição
das mãos, as curas a
distância, o nível das
auras etc.
A segunda linha do
trabalho foi a
clarividência, chamada
então de informação
intuitiva, ou percepção
extrassensorial, um fato
não explicável que mais
tarde receberia a sanção
oficial da
Parapsicologia. “Os
animais fogem de vulcões
antes da erupção, as
ratazanas fogem dos
navios que vão afundar.
Como eles sabem?”
Em seguida, o
Laboratório pesquisou a
psicocinesia
informativa. “O pêndulo
é utilizado na URSS nas
atividades de geologia.
Segurando-o numa das
mãos, ele se move
respondendo ao que lhe é
proposto”, disse Barbara,
explicando em seguida
que, em verdade, a
energia parapsicológica
não tem limite, mas a
prática revela coisas
curiosas. “Usando copos
ou pêndulos – não
importa –, se as
perguntas são bobas,
idiotas ou de baixo
nível, isso apresenta
perigo, pois quem
responde são entidades
baixas, à espera de uma
nova encarnação, ou
Espíritos brincalhões,
desses que provocam os
fenômenos de poltergeist.”
A psicografia é para ela
uma forma de
psicocinesia de
informação, que tem de
ser, porém, segundo
afirmou, “do nível de
Chico Xavier”.
O objetivo da
reencarnação é tornar as
pessoas perfeitas
Outro assunto tratado na
conferência foi a
reencarnação, tema que é
o mais importante para
Barbara, que já realizou
experiências no campo de
regressão de memória e
admitiu publicamente ter
vivido no Brasil, no
interior da Bahia, na
pele de um humilde
seringueiro, numa de
suas últimas encarnações
em nosso globo.
Com referência à
reencarnação, ela
mencionou casos de
crianças que se recordam
de vidas passadas, os
quais sugerem a
existência de uma
memória extracerebral,
objeto de estudo de
vários pesquisadores de
renome mundial, como o
indiano Banerjee e o
americano Ian Stevenson.
A reencarnação está
ligada, segundo Barbara,
à lei de causa e efeito,
ou lei do carma, como
ela prefere dizer. “Os
dilúvios, terremotos e
vulcões são a resposta
da Terra aos nossos
males.” Segundo ela,
ninguém tem o direito de
interferir no carma das
pessoas. “As
dificuldades da vida
devem ser abençoadas,
porque com elas
crescemos”, acrescentou
a palestrante. “O
objetivo das encarnações
é tornar as pessoas
perfeitas.”
No final da conferência,
Ivanova respondeu a 19
perguntas formuladas
pelo público presente.
Dois pontos merecem
destaque em suas
respostas. Primeiro, a
origem do seu trabalho
na área das curas. Disse
então que as coisas
aconteceram como por
acaso. “Mas o acaso não
existe”, acrescentou. “A
ideia do cálice dourado
veio-me à mente durante
um sonho. Passei a curar
daí por diante.” O outro
ponto a destacar é a
ênfase que Ivanova dá às
consequências morais que
decorrem de todos os
fenômenos. “É preciso
tirar desses fenômenos
as consequências que
possam elevar as
criaturas”, acrescentou
a conferencista.
Os dilúvios e terremotos
são a resposta aos
nossos males
Posteriormente à
conferência, Barbara
Ivanova concedeu uma
entrevista coletiva numa
sala do Hotel Bourbon.
Uma das perguntas versou
sobre o tema
reencarnação. Alguém lhe
perguntou quais eram os
métodos em que ela se
baseava para dizer que a
reencarnação está
cientificamente
comprovada. Em sua
resposta, disse ela que
toda a comunidade
científica sabe;
referia-se certamente
aos seus colegas russos.
Explicou, então, que os
métodos científicos
adotados para comprovar
a reencarnação são,
entre outros, a
comunicação com os
Espíritos por meio da
mediunidade, a regressão
de memória e a chamada
memória extracerebral.
O jornal O Imortal
de julho de 1990
publicou uma extensa
reportagem sobre a
presença de Barbara
Ivanova em Londrina, da
qual extraímos algumas
frases muito
interessantes ditas pela
sensitiva russa, adiante
reproduzidas:
“A dor é sinal de alarme
para a doença. A cura
não pode ser local, mas
integral; deve ser capaz
de reajustar o
indivíduo.”
“A pessoa é responsável
por tudo o que faça ou
pense.”
“Não se fazem trabalhos
de desobsessão na União
Soviética, mas eles são
muito importantes.”
“Os Espíritos superiores
são puros de coração;
eles são os nossos
mestres.”
“Na desobsessão, não se
deve mandar o Espírito
embora, mas educá-lo.”
“A ciência da Terra só
aceita o que pode ser
repetido; mas a alma e
os seus efeitos não se
sujeitam a isso.”
“A civilização terrena é
muito superficial e
atrasada.”
“Os dilúvios, terremotos
e vulcões são a resposta
da Terra aos nossos
males.”
“O carma, assim como o
destino, é como um
túnel, mas dentro do
túnel podemos andar,
correr, ficar parados
etc.”
“Não há nenhuma dúvida:
existe vida além da
Terra.”
“O próximo milênio nos
traz muita esperança,
mas, se a Humanidade não
se espiritualizar, será
o fim.”