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Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 163 - 20 de Junho de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1866

Allan Kardec 

(Parte 6)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1866. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Qual foi a primeira faculdade mediúnica concedida aos homens?

Segundo mensagem transmitida na Sociedade Espírita de Paris, a mediunidade de vidência foi a primeira de todas as faculdades dadas ao homem para se corresponder com o mundo invisível. Em todos os tempos e em todos os povos, as crenças religiosas se estabeleceram sobre revelações de visionários ou médiuns videntes. (Revue Spirite de 1866, pp. 120 a 123.) 

B. Veremos Deus ao deixarmos a Terra?

Esta questão foi examinada por Kardec na Revista Espírita. Eis, em resumo, o que ele escreveu: 1. As coisas de essência espiritual não podem ser percebidas pelos órgãos materiais: só pela visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e o mundo imaterial. 2. Dessa forma, só a nossa alma pode ter a percepção de Deus, mas sua visão constitui privilégio das almas mais depuradas. 3. Sendo Deus a essência divina por excelência, não pode ser percebido em todo o seu brilho senão pelos Espíritos chegados ao mais alto grau de desmaterialização. (Obra citada, pp. 132 a 134.) 

C. Tantas vezes mencionada nas Escrituras, a ressurreição é possível?

Segundo Kardec, a ressurreição não é possível. Todas as vezes em que ocorre volta à vida é que não houve morte na acepção patológica do termo. “Quando a morte é completa, essas voltas são impossíveis, pois a isto se opõem as leis fisiológicas.” (Obra citada, pp. 134 a 136.) 

Texto para leitura 

66. Tudo indica que o czar Paulo I, da Rússia, viu efetivamente em São Petersburgo o Espírito de seu avô Pedro, o Grande. Pelo menos foi isso que o czar relatou a alguns amigos, segundo reportagem publicada a 3 de março de 1866 pelo Grand Journal. Tendo o assunto sido levado à Sociedade Espírita de Paris, um dos médiuns recebeu espontaneamente uma comunicação que confirmou o fato e acrescentou as informações que se seguem: I – A existência da mediunidade de vidência foi a primeira de todas as faculdades dadas ao homem para se corresponder com o mundo invisível. II – Em todos os tempos e em todos os povos, as crenças religiosas se estabeleceram sobre revelações de visionários ou médiuns videntes. III – Desde o instante em que o czar Paulo I viu seu avô, a mediunidade foi nele permanente, mas o medo do ridículo o impediu de relatar suas visões aos amigos. IV – A vidência não era a única faculdade que possuía, pois Paulo fora também dotado da audição e da intuição. Aliás, foi pela audição que ele teve a revelação do seu fim trágico. (Págs. 120 a 123.)

67. Em Corrèze, o Sr. Leymarie, colega de Kardec na Sociedade Espírita de Paris, recebeu uma comunicação assinada por um ex-bispo de nome De Cosnac, que informou ter estado até então, por dois séculos e meio, inconsciente de sua verdadeira posição de Espírito desencarnado. Bispo e conselheiro do rei, orgulhoso de seus títulos, ele só dera valor na última existência às fugidias ilusões da vida, não constituindo surpresa o longo período de perturbação a que se reportou na mencionada mensagem. (Págs. 123 a 125.)

68. Em um poema transcrito pela Revue, Eugène Nus, dirigindo-se aos amigos que já partiram para o mundo espiritual, pergunta-lhes: “Onde viveis, mortos amados?” O poema contém ideias claras sobre a influência dos Espíritos em nossa vida e à possibilidade do seu retorno à vida terrena. (Págs. 125 e 126.)

69. Alguns espíritas não se conformaram com as críticas feitas a eles pela imprensa por ocasião do episódio protagonizado pelos irmãos Davenport. Florentin Blanchard, livreiro em Marennes, foi um deles, como mostra carta publicada pela Revue, na qual, escrevendo ao jornal La Liberté, o confrade refuta as críticas e avisa que sua assinatura não mais será renovada. (Págs. 126 e 127.)

70. Cinco obras são citadas pela Revue na seção de livros. Uma delas, intitulada: “Sou Espírita?”, de Sylvain Alquié, de Toulouse, foi um dos frutos da polêmica causada pelos irmãos Davenport. As críticas levaram o autor a conhecer e a admitir, desde então, o Espiritismo. As demais obras intitulam-se: “Carta aos Srs. Diretores e Redatores dos Jornais Antispíritas”, de A. Grelez, de Sétif, Argélia; “Filosofia Espírita”, “O Guia da Felicidade” e “Noções de Astronomia”, todos os três de autoria de Augustin Babin, espírita de longa data que, segundo Kardec, levava a doutrina a sério. (Págs. 127 e 128.)

71. O número de maio de 1866 inicia-se com um artigo sobre Deus, no qual o Codificador faz as seguintes observações: I – Como é que Deus, tão grande e poderoso, pode imiscuir-se em pormenores ínfimos e preocupar-se com os menores atos praticados pelos indivíduos? II – As propriedades dos fluidos podem dar-nos uma ideia de como o Criador age nesses casos. III – Os fluidos não têm inteligência, mas são o veículo do pensamento, das sensações e das percepções dos Espíritos, e é em consequência da sutileza deles que os Espíritos penetram por toda a parte, perscrutam os nossos pensamentos, veem e agem a distância. IV – O que os Espíritos podem realizar, embora em estreitos limites, Deus o faz em proporções indefinidas. Ora, a natureza inteira está mergulhada no fluido divino. Assim, tudo está submetido à sua ação, à sua previdência, à sua solicitude. V – Estamos, portanto, constantemente em presença da Divindade; não existe uma só de nossas ações que possamos subtrair ao seu olhar; nosso pensamento está em contato com o seu pensamento e é por isso que se diz que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. VI – O Criador não tem, pois, necessidade de mergulhar seu olhar nem de deixar o repouso de sua glória, para estender a nós a sua solicitude. VII – Para serem ouvidas por Ele, nossas preces não precisam transpor o espaço nem ser ditas com voz retumbante, porque, incessantemente penetrados pelo fluido divino, nossos pensamentos nele repercutem. (Págs. 129 a 131.)

72. Concluindo o artigo, Kardec assevera: “Diante desses problemas insondáveis, nossa razão deve humilhar-se; Deus existe: não poderíamos duvidá-lo; é infinitamente justo e bom; é sua essência; sua solicitude se estende a tudo; nós o compreendemos agora; incessantemente em contacto com ele, podemos orar a ele com a certeza de ser ouvidos; ele não pode querer senão o nosso bem; por isso devemos ter confiança nele. Eis o essencial; para o resto, esperemos que sejamos dignos de o compreender”. (Pág. 132.)

73. No artigo seguinte Kardec explica por que, estando Deus em toda a parte, não o vemos. Vê-lo-emos ao deixar a Terra? Eis os ensinamentos transmitidos pelo Codificador: I – As coisas de essência espiritual não podem ser percebidas pelos órgãos materiais: só pela visão espiritual é que podemos ver os Espíritos e o mundo imaterial. Dessa forma, só a nossa alma pode ter a percepção de Deus, mas sua visão constitui privilégio das almas mais depuradas. II – O envoltório perispiritual, embora invisível e impalpável para nós, é para a alma uma verdadeira matéria, muito grosseira para certas percepções, mas que se espiritualiza à medida que a alma se eleva em moralidade. III – As imperfeições da alma são como véus que obscurecem sua visão; cada imperfeição de que ela se desfaz é um véu a menos. IV – Sendo Deus a essência divina por excelência, não pode ser percebido em todo o seu brilho senão pelos Espíritos chegados ao mais alto grau de desmaterialização. V – O Espírito só se depura lentamente, e à medida que se depura tem de Deus uma intuição mais perfeita. Se não o vê, compreende-o melhor. Quando eles dizem que Deus lhes proíbe de responder ou fazer algo, não é que Deus lhes aparece, mas sim que o sentem e recebem o eflúvio de seu pensamento, como acontece ao homem com relação aos Espíritos que o envolvem com seu fluido, embora não os veja. VI – Nenhum homem pode, pois, ver a Deus com os olhos da carne. Se esse favor fosse concedido a alguém, só poderia sê-lo no estado de êxtase. VII - Como os Espíritos da mais elevada ordem resplandecem com um brilho deslumbrante, pode ser que Espíritos menos elevados, encarnados ou não, feridos por tal esplendor, julgassem ter visto o próprio Deus, tal como se vê, por vezes, um ministro tomado por seu soberano. (Págs. 132 a 134.)

74. Segundo o jornal Concorde, de Versalhes, edição de 22 de fevereiro de 1866, teria ocorrido na Córsega um curioso fato de ressurreição, no qual uma mulher, momentos depois de morrer, teria voltado a viver para transmitir um recado à sua sobrinha Savéria. A ressurreição é possível? Kardec diz que não e explica: todas as vezes que houver volta à vida é que não houve morte na acepção patológica do termo. “Quando a morte é completa, essas voltas são impossíveis, pois a isto se opõem as leis fisiológicas.”  (Págs. 134 e 135.)

75. O assunto foi levado à Sociedade Espírita de Paris, onde o Espírito de Ebelman explicou o episódio referido. A tia estava realmente morta, mas não houve ressurreição. A sobrinha teve, na verdade, uma visão do Espírito da falecida, que, graças à permissão do Pai, pôde falar-lhe. Sua vontade não pôde fazer reviver o seu corpo físico, mas pôde dar ao seu invólucro fluídico as aparências dele. (Págs. 135 e 136.)

76. Morto em Paris em novembro de 1865, o padre Laverdet, atendendo a evocação feita por Kardec, comunicou-se na Sociedade Espírita de Paris em janeiro seguinte, ocasião em que, além de manifestar seu respeito pela doutrina espírita, lamentou os equívocos cometidos por seu colega padre Châtel, que procurou auferir vantagens financeiras à frente da Igreja. (Págs. 136 a 139.)

77. Outra comunicação espírita transcrita pela Revue diz respeito a um pai que, dado à embriaguez desde a juventude, nenhuma preocupação teve quanto à educação dos filhos. Um destes seguiu-lhe os passos e, mudando-se para a África, não mais deu notícias. O outro, de natureza diferente, tornou-se espírita fervoroso e devotado. Na comunicação, Charles-Emmanuel, o pai descuidado, fala das consequências de seus erros e da tarefa que agora, como Espírito, Deus lhe atribuíra: velar pelo filho Jean, a quem deveria preservar de qualquer acidente. (Págs. 139 e 140.)

78. Duas informações importantes constam da comunicação citada: I – Charles-Emmanuel demorou a perceber que desencarnara e bebia sem cessar. II – A dor que o filho experimentava nos acidentes de que o pai o salvou, era este quem suportava. (Págs. 140 e 141.) (Continua no próximo número.)



 


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