Dualismo no
universo?
O profeta,
médico e pintor Mani – fundador
do Maniqueísmo –
nascido na
Mesopotâmia,
viveu no século
III e sua
religião teve
milhares de
adeptos,
perdurando por
mais de 1.000
anos.
Naquela distante
época, Mani
gozou de grande
prestígio,
atraindo
inclusive a
simpatia de reis
como Sapor
e Hormidas.
Mani tentou
reunir as mais
conhecidas
religiões;
Cristianismo,
Islamismo,
Budismo,
Zoroastrismo, em
torno do
pensamento de
que há um
dualismo a reger
as criaturas.
De um lado o
Bem, de outro
lado o Mal.
Duas forças
antagônicas que
se digladiam
para controlar o
universo; Deus e
Demônio, Bem e
Mal, Certo e
Errado...
De ideias
ambiciosas;
pregava a
igualdade das
castas e a
extinção dos
privilégios das
classes
dominantes.
Obviamente que
ao contrariar
interesses dos
poderosos,
atraiu intensos
inimigos. Não é
difícil de
imaginar o que
aconteceu com o
profeta.
Amigo leitor,
Mani foi feito
prisioneiro e
entregue à morte
pelo mago Kirdir
e pelo rei
Vahram.
Nos dias de
hoje, embora o
maniqueísmo
tenha sido
extinto como
religião,
trazemos
impregnados à
nossa maneira de
pensar essa
cultura
dualística.
O governo é Mau.
O povo é Bom.
O governo diz
que é Bom e
afirma que Maus
são os membros
da oposição.
A oposição por
sua vez, afirma
o contrário.
O empregado se
julga
injustiçado e
afirma que o
empregador está
errado, por sua
vez, o
empregador diz o
inverso.
Cultivamos
ídolos,
admiramos
pessoas, e
quando estas não
agem conforme o
padrão que
estabelecemos,
afirmamos
decisivamente
que: não eram
nada daquilo que
imaginávamos,
são lobos em
pele de
cordeiro!
Antes de mais
nada, é bom que
nos antenemos em
um detalhe:
somos criaturas
em evolução,
seres sujeitos a
se equivocar nos
caminhos da
vida, não somos
decisivamente
maus, nem
categoricamente
bons, em
realidade. Por
hora, somos
almas em busca
do equilíbrio,
todavia, é bom
que nos
lembremos que
dia chegará em
que o Bem e a
verdade serão
tônica em nossos
pensamentos e
atitudes.
Porquanto, para
o amor fomos
criados, nosso
destino – a
angelitude.
Porém, há
questões que
ficam nebulosas:
Como distinguir
o Bem do Mal?
Como avaliar as
situações para
que nos
aproximemos cada
vez mais desse
Bem agir?
Grande educador
que foi,
compromissado
com o progresso
do ser humano,
Kardec auxiliou
a jogar luz
neste assunto,
em “O Livro dos
Espíritos”. Na
questão de nº
630, o grande
instrutor
questiona os
Espíritos
Superiores:
630 – P – Como
se pode
distinguir o bem
do mal?
R – O bem é tudo
que está de
acordo com a lei
de Deus, e o
mal, tudo o que
dela se afasta;
fazer o mal é
infringir essa
lei.
E voltando um
pouco na
referida obra,
mais
precisamente na
pergunta de nº
621, vemos uma
demonstração
clara e simples
de onde podemos
encontrar essas
leis.
621 – P – Onde
está escrita a
lei de Deus?
R – Na
consciência.
Grande resposta,
a lei de Deus
não está
escondida em
recôndito local
onde tem de se
fazer prodígios
para
encontrá-la.
Ela está em
nossa
consciência, ou
seja, ao nosso
alcance.
Quando
presenciamos
pessoas dizerem:
“Ando com a
consciência
intranquila,
pesada mesmo”,
nada mais é do
que a cobrança
interna para que
se ajuste às
divinas leis, e
a consciência
trata justamente
de ser a bússola
sinalizando o
caminho a
seguir.
E quando nos
dispomos a
consultá-la
antes de
proferir
palavras ou
tomar atitudes,
começamos a
dispersar o mal
para nos
aproximarmos do
bem.
Não obstante as
complicações e
confusões que
ainda existem em
nosso planeta, o
bem governa o
universo; os
pássaros
continuam a
cantar, as
flores
prosseguem a
colorir, os
frutos insistem
em brotar, as
pessoas seguem a
renascer, o sol
prossegue no seu
intenso labor; a
lua, romântica,
ainda embala
namorados...
O Mal é apenas
um estado
transitório que
se dissipará da
face da Terra
conforme formos
nos adequando às
Leis Universais,
acostumando-nos
a disciplinar
nossas ações em
torno do bem
coletivo,
consultando a
consciência,
refletindo
diante de
dificuldades...
Demônios são
fantasmas
passageiros que
nascem da
materialização
de pensamentos
enfermiços.
Forçoso admitir,
o Bem, este sim,
é eterno!
O Bem que se
expande através
da fraternidade
e do amor, do
talento, da
criatividade, do
esforço por
fazer progredir
a humanidade,
este perdura por
séculos,
milênios a fio,
iluminando
consciências e
aquecendo
corações.
Vejamos o
exemplo
admirável de
Jesus, Buda,
Thomas Edison,
Isaac Newton,
Albert Einstein,
Charles Darwin,
Platão, Sócrates
e de tantos
anônimos que
seguem vestidos
com o macacão da
boa vontade...
Ideias,
invenções,
teorias que o
tempo não
apagou, ao
contrário,
tratou de dar
base e
consistência a
esse aglomerado
de benefícios.
Cultivemos a
esperança no
Bem, no amor, no
ser humano, e
tratemos de nos
disciplinar no
Bem agir, que
fatalmente esse
suposto dualismo
desaparecerá!
Pensemos nisso!
Extraído do
livro Lições da
História Humana.
Mythos Editora –
São Paulo – SP.