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Clássicos do Espiritismo
Ano 4 - N° 165 - 4 de Julho de 2010
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

O Tesouro dos Espíritas

Miguel Vives y Vives

(Parte 7)

Continuamos a apresentar o estudo do clássico O Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, que será aqui estudado em 16 partes, com base na tradução de J. Herculano Pires, conforme a 6a edição publicada pela Edicel.

Questões preliminares

A. O que as faltas graves acarretam?

Elas acarretam consequências que não se apagam apenas com bons propósitos, pois exigem também a expiação. Por isso, o espírita que tenha incorrido numa falta grave deve praticar uma grande penitência, como único meio de apagá-la. Penitência é o esquecimento absoluto de tudo o que possa desviá-lo da correção necessária; uma vida de recato, de abnegação, sofrendo tudo por amor a Deus e como meio de reparação; dedicar-se à caridade para com os pobres, os doentes, os aflitos, sem pensar senão em agradar a Deus e ser útil ao próximo na medida de suas forças. (O Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte, Guia Prático para a Vida Espírita, pp. 97 e 98.)

B. Como encarar a dor e o sofrimento em nossa vida?

É preciso, ensina o Espiritismo, encarar o sofrimento e a dor com calma, resignação e alegria, porque sabemos que a Terra é um lugar de expiação e que a dor purifica e eleva, sendo, por isso, um dos meios pelos quais progredimos mais rapidamente. (Obra citada, pp. 102 e 103.)

C. Que significa a existência material em um planeta como o nosso?

A existência material deve ser considerada como um curso de provas de toda espécie –  provas físicas e morais – cujo objetivo é levar as pessoas ao verdadeiro progresso. Não devemos confundir essa existência com a verdadeira vida, mas compreendê-la como um período de estudos e provas, em que as pessoas se preparam com vistas à vida espiritual.  No Reino de Deus não se entra de surpresa, nem se atinge a felicidade senão depois da purificação. Assim, as comodidades, as alegrias mundanas, os gozos da Terra não são os caminhos indicados para alcançarmos a felicidade verdadeira. (Obra citada, pp. 104 e 105.)

Texto para leitura  

78. Se incorreu na falta por palavras, tendo sido indiscreto, intolerante ou brutal, o espírita não deve tomar-se de amor-próprio, mas, reconhecendo o seu erro, há de, sem mais tardar, procurar o ofendido e dar-lhe plena satisfação do seu erro. (P. 96)

79. Depois, ao fazer o seu exame de conduta, o espírita tem mais o que pedir ao Pai e rogar ao Senhor, que tão amável foi para com todos. Deve chamar com veemência o seu guia espiritual, procurando tomar as boas resoluções que sejam necessárias para corrigir-se desse defeito, fazendo tudo para cumprir os bons propósitos que tomar. (P. 96)

80. A falta por ação apresenta maior gravidade e o espírita deve procurar, por todos os meios possíveis, evitar de nela incorrer de novo. As ações podem constituir faltas leves ou graves. As faltas mais leves podem ser corrigidas com a ajuda de Deus, dos Bons Espíritos e dos irmãos encarnados. Estes últimos podem, aliás, ajudar muito com seus conselhos. (P. 97)

81. Se a falta é grave, acarreta consequências que não se apagam apenas com bons propósitos, pois exigem também a expiação. Por isso, o espírita que tenha incorrido numa falta grave, deve praticar uma grande penitência, como único meio de apagá-la. Penitência é o esquecimento absoluto de tudo o que possa desviá-lo da correção necessária; uma vida de recato, de abnegação, sofrendo tudo por amor a Deus e como meio de reparação; dedicar-se à caridade para com os pobres, os doentes, os aflitos, sem pensar senão em agradar a Deus e ser útil ao próximo na medida de suas forças. Só assim conseguimos apagar as faltas graves. (P. 98)

82. Muito podem o arrependimento, a oração e a prática da caridade. Há, contudo, espíritas que vivem seguindo os impulsos do seu coração, sem preocupar-se com as faltas de pensamento e de palavras. O procedimento de hoje pode, no entanto, custar-lhes no futuro muitas lágrimas e muitos sofrimentos. Por isso, muitos espíritas desencarnados têm caído em má situação. (PP. 98 e 99)

83. É a falta de estudo de si mesmos, de cuidado na maneira de pensar, de falar e de agir, que acarreta essas consequências. É preciso, pois, viver apercebidos, não distrair-se na vida terrena, aproveitar-se dela para o progresso, para a conquista do verdadeiro bem-estar. (P. 100)

84. Todos os espíritas devem ter presente que é preciso não esquecer que o tempo de nossa vida na Terra é sumamente curto e que o tempo que teremos de passar, no Espaço, será sumamente longo, sendo felizes ou infelizes, segundo tenhamos cumprido ou deixado de cumprir os nossos deveres espirituais. (P. 100)

85. A Terra é um lugar de expiação e dor. A dor purifica e eleva e é, por isso, um dos meios pelos quais progredimos mais rapidamente. Para isso, é preciso encarar as dores e os sofrimentos com calma, resignação e alegria. (P. 102)

86. Temos visto - diz Vives - espíritas que souberam sofrer com resignação e alegria, mas vimos também outros que, embora aparentassem resignação,  choravam e  lamentavam  seus sofrimentos.  Esses espíritas, evidentemente,  não andavam bem, porque a tristeza engendra o mau humor,  que pode dar  lugar à murmuração contra  o destino.  E quando chegamos à murmuração, estamos a um passo da revolta. (PP. 102 e 103)

87. O espírita deve encarar a existência material como um curso de provas de toda espécie: físicas e morais, que servem para levá-lo a um verdadeiro progresso. Nunca deve confundir essa existência com a verdadeira vida, mas como um período de estudos e provas, em que se prepara com vistas a esta última, que se encontra na erraticidade. Cada dia que passamos na carne corresponde a milhares de anos que iremos viver no Espaço. Que significa, pois, este pequeno período diante da vida espiritual imensa? (P. 104)

88.  No Reino de Deus não se entra de surpresa, nem se atinge a felicidade senão depois da purificação. Assim, as comodidades, as alegrias mundanas, os gozos da Terra não são os caminhos indicados para alcançarmos a felicidade no espaço. (P. 105)

89.  Quanto mais próximo o homem se acha da sua felicidade espiritual, mais submetido será a todas as provas terrenas. Basta recordar a vida dos grandes mártires, dos justos, e compará-la com a dos potentados do mundo... (P. 105)(Continua na próxima edição.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita