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Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 167 - 18 de Julho de 2010

CELSO MARTINS
limb@sercomtel.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Recordando Juvanir Borges
de Souza


Muitos se preocupavam com o começo dos jogos da Copa Mundial de Futebol, assistindo pela TV aos jogadores no Sul da África, naquele friorento dia dos namorados, 12 de junho de 2010. Pessoalmente a mim me preocupava mais a próxima cirurgia de alto risco a que em breves semanas se submeteria a esposa querida, Neli.

Eis que, pouco depois das 13h, à porta de um mercado, onde comprava legumes, um ex-aluno (Ubiracy), hoje atuante membro do Santuário Frei Luiz, em Jacarepaguá (RJ), médico ortopedista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, diz-me que havia algumas semanas desencarnara o Juvanir Borges de Souza.

Fiz rápida retrospectiva no tempo.

Abril de 1984, desencarnava Deolindo Amorim. Dei-me pressa, com auxílio da esposa (não gosto da palavra viúva), Dona Delta dos Santos Amorim, da Dona Zilda Alvarenga e do Enéas Dourado, em reunir em livros algumas das abundantes colaborações do velho baiano em periódicos do Brasil e de Portugal, o que foi, a meu ver, uma forma de homenageá-lo. E assim, com o apoio sempre da Neli, entraram em cena a EME (Editora Espírita Mensagem de Esperança), a Federação Espírita do Paraná e a turma de Vila Velha (ES), ao tempo do Júlio César Grandi Ribeiro, a quem conheci na semana espírita de Macaé, em 1963, ao tempo do Dalmir (a quem não conheci ainda). Quer dizer, Casa Espírita-Cristã.

Dezembro de 1992, mando carta para o Juvanir. Responde-me ele em março do ano seguinte. Esteve retido ao leito longo tempo após extrair uma pedra dos rins, daí o atraso postal, altamente compreensível.

Março de 1993, eu me vejo numa segunda-feira, mais ou menos 10 da manhã, no departamento editorial da FEB, reencontrando amigos como o Lauro S. Thiago, o José Salomão, o Alberto Nogueira da Gama, o Agadyr Teixeira Torres. Conheci então o Zêus Wantuil e o Juvanir.

Ao então presidente da FEB, passo umas 150 laudas mal datilografadas sob o título de Análises Espíritas, com a papelada passada em cartório pela Dona Delta, permitindo a edição da obra. Advogado prudente, Juvanir diz que a FEB tentaria iguais papéis dos demais herdeiros. Para agilizar o processo, pego o pião à unha. Saio de São Cristóvão e vou a Ipanema, pois ali estava de passagem a filha Rosa, pois morava em Havana, esposa do nosso diplomata à época em Cuba. E no mesmo dia envio cartas para o mais velho, Paulo Henrique Amorim, e para a caçula, Marília, estagiando na França, obtendo seus endereços com Dona Delta.

Marília manda-me a permissão dizendo que lá não existe burocracia de firma reconhecida, dando-me o endereço de uma prima junto à qual teria eu a informação aqui no Rio.

Julho de 1993, veio a carta do Paulo Henrique Amorim desculpando-se da demora. Servia à Rede Globo de TV e só então, depois de viajar de um canto a outro daquele enorme país, que lhe chegara a minha carta. Dava total permissão e dizia a mesma coisa da irmã mais jovem. E me diz onde encontraria o cartório para a assinatura dele. Deu-se um lance pitoresco: o tabelião, ao ver o nome do telerrepórter, diz sério:

– É o Paulo Henrique Amorim? Então o senhor vai pagar em dólares.

Amarro a cara e, mais feio do que já sou, resmungo:

– Em dólares uma ova! Quem vai pagar em cruzados (sim, era o tempo do cruzado, do José Sarney) são os meus bolsos de “sofressor”, da rede oficial, xará!

Avancemos.

Agosto de 1993, volto ao Juvanir que quer me reembolsar. Polidamente respondo-lhe:

– Pague-me lançando o livro até ontem. Ele sorri e abraça-me amável.

O livro entra na máquina, como se diz no jargão dos gráficos, não sei se o mesmo se dê agora com a tal de Internet, com a qual não me ajeito de jeito nenhum, embora saiba de sua utilidade para mim, que sou esperantista desde 1956, nos saudosos 14 anos de idade.

Outubro, faço a revisão final e, exatamente em novembro, Dona Rúbia me dá dois pacotes, cada qual com 50 exemplares, um para distribuir entre amigos e o outro para Dona Delta dar o mesmo destino. No meu caso, o 1º exemplar para Neli e os filhos Celso e Silvana, o 2º para Dona Zilda e o 3º para o Roldão Tavares de Castro, irmão do Oli de Castro (coautor com Leopoldo Machado do hino Alegria Cristã). Roldão, esse que sempre me divulgou livros na Amazônia, ao lado do Alencar. 

Bienal do Livro no Riocentro de 1997. Volto a encontrar o Juvanir. E ele me diz ter a FEB feito um negócio da China: declara que a DPL comprara 50 mil exemplares de diferentes títulos para distribuição FORA do meio espírita, o que sempre foi (e continua sendo) o meu maior anseio e a minha maior luta. Não para catequizar, mas consolar e orientar. E aí me fiz amigo do dono da Distribuidora Paulista de Livros, o José Carlos de Carvalho, que me lançou mais de 10 títulos sobre temas atuais. A Distribuidora Candeia que o diga. Como gosto de escrever...

Pelo Natal de 2002 mando-lhe um soneto “de pernas para o ar”. Explico-me melhor. Inspirando-me num soneto do político Augusto Frederico Schmidt, que li em 1959, no livro “Língua e Literatura”, do Herbert Palhano, no meu 2º ano do Colégio Leopoldo, professora: a galega Cecília Ledo, pus de início os dois tercetos e, por fim, os dois quartetos, invertendo o poema fixo criado, dizem, por Petrarca, e cultivado por Camões, Bocage, Bilac e até Vinícius de Moraes.

Juvanir estranha em carta e em carta lhe digo: Desde a Roma dos Césares, aos artistas e aos poetas tudo é permitido. Conhecedor de Latim, ele conhecia isso.

2009. Telefono para Laranjeiras, Rua Coelho Neto. Dona Yole diz que o esposo está doente. Espanto-me ao sabê-lo com 93 anos e com infecção generalizada. Outro telefonema umas semanas depois. Mesma notícia.

Agora... Até breve, irmão. (Cartas: Caixa Postal 61003, Vila Militar, Rio de Janeiro, RJ, CEP 21615-970.)




 


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