ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
As muitas moradas
da
casa
do Pai
Encontramos no
Evangelho de João,
capítulo XIV: 1 a 3,
a seguinte afirmação
de Jesus: “Que o
vosso coração não se
perturbe: Crede em
Deus, crede também
em mim. Há muitas
moradas na casa de
meu Pai; se assim
não fosse eu vos
teria dito,
porquanto eu vou
para preparar o
lugar para vós e
depois que eu tiver
ido e preparado o
lugar, voltarei, e
vos retirarei para
mim, afim de que, lá
onde eu estiver, vós
estareis também”.
Por essa afirmação
de Jesus entendemos,
nós espíritas, que
Ele nos informou
sobre a existência,
no universo, de uma
infinidade de mundos
habitados.
O Espiritismo vem
nos esclarecer a
respeito desses
ensinamentos de
Jesus nas questões
55 a 58 de O Livro
dos Espíritos, onde
os instrutores
espirituais não só o
confirmam como
também nos trazem
novos
esclarecimentos
sobre a pluralidade
dos mundos
habitados.
Em O Evangelho
segundo o
Espiritismo, no
capítulo III, itens
3 e 4, Kardec
apresenta estudo
sobre as diferentes
categorias de mundos
habitados,
concluindo pela
classificação, “em
mundos primitivos,
destinados às
primeiras
encarnações da alma
humana; mundos se
expiação e provas,
onde o mal domina;
mundos
regeneradores, onde
as almas que ainda
têm que expiar obtêm
novas forças,
repousando das
fadigas da luta;
mundos felizes, onde
o bem supera o mal;
mundos celestes ou
divinos, moradas dos
Espíritos puros,
onde o bem reina
inteiramente”.
Assevera ele ainda
que: “A Terra
pertence à categoria
de mundo de
expiações e provas,
eis por que o homem
nela está exposto a
tantas misérias”.
Ainda em O Evangelho
segundo o
Espiritismo, no
capítulo III, item
19, deparamos com
instrutiva mensagem
de Santo Agostinho,
onde ensina: “O
progresso é uma das
Leis da Natureza;
todos os seres da
Criação, animados e
inanimados, a ela
estão submetidos
pela bondade de
Deus, que deseja
tudo se engrandeça e
prospere. A própria
destruição, que aos
homens parece o fim
das coisas, não é
mais do que um meio
de chegar, pela
transformação
(grifamos), a um
estado mais
perfeito, porque
tudo morre para
renascer e nada
volta ao nada”.
Sendo a Terra um
mundo de expiação e
provas e sendo a
evolução Lei da
natureza, é certo
que um dia, em vista
do progresso que
aqui vem se
realizando, passará
à categoria de mundo
de regeneração. É
evidente que os
Espíritos que fazem
parte integrante da
atual atmosfera
espiritual da Terra,
se desejarem passar
a reencarnar no
mundo regenerado,
terão que trabalhar
na sua transformação
íntima para
adquirirem esse
merecimento.
Um dos grandes e
sérios empecilhos
para esse
merecimento, que é
instrumento da Lei
de Justiça, é a
permanência do homem
velho que ainda
habita em nós.
É sabido, e assim
também pensa Santo
Agostinho quando
ensina, “que na
aparente destruição,
o que realmente se
realiza é a
transformação para
melhor”.
Assim também
acontece com o homem
velho que insiste em
permanecer conosco.
Necessitamos
transformá-lo no
homem novo e a
eficácia do trabalho
de renovação depende
essencialmente da
capacidade de
encontro harmonioso
com as mazelas que,
habitualmente,
desejamos ignorar.
Para nos aceitarmos,
como somos, é
preciso ter a
coragem de olhar
para dentro de nós
mesmos, criar um
instrumento qual um
espelho para
analisar as nossas
reações e proceder
às mudanças
necessárias com
dignidade.
A aceitação não é
conformismo com o
mal, é uma forma
pacífica de realizar
as mudanças que se
fizerem necessárias.
O trabalho maior e
necessário é o de
conhecer a si mesmo
para descobrir a
causa dos desajustes
atuais. E aí, então,
com muito
discernimento
aceitarmos as
imperfeições,
reconhecendo que
elas não são erros,
mas aquisições
nossas do passado,
que poderão nos ter
feito felizes, mas
que hoje nos fazem
sofrer, e por isso
necessitam ser
modificadas,
transformadas, de
acordo com as nossas
novas cogitações
renovadoras.
Só assim,
transformando o
homem velho no homem
novo, ainda não
perfeito, mas
caminhando nesse
rumo é que estaremos
em condições de
continuar habitando
a Terra quando ela
se transformar em
mundo de
regeneração, que
consiste em uma das
muitas moradas da
Casa do Pai a que se
referiu Jesus.
Ao contrário, todo
aquele que não se
dispuser a
transformar-se, pela
Lei Divina de
Afinidade, será
conduzido aos mundos
inferiores, onde,
segundo Jesus,
haverá choro e
ranger de dentes,
até que se decida
pelas mudanças
benfeitoras, pois
todos um dia terão
que seguir o bom
caminho, pois
ensinou ainda Jesus:
“das ovelhas que o
Pai Me confiou,
nenhuma se perderá”.