Com um tema que chama a
atenção nos tempos
atuais, em que os
principais aspectos
abordados estiveram
ligados a questões como
doenças adquiridas pela
ausência de uma vida
equilibrada, a 19ª
Semana Espírita de
Londrina lotou o
auditório do Centro
Espírita Nosso Lar
praticamente em todos os
dias de evento. A semana
foi realizada nos dias
10 a 17 de julho e
reuniu cerca de 2,8 mil
pessoas. Além dos
palestrantes, o evento
concentrou uma gama de
grupos artísticos que
levou a mensagem da
Doutrina Espírita por
meio de belíssimas
canções e interpretações
teatrais não só para o
público adulto, mas
também para as 223
crianças que
participaram da 10ª
Semaninha Espírita e
também da 6ª Noite
Cultural (fotos).
Promovida pela União das
Sociedades Espíritas de
Londrina - USEL, a
Semana Espírita trouxe
para Londrina figuras
importantes e
nacionalmente conhecidas
no meio espírita, como
os conferencistas e
escritores Richard
Simonetti, Orson Peter
Carrara e Emanuel
Cristiano. Também
participaram do evento
outros renomados
palestrantes como o
médico José Antônio
Vieira de Paula, Jorge
Hessen, Irvênia Prada;
Dilermando Massei, Célia
Xavier de Camargo e Osny
Galvão, de Londrina.
Com o tema “Qualidade de
Vida e Imortalidade”, o
evento deste ano
concentrou palestras com
diretrizes importantes
não só para espíritas
mas principalmente para
aqueles que buscam
informações que possam
contribuir para a sua
reforma íntima. Perdão,
perispírito, consciência
plena, trabalho,
solidariedade foram
apenas alguns dos
assuntos apresentados em
algumas das palestras
que atraíram pessoas de
diversas religiões.
Os temas
apresentados –
Eis os temas e os
palestrantes que os
expuseram durante os
oito dias da Semana
Espírita:
Dia 10 - Emanuel
Cristiano. Tema:
"Trabalhadores da Casa
Espírita".
Dia 11 - José Antonio
Vieira de Paula. Tema:
“Reencarnação baseada em
evidências”.
Dia 12 - Jorge Hessen.
Temas: "Cânceres e
Comportamento Moral:
Toda Doença será Reflexo
do Estado Mental do
Doente" e "Palavra de
Ordem: Perdoar".
Dia 13 - Osny Galvão.
Tema: “Perispírito”.
Dia 13 - Orson Peter
Carrara. Tema: “Por que
adoecemos?”.
Dia 14 - Orson Peter
Carrara. Tema: “Fim do
Mundo em 2012? Mortes
coletivas, flagelos
destruidores e
transformação do
planeta”.
Dia 14 - Dilermando
Massei. Tema: “A
Doutrina e o Evangelho”.
Dia 15 - Irvênia Prada.
Temas: “Ciência e
espiritualidade” e “A
Doutrina Espírita como
base para a trajetória
de nossa
transcendência”.
Dia 16 - Célia Xavier de
Camargo. Tema: "Vivendo
com a consciência
espírita".
Dia 16 - Richard
Simonetti. Tema: “Uma
Receita de Vida”.
Dia 17 - Richard
Simonetti. Tema:
“Trabalho, Solidariedade
e Tolerância: máxima de
Kardec”.
A
importância do perdão
–
Com o tema “Palavra de
ordem: Perdoar”, o
carioca Jorge Hessen,
articulista conhecido
por sua atuação em
inúmeros periódicos
espíritas, radicado em
Brasília (DF), proferiu
uma palestra grandiosa e
importante para uma
reflexão acerca do tema.
Segundo ele, o ser
humano tem uma tendência
natural de se sentir
vítima, aborrecido com
as coisas da vida e
isso, de acordo com
Hessen, ocasiona uma
ligação imediata com
Espíritos que
potencializam em nós o
sentimento de vingança.
“Temos que nos conhecer
mais para não nos
sentirmos bem com as
desgraças alheias. A
indignação, quando
constante na nossa vida,
é obsessão, mas quando
ocorre algumas vezes é
como um estado de ânimo
que precisa ser
manifestado. Quem se
cala diante de tudo
comete um crime, é como
se estivéssemos
permitindo o mal tomar
conta do planeta”,
destacou.
O palestrante fez
questão de salientar que
não há santos em nosso
planeta, mas que o
momento presente em que
todos vivemos é de
mudança e transformação;
portanto, segundo ele,
devemos seguir numa
constante melhora,
educando-nos e ajudando
os que convivem conosco
a se educar também. “A
moral se conquista com o
tempo. Por isso
precisamos entender que
o processo de amor em
nossas vidas deve
começar com o nossos
mais próximos”, apontou.
Ainda segundo Hessen,
muito acima das leis
humanas, existem as leis
divinas, que, segundo
ele, abrangem a todos
nós de maneira plena e
verdadeira. Para ele, o
verdadeiro perdão é
quando jogamos um véu no
passado. “O magoado é
aquele que de alguma
forma não consegue
esquecer o que lhe
incomodou. Precisamos
exercitar o perdão e,
mais que isso, o autoperdão. Quem não
consegue se autoperdoar
não está preparado para
perdoar os que estão ao
seu redor”, disse.
Por que
adoecemos? – Foi
com esse tema que o
escritor e jornalista
Orson Peter Carrara,
paulista radicado em
Matão (SP), falou sobre
as consequências que
todos enfrentam, de
acordo com os
ensinamentos da Doutrina
de Kardec, em relação às
enfermidades que vão se
manifestando ao longo da
vida.
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Segundo o orador, todas
as doenças têm origem na
alma, ou Espírito. “Cada
um de nós reage de uma
forma diante das
adversidades da vida. Há
aqueles que sofrem
tensões
musculares, há outros
que desencadeiam aftas
na boca e assim por
diante. Quando nos
permitimos ficar
tristes, nossa alma é
quem fica triste. Joanna
de Ângelis noslembra
que devemos travar uma
luta sem tréguas contra
nós mesmos. Isso,
segundo a mentora
espiritual, deve ser
feito para que possamos
conquistar virtudes que
nos ajudarão em nossas
vidas”, disse.
Segundo Orson, Deus
estabeleceu leis sábias
que nos possibilitam o
retorno em benefício de
nós mesmos de acordo com
o que fizermos. Ele
explicou que a saúde é
uma condição de harmonia
entre as funções da
alma, do perispírito e
do corpo. A doença, de
acordo com o
palestrante, ocorre
quando há a perda dessa
harmonia. “Excessos como
o álcool, drogas, o
comer exagerado, o sexo
desenfreado, atos
infelizes praticados
deliberadamente ferem os
tecidos sutis do
perispírito alterando a
forma física dele, no
qual se manifestarão
deficiências, que são
purificadoras”,
reforçou.
Para ele, a finalidade
das doenças está no ato
de nos reeducarmos. “A
mágoa é um sentimento
inútil e que só serve
para tirar a nossa
felicidade. Ela é uma
das causas de tumores
cancerígenos, além dos
acionadores do processo
de AVC (acidente
vascular cerebral),
infarto etc. A mágoa
atinge diretamente nosso
coração e é a causa de
muitas enfermidades”,
disse.
O palestrante acredita
que a medida que deve
ser tomada para o
processo de
transformação íntima
está na emergência de
nos tornarmos pessoas
facilitadoras diante da
vida. “Precisamos usar
mais a gentileza,
alimentar a alma com
coisas que nos fazem
bem. Ouvir uma música ou
ver um filme que comove,
ler livros que nos
enobrecem a alma,
voltarmos nossas
atenções para as belezas
da natureza, enfim, nos
envolvermos em
atividades que tenham
como foco os
ensinamentos de Jesus.”
No final de sua
palestra, o orador fez o
sorteio de inúmeras
obras espíritas para o
público presente com o
objetivo não só de
divulgar a Doutrina, mas
principalmente o de
estimular o hábito da
leitura naqueles que
ouviram suas abordagens.
A máxima
de Kardec – Além
da palestra sobre o tema
“Uma Receita de Vida”, o
conhecido escritor
Richard Simonetti, de
Bauru (SP), ministrou um
seminário em que
examinou uma das máximas
do Codificador do
Espiritismo: “Trabalho,
Solidariedade e
Tolerância”. Para o
orador, que é
colaborador assíduo de
jornais e revistas
espíritas, o ser humano
confunde felicidade com
“não fazer nada”. “Essa
tendência está tão
arraigada no ser humano
que algumas religiões
ortodoxas chegam a
pregar um céu para onde
as pessoas iriam após a
morte e ali viveriam em
eterna contemplação sem
fazer nada”, observou o
palestrante.
Lembrou em seguida que a
maioria das pessoas, nos
tempos atuais, acreditam
que paz de espírito
significa ausência de
responsabilidades.
Segundo ele, o homem
está fora do ritmo da
harmonia universal.
“Quem é que promoveu a
evolução? Se Deus
parasse de pensar um só
minuto seríamos um
desastre. Desde os
primórdios da Terra,
Jesus trabalha, então
quem somos nós para
ficarmos parados?”,
destacou ele.
Simonetti lembrou ainda
a questão número 674 de
O Livro dos Espíritos
que nos ensina que o
trabalho é uma lei da
natureza e por isso
mesmo é uma necessidade.
Segundo ele, quanto mais
o homem vai se
civilizando, mais ele
precisa de trabalho.
“Vestimentas,
alimentação, moradia,
tudo está inserido no
trabalho. A imposição do
trabalho é uma bênção
porque é por meio dele
que desenvolvemos nossas
habilidades”, explicou o
palestrante.
Num quadro, o expositor
fez questão de ilustrar
a problemática do tempo
na vida de uma pessoa
comum. Segundo ele, em
168 horas de uma semana,
distribuindo todas as
atividades realizadas ao
longo desse período, aí
incluídos os
compromissos
profissionais, os
serviços domésticos, a
atenção aos familiares,
o repouso noturno, o
tempo gasto com
alimentação e higiene,
há ainda uma sobra de 40
horas, um tempo que não
é geralmente bem
utilizado pelas pessoas.
“O que é que vamos fazer
com essas horas que nos
sobram? Devemos nos
ocupar com atividades
ligadas diretamente à
universalidade e à
eternidade. Trabalhos
que mostrem que não
estamos sozinhos neste
mundo e que podem ajudar
nossos irmãos que
necessitam de algum tipo
de ajuda.”
Para Simonetti, a máxima
de Kardec ainda está
longe da realidade de
muitas pessoas. “Tem
gente que aproveita o
tempo de folga e vai pra
praia, outros vão pra
favela. Não estamos aqui
criticando aqueles que
vão para a praia”,
observou o palestrante.
O que é lamentável é ver
pessoas usarem tão mal o
seu tempo, destinando-o
tão-somente ao lazer.
“Lazer que não se
aproveita com a nossa
evolução é perda de
tempo. Trabalhar no
campo do bem é servir,
assim já diziam figuras
importantes como
Gandhi”, lembrou.
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