MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
7)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. É possível
identificar com nitidez
as correntes mentais que
assimilamos?
Sim. Nosso pensamento
vibra em certo grau de
frequência, a
concretizar-se em nossa
maneira especial de
expressão, no círculo
dos hábitos e dos pontos
de vista, dos modos e do
estilo que nos são
peculiares. Diz o
instrutor Aulus que
basta nos afeiçoemos aos
exercícios da meditação,
ao estudo edificante e
ao hábito de discernir
para compreendermos
onde se nos situa a
faixa de pensamento,
identificando com
nitidez as correntes
espirituais que
passamos a assimilar.
(Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 5,
págs. 50 e 51.)
B. Como podemos definir
a tentação?
Lembremos que a
mediunidade é um dom
inerente a todos os
seres, como a faculdade
de respirar. Cada
criatura assimila, pois,
as forças superiores ou
inferiores com as quais
se sintoniza. Esse o
motivo pelo qual Jesus
recomendou-nos oração e
vigilância para não
cairmos nas sugestões do
mal, porque – no dizer
de Aulus – a tentação é
o fio de forças vivas a
irradiar-se de nós,
captando os elementos
que lhe são semelhantes
e tecendo, assim, ao
redor de nossa alma,
espessa rede de
impulsos, por vezes
irresistíveis.
(Obra citada, cap. 5,
págs. 50 e 51.)
C. Pode um processo de
vampirização perdurar
por vários anos?
Sim. André Luiz
refere-se a um caso
assim, de um homem que
desencarnara em plena
vitalidade, depois de
festiva loucura e sem o
menor sinal de
habilitação para
conchegar-se às verdades
do espírito.
Desenfaixando-se da
veste carnal, com o
pensamento enovelado à
paixão por uma mulher
que sintonizou com ele,
a ponto de retê-lo junto
de si com aflições e
lágrimas, passou a
vampirizar-lhe o corpo.
Desarvorado com a perda
do corpo físico,
adaptou-se ao organismo
da mulher amada, que
passou a obsidiar, nela
encontrando novo
instrumento de sensação,
pois via por seus olhos,
ouvia por seus ouvidos,
muitas vezes falava por
sua boca e vitalizava-se
com os alimentos por
ela utilizados. E nessa
simbiose viviam já cinco
anos sucessivos,
produzindo na mulher
perturbada
desequilíbrios orgânicos
de vulto.
(Obra citada, cap. 6,
págs. 53 a 55.)
Texto para leitura
19. Como a
assimilação mental se dá
- André compreendia
assim, uma vez mais, que
somos naturalmente
vítimas ou beneficiários
de nossas próprias
criações, segundo as
correntes mentais que
projetamos,
escravizando-nos a
compromissos com a
retaguarda de nossas
experiências, ou
libertando-nos para a
vanguarda do progresso,
conforme nossas
deliberações e
atividades, em harmonia
ou em desarmonia com as
Leis Eternas... Aulus
comentou, na sequência,
a comunhão de
pensamentos que se
verificou entre
Clementino e Raul Silva,
no momento da prece.
"Vimos aqui – disse ele
– o fenômeno da perfeita
assimilação de correntes
mentais que preside
habitualmente a quase
todos os fatos
mediúnicos. Para clareza
de raciocínio,
comparemos a organização
de Silva, nosso
companheiro encarnado, a
um aparelho receptor,
quais os que conhecemos
na Terra, nos domínios
da radiofonia. A emissão
mental de Clementino,
condensando-lhe o
pensamento e a vontade,
envolve Raul Silva em
profusão de raios que
lhe alcançam o campo
interior, primeiramente
pelos poros, que são
miríades de antenas
sobre as quais essa
emissão adquire o
aspecto de impressões
fracas e indecisas.
Essas impressões
apoiam-se nos centros do
corpo espiritual, que
funcionam à guisa de
condensadores, atingem,
de imediato, os cabos do
sistema nervoso, a
desempenharem o papel
de preciosas bobinas de
indução, acumulando-se
aí num átimo e
reconstituindo-se,
automaticamente, no
cérebro, onde possuímos
centenas de centros
motores, semelhante a
milagroso teclado de
eletroímãs, ligados uns
aos outros e em cujos
fulcros dinâmicos se
processam as ações e as
reações mentais, que
determinam vibrações
criativas, através do
pensamento ou da
palavra, considerando-se
o encéfalo como poderosa
estação emissora e
receptora e a boca por
valioso alto-falante".
Esses estímulos se
expressam ainda pelo
mecanismo das mãos e dos
pés ou pelas impressões
dos sentidos e dos
órgãos, que trabalham na
feição de guindastes e
condutores,
transformadores e
analistas, sob o comando
direto da mente. (Cap.
5, págs. 49 e 50)
20. O pensamento
- Estaria aí a técnica
do próprio pensamento?
A essa pergunta de
Hilário, o Assistente
respondeu: "Não tanto; o
pensamento que nos é
exclusivo flui
incessantemente de nosso
campo cerebral, tanto
quanto as ondas
magnéticas e caloríficas
que nos são
particulares, e
usamo-lo normalmente,
acionando os recursos de
que dispomos". Hilário
ponderou então não ser
tão fácil estabelecer a
diferença entre a
criação mental que nos
pertence e a que se nos
incorpora à cabeça, ao
que Aulus replicou: "Sua
afirmativa carece de
base. Qualquer pessoa
que saiba manejar a
própria atenção
observará a mudança, de
vez que o nosso
pensamento vibra em
certo grau de
frequência, a
concretizar-se em nossa
maneira especial de
expressão, no círculo
dos hábitos e dos pontos
de vista, dos modos e do
estilo que nos são
peculiares". Lembrando
então que possuímos uma
vida mental quase sempre
parasitária enquanto
refletimos e agimos com
os preconceitos, a moda
ou os costumes
estabelecidos, advertiu:
"Basta nos afeiçoemos
aos exercícios da
meditação, ao estudo
edificante e ao hábito
de discernir para
compreendermos onde se
nos situa a faixa de
pensamento,
identificando com
nitidez as correntes
espirituais que
passamos a assimilar".
Aulus asseverou que a
mediunidade é um dom
inerente a todos os
seres, como a faculdade
de respirar, e cada
criatura assimila as
forças superiores ou
inferiores com as quais
se sintoniza. É por isso
que Jesus
recomendou-nos oração e
vigilância para não
cairmos nas sugestões do
mal, porque "a tentação
é o fio de forças vivas
a irradiar-se de nós,
captando os elementos
que lhe são semelhantes
e tecendo, assim, ao
redor de nossa alma,
espessa rede de
impulsos, por vezes
irresistíveis". E, por
fim, propôs: "Estudemos
trabalhando. O tempo
utilizado a serviço do
próximo é bênção que
entesouramos, em nosso
próprio favor, para
sempre". (Cap. 5, págs.
50 e 51)
21. Um caso de
vampirização - No
recinto da sessão, os
serviços
desdobravam-se,
harmoniosamente, quando
três guardas espirituais
entraram na sala,
conduzindo infeliz irmão
ao socorro do grupo. Era
infortunado solteirão
desencarnado que não
guardava consciência da
própria situação.
Incapaz de enxergar os
vigilantes que o
traziam, caminhava à
maneira de um
surdo-cego, impelido por
forças que não conseguia
identificar. Ele
desencarnara em plena
vitalidade, depois de
festiva loucura: letal
intoxicação
cadaverizou-lhe o corpo,
quando não possuía o
menor sinal de
habilitação para
conchegar-se às verdades
do espírito.
Desenfaixando-se da
veste carnal, com o
pensamento enovelado à
paixão por uma mulher
que sintonizou com ele,
a ponto de retê-lo junto
de si com aflições e
lágrimas, passou a
vampirizar-lhe o corpo.
Integralmente
desarvorado com a perda
do corpo físico,
adaptou-se, porém, ao
organismo da mulher
amada, que passou a
obsidiar, nela
encontrando novo
instrumento de sensação,
pois via por seus olhos,
ouvia por seus ouvidos,
muitas vezes falava por
sua boca e vitalizava-se
com os alimentos por
ela utilizados. Nessa
simbiose viviam já cinco
anos sucessivos, mas a
moça perturbada acusava
então desequilíbrios
orgânicos de vulto. Como
a doente solicitou
ajuda espiritual, as
entidades socorristas
deveriam prestar ali
duplo socorro. Para que
se curasse das fobias
que a assaltavam, como
reflexos da mente dele,
que se via apavorado
diante das realidades
espirituais, era
necessário o afastamento
dos fluidos que a
envolviam. Os
condutores, seguindo as
determinações de irmão
Clementino, localizaram
o sofredor ao lado de
Dona Eugênia. O mentor
espiritual aproximou-se
dela e aplicou-lhe
forças magnéticas sobre
o córtex cerebral,
depois de arrojar vários
feixes de raios
luminosos sobre
extensa região da
glote. Eugênia (alma)
afastou-se então do
corpo, mantendo-se
junto dele, a distância
de alguns centímetros,
enquanto que, amparado
pelas entidades, o
visitante sentava-se
rente, inclinando-se
sobre o equipamento
mediúnico ao qual se
justapunha, à maneira de
alguém a debruçar-se
numa janela. (Cap. 6,
págs. 53 a 55)
(Continua no próximo
número.)