WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Kardec
Ano 4 - N° 168 – 25 de Julho de 2010

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Revue Spirite de 1866

Allan Kardec 

(Parte 11)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1866. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que reação teve Maomé ante a visão do anjo Gabriel?

Inicialmente, Maomé ficou profundamente perturbado com sua visão e, tendo voltado ao monte Hira, presa da mais viva agitação, julgou-se possuído por Espíritos malignos. Ele ia, então, precipitar-se do alto de um rochedo quando uma voz se fez ouvir: - “Ó Maomé! tu és enviado de Deus; eu sou o anjo Gabriel!” Então, levantando os olhos, viu o anjo sob forma humana, que desapareceu pouco a pouco no horizonte. Essa nova visão aumentou-lhe a perturbação, embora a esposa se esforçasse por acalmá-lo. Varaka, primo dela, velho afamado por sua sabedoria e converso ao Cristianismo, lhe disse: “Se o que acabas de dizer é verdade, teu marido foi visitado pelo grande Nâmous, que outrora visitou Moisés; ele será profeta deste povo”. (Revue Spirite de 1866, pp. 232 e 233.)

B. Quando se iniciaram as pregações públicas de Maomé?

Aos 43 anos de idade ele começou a pregar publicamente. Até então as prédicas de Maomé foram secretas, o que durou dois anos, quando ele se ligou a cerca de 50 adeptos, entre membros de sua família e amigos. Tachado de louco e, depois, acusado de sacrilégio, foi perseguido pelos adversários, aos quais opunha a calma, o sangue-frio e a moderação. Como sua seita crescia, seus adversários, não podendo reduzi-la pela força, resolveram desacreditá-la pela calúnia. Como ele resistisse a tudo, seus inimigos recorreram, por fim, aos conluios para o matar, e ele só escapou fugindo. Foi então que se refugiou em Medina em 622, e é desta época que data a Hégira, ou era dos muçulmanos. (Obra citada, pp. 234 e 235.)

C. Uma criança pode, ao desencarnar, tornar-se guia de sua mãe?

Sim. Foi esse pelo menos o caso de uma criança de sete anos que, ao desencarnar, tornou-se guia espiritual de sua mãe. Numa mensagem mediúnica, transcrita pela Revue, o próprio Espírito da criança disse que o primeiro anjo de guarda de sua mãe permaneceu nessa tarefa até que ele o substituísse. (Obra citada, pp. 244 e 245.)  

Texto para leitura 

131. Maomé ficou profundamente perturbado em sua visão e, tendo voltado ao monte Hira, presa da mais viva agitação, julgou-se possuído por Espíritos malignos e ia precipitar-se do alto de um rochedo quando uma voz se fez ouvir: “Ó Maomé! tu és enviado de Deus; eu sou o anjo Gabriel!” Então, levantando os olhos, viu o anjo sob forma humana, que desapareceu pouco a pouco no horizonte. Essa nova visão aumentou-lhe a perturbação, embora a esposa se esforçasse por acalmá-lo. Varaka, primo dela, velho afamado por sua sabedoria e converso ao Cristianismo, lhe disse: “Se o que acabas de dizer é verdade, teu marido foi visitado pelo grande Nâmous, que outrora visitou Moisés; ele será profeta deste povo”. (Pág. 232 e 233.)

132. A missão de Maomé não foi, pois, um cálculo premeditado de sua parte, porque ele mesmo só se convenceu depois de nova aparição do anjo. Nesse período, ele era sujeito a desfalecimentos e síncopes. O Alcorão não é uma obra escrita por Maomé com a cabeça fria e de maneira continuada, mas o registro feito por seus amigos das palavras que pronunciava quando inspirado. Nesses momentos, ele caía num estado extraordinário e apavorante; o suor corria-lhe da fronte; os olhos tornavam-se vermelhos; ele soltava gemidos e a crise terminava geralmente por uma síncope que durava mais ou menos tempo, estando ele em casa, montado em seu camelo ou em meio à multidão. “A inspiração”, diz Kardec, “era irregular e instantânea, e ele não podia prever o momento em que seria tomado.”(Pág. 233.)

133. Mais tarde, quando tomou a sério seu papel de reformador, Maomé falava mais com conhecimento de causa e misturava às inspirações o produto de seus próprios pensamentos, conforme os lugares e as circunstâncias, acreditando, talvez de boa-fé, falar em nome de Deus. (Págs. 233 e 234.)

134. Esses fragmentos destacados e recolhidos em diversas épocas, em número de 114, formam no Alcorão as suratas ou capítulos. Esparsos durante sua vida, foram reunidos após sua morte num corpo oficial de doutrina, pelos cuidados de Abu-Becr e de Omar. Os mais diferentes assuntos são aí tratados, e apresentam uma tal confusão e tão numerosas repetições, que uma leitura seguida é penosa e fastidiosa para quem quer que não seja um fiel. (Pág. 234.)

135. Segundo a crença vulgar, tornada artigo de fé, as páginas do Alcorão foram escritas no céu e trazidas prontas a Maomé pelo anjo Gabriel. (Pág. 234.)

136. As primeiras prédicas de Maomé foram secretas durante os primeiros dois anos, em que ele se ligou a cerca de 50 adeptos, entre membros de sua família e amigos. Aos 43 anos começou a pregar publicamente, realizando-se dessa forma a predição feita por Varaka. Fundada na unidade de Deus e na reforma de certos abusos, como a idolatria, sua religião foi repelida pelos Coraychitas, guardas da Caaba e do culto nacional. A princípio o tacharam de louco; depois o acusaram de sacrilégio. Amotinando o povo, perseguiram-no e com tal violência que, por duas vezes, seus partidários tiveram de buscar refúgio na Abissínia. (Pág. 234.)

137. Maomé, no entanto, opunha aos ultrajes a calma, o sangue-frio e a moderação. Como sua seita crescia, seus adversários, não podendo reduzi-la pela força, resolveram desacreditá-la pela calúnia. Como ele resistisse a tudo, seus inimigos recorreram, por fim, aos conluios para o matar, e ele só escapou fugindo. Foi então que se refugiou em Medina em 622, e é desta época que data a Hégira, ou era dos muçulmanos. Uma nova fase iniciou-se então em sua vida, porquanto de simples profeta que era foi constrangido a tornar-se guerreiro. (Págs. 234 e 235.)

138. A Revue transcreve parte da obra Os Profetas do Passado, escrita pelo Sr. Barbey d’Aurévilly, que lamenta no livro não ter a Inquisição queimado, não os escritos, mas o corpo de Lutero. Se isto houvesse ocorrido, “o mundo estaria salvo pelo menos por um século”, escreveu o Sr. d’Aurévilly. (Págs. 235 e 236.)

139. Kardec tece a respeito várias considerações e mostra a inutilidade dos crimes cometidos pela Igreja, porque foram precisamente esses abusos que geraram as reformas que a Inquisição tanto desejou conter. A morte de Lutero não deteria o movimento de que foi ele o instigador, porque as ideias novas germinam, fervem em muitas cabeças e é por isso que encontram eco na sociedade. Se os reformadores só exprimissem as suas ideias pessoais, não reformariam absolutamente nada. (Págs. 236 a 238.)

140. No caso da reforma, sabe-se que Lutero não foi o primeiro nem o único a propô-la, pois houve antes dele inúmeros apóstolos da ideia, como Wicklef, João Huss e Jerônimo de Praga, os dois últimos levados à fogueira por ordem do concílio de Constança. Os homens foram, sim, destruídos, mas não suas ideias, retomadas mais tarde e modificadas em alguns detalhes por Lutero, Calvino e outros. Conclui-se, portanto, que a morte de Lutero em nada prejudicaria o movimento, porque outros, sem nenhuma dúvida, o levariam até o fim. (Pág. 238.)

141. Kardec comenta as chamadas visões da senhora Cantianille, relatadas pelo padre Thorey, vigário da catedral de Sens, no livro intitulado Relações maravilhosas da senhora Cantianille com o mundo sobrenatural. No correr da obra, Cantianille revela como se tornou membro e presidente de uma sociedade de Espíritos em 1840, durante sua passagem por um convento católico, mas Kardec considera suas visões puramente fantásticas, visto que a alma não pode ver o que não existe. (Págs. 239 a 242.)

142. Na sequência, Kardec reporta-se às criações fluídicas e seus princípios e refere vários casos de aparições em que os Espíritos portavam objetos diversos. Assevera o codificador: I) No mundo invisível tudo é, se assim podemos dizer, matéria intangível, isto é, intangível para nós encarnados, mas tangível para os seres desse mundo. II) Tudo é fluídico nesse mundo, e as coisas fluídicas são aí reais. III) O pensamento é capaz de impor modificações ao elemento fluídico, modelando-o à vontade, como os homens, modelando a argila, podem fazer uma estátua. IV) A rainha de Oude, embora desencarnada, se via com suas joias. Para isto bastava-lhe um ato do pensamento, sem que, o mais das vezes, se desse conta da maneira como a coisa se opera. V) Nos seus momentos de emancipação, a alma encarnada pode, de igual forma, produzir efeitos análogos. Pode estar aí a causa das visões fantásticas. Estando o Espírito fortemente imbuído de uma ideia, seu pensamento pode criar uma imagem fluídica que a espelhe, a qual terá para ele todas as aparências da realidade, tão bem quanto o dinheiro que Pierre Legay pensava manipular na vida espiritual, embora estivesse desencarnado. (Págs. 242 a 244.)

143. Podem colocar-se na mesma categoria as visões da irmã Elmerick, que dizia ter visto todas as cenas da Paixão do Cristo e encontrado o cálice no qual Jesus bebera. Ela provavelmente tenha visto esse e outros objetos que descreveu, mas pelos olhos da alma, e certamente uma imagem fluídica deles, criada por seu pensamento. (Pág. 244.)

144. Pode uma criança de sete anos, ao desencarnar, tornar-se guia espiritual de sua mãe? Sim; pelo menos é o que informa mensagem mediúnica, transcrita pela Revue, na qual o próprio Espírito da criança informa que o primeiro anjo de guarda de sua mãe permaneceu nessa tarefa até que ele o substituísse. (Págs. 244 e 245.)

145. Por que as mães que choram com a ausência de seus filhos desencarnados não conseguem comunicar-se com eles, mesmo em sonho? Kardec explica que, além da falta de aptidão especial, que não é concedida a todos, há por vezes motivos que só a Providência conhece. Nas pessoas de caráter fraco, essas comunicações reavivam a dor, em vez de a acalmar. Para outras pessoas, o impedimento constitui muitas vezes uma prova para a fé e a perseverança. As mesmas razões ocorrem no que concerne aos sonhos, embora aí, muitas vezes, a pessoa apenas não guarde a lembrança de um encontro ocorrido. (Págs. 246 e 247.) (Continua no próximo número.)

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita