Endereço errado
Uma jovem, com discreta
beleza, procurou-nos no
Centro Espírita. Tinha
acabado de chegar de
Curitiba, ainda estava
com a mala. Pediram-nos
que conversássemos com
ela, que a
orientássemos.
Ao nos apresentarmos
mutuamente, perguntamos
em que lhe poderíamos
ser útil e ela nos
contou.
Era noiva. O noivo
mostrava-se distante.
Conversavam pela
internet e ele estava se
ausentando. Ela foi até
Curitiba verificar o que
se passava e, após
conversarem, ele lhe
pediu um “tempo” – em
outras palavras,
terminaram. Em Curitiba,
uma senhora a abrigou e
lhe disse que faria um
“trabalho” para o caso e
a aconselhou a procurar
um Centro Espírita para
um “trabalho” por aqui.
Que trabalho? –
inocentemente
perguntamos. Achamos
difícil, na hora,
entender o que ela
propunha. Tivemos que
adivinhar. Ela queria
segurar o noivo a
qualquer custo e achou
que o Centro Espírita se
propunha a isso.
Conversamos um tempo com
ela, relatando que, sob
as orientações de Jesus
e Kardec, o “trabalho”
que o Centro Espírita
propunha era o de
esclarecimento, de
estudos e busca de
conhecimentos e, por
conseguinte, de maior
compreensão das leis
divinas e, por isso
mesmo, de consolação
para as aflições.
O que poderíamos fazer
no caso dela era
convidá-la para o
estudo, para o Evangelho
e o trabalho de passes.
Demos até nossa opinião,
que dissemos a ela ser
pessoal.
No caso do tempo que ele
pediu, que ela
aguardasse. Se ele
realmente a amasse, ele
teria certeza disso. Era
melhor que ela tivesse
seu mérito pessoal no
caso, do que se
comprometer perante as
leis divinas em
situações que obrigassem
o jovem a ficar com ela.
Seria melhor não ficar
em débitos com as leis
divinas comprometendo-se
com situações difíceis.
Era melhor terminar do
que, casando, ver depois
que não era bem isso o
que desejavam,
separando-se, como vemos
acontecer tanto nos dias
de hoje. Casamentos
precipitados confundindo
amor com paixão – depois
de um tempo, separação
e, com filhos, muitas
vezes, sendo que estes
são os que mais sofrem
com as separações.
Mencionamos o caso de
uma menina, que chegou
até nós numa crise
asmática intensa. Tinha
9 anos, nunca tinha
adoecido. “O que
aconteceu que te
abalou?” Fazia um mês
que ela estava adoecendo
nessas crises. “Meu
pai”, ela disse, na
mesma hora, “ia sair de
casa, ia embora,
separar-se da minha mãe.
Ele não foi porque eu
implorei a ele para não
ir.” E estava doente a
menina. “Abandono”,
“decepção de amor”, o
sofrimento de almas
feridas.
Conversamos com essa
jovem, dissemos estar a
Casa Espírita aberta
para ela, para o estudo,
a consolação, o
aprimoramento.
Demos-lhe os horários da
Casa. Passamos horários
de outros centros
espíritas que se
encaixassem melhor ao
seu horário de trabalho.
Quantos sofrimentos
abalam os seres!
Quanta ignorância ainda
como sendo a mãe de
tantos sofrimentos!
Quanta luz para a alma o
esclarecimento traz!
Por isso o espírita
sincero busca cumprir o
ensinamento do Espírito
de Verdade: “Espíritas,
amai-vos, eis o primeiro
ensinamento;
instruí-vos, eis o
segundo”.
O pessoal, por
ignorância, ainda
confunde muito
Espiritismo com Umbanda,
ou Quimbanda, ou
Candomblé.
Este ano de 2010, com o
centenário de “Chico
Xavier”, tem sido muito
esclarecedor, um ano do
Espiritismo. As páginas
da revista Veja já
colocam “Nosso Lar”, por
causa provavelmente da
propaganda do filme que
chega em setembro,
psicografado por Chico
Xavier, como um dos dez
mais vendidos. Pessoas
lendo para depois verem
o filme, é o que
deduzimos.
Isso é bom. Esclarecer e
aprender é fundamental.
Quanto maior o estudo,
menos casos como o dessa
jovem que queria fazer
um “trabalho” para o
noivo voltar atrás e
casar-se com ela.
Esperamos que após nossa
conversa ela nos tenha
ouvido e procure o
Centro Espírita para
aprender, para se
consolar, para se tornar
uma cristã melhor.